Geografia
Situada ao sul da margem esquerda do rio Lima, entre os montes de
Lousado e Agrela, a Freguesia de Serdedelo dista cerca de sete
quilómetros da sede do concelho.
RESENHA HISTÓRICA
(fonte: internet)
O povoamento do seu território atinge épocas pré-históricas, uma
vez que está situado abaixo de um castro que parece ter sido muito
importante.
Trata-se de uma povoação fortificada, situada num local de difícil
acesso, colinas ou montes, em permanente estado de defesa.
Referida em documentação do século XI ('villa Cersetello' ou 'villa
Zercedelo') e nas inquirições do século XIII ('Cerdedelo', sabe-se
que já no século XII existiam no julgado medieval ou terra de
Penela duas paróquias de Serzedelo: A do mosteiro de Santa Marta e
a de orago S. João, formando ambas o couto do referido mosteiro,
que era demarcado por padrões.
O mosteiro, de freiras, deve ser dos princípios da nacionalidade e
parece ter sido coutado por D. Afonso Henriques, pelos meados do
século XII. Teve decerto origem ou filiação no de Guimarães,
principalmente depois da posse deste pelos cónegos e respectiva
colegiada, que foi célebre e já era importante no século XII. O
arcebispo D. Fernando da Guerra, com breve do papa Martinho V,
converteu-o em abadia secular, em 1425, unindo-lhe a freguesia de
S. João (Suconforto). As freiras, com a sua abadessa, terminaram os
seus dias a pedir esmola por Ponte de Lima.
Não obstante a possessão destas 'villas' de Cerzedelo pelo mosteiro
de Guimarães, por doações do século X, segundo consta do seu
inventário de bens de 1059, não existem registos desse tempo de
quaisquer haveres vimaranenses nas duas 'corações'.
Uma das doações terá sido efectuada pela própria fundadora do
Mosteiro de Guimarães, condessa de Mumadona, em 959, que doou a sua
parte da 'villa'.
A outra parte foi seguramente realizada por D. Oneca, a filha da
condessa Mumadona.
As Inquirições de 1220 informam não haver nas duas 'villas'
qualquer prédio reguengo propriamente dito, mas os habitantes davam
a 'vida' ao mordomo e ao casteleiro de Penela.
O inquérito de 1238 diz mais: que em Santa Marta os habitantes vão
à anáduva (naturalmente, mais vezes ao castelo de Penela) e estão
sujeitos à reconstrução e reparação do castelo da terra.
O mesmo em S. João, e 'yam fazer o castello de Penela quando queia'
(caía), dando cada morador ao casteleiro, por mês, um ovo, ou o
valor dele, excepto desde Maio até ao S. Miguel.
Os que lavrassem no monte de Torvela davam um frângão, com dez
ovos, à Coroa, acrescentados de um soldo quando cultivassem 'in
regaengo de sesta'.
No Livro, Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2
Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo pode ler-se o texto abaixo
transcrito na integra:
«A freguesia de Serdedelo já existia em 959 com a designação de
Villa de Cersitelo”. As Inquirições de D. Afonso II, feitas
em 1220, situam-na na Terra de Peneda, denominando-a “Sancta
Marta de Cersedelo”. Nas primeiras Inquirições de D. Dinis,
efectuadas em 1290, é mencionada com categoria de freguesia e, em
1320, na laxação das igrejas pertencentes ao arcebispado de Braga,
aparece o mosteiro de Cerzedelo das Donas com 60 libras.
No registo da cobrança das colheitas dos benefícios eclesiásticos
arcebispado de Braga, efectuado por D. Jorge da Costa entre 1480 e
1493, figura no título respeitante à Terra de Penela com o
rendimento de 20 libras, ou seja, o correspondente, em dinheiro com
“morturas”, a 1833 réis e 2 pretos.
Em 1528, no Livro dos Benefícios e Comedas, Serdedelo chamava-se
Cerzedello das Donnas” e tinha de rendimento 80 mil réis. O
Padre António Carvalho da Costa descreve-a como reitoria da
apresentação da Mitra e comenda da Ordem de Cristo. Segundo a
Estatística Paroquial, o direito da apresentação pertencia
alternadamente ao pontífice, à coroa e à Mitra de
Braga.»
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