O General Ribeiro de Carvalho foi um dos chefes militares no combate de 8 de Julho de 1912 contra as incursões de Paiva Couceiro que surpreendeu a então Vila de Chaves, pois as tropas republicanas de Chaves, supuseram erradamente que o itinerário dos monárquicos passava, vindo de Montalegre, por Sapiãos e para ali se deslocaram.
Entretanto Paiva Couceiro entrava sem resistência e até com recepção afectuosa da população, por Soutelinho da Raia e Vila Verde da Raia, com artilharia, metralhadoras e cerca de 500 homens. Às 8 horas da manhã do dia 8 de Julho de 1912, Paiva Couceiro estava às portas da Vila de Chaves, tendo tomado o espaldão da carreira de tiro. Com o grosso das tropas republicanas em Sapiãos, Ribeiro de Carvalho teria ficado em Chaves com pouco mais de 200 homens distribuídos pela Cavalaria 6, infantaria 19 e Guarda Fiscal e seria com eles e com o apoio civil organizado pelo Dr. António Granjo, na altura deputado da Vila de Chaves, que conseguiram aguentar a tomada da Vila de Chaves até à chegada da artilharia e cavalaria vinda de Sapiãos.
Dizem os vários escritos existentes que o “pequeno exército” improvisado dos defensores locais da então Vila de Chaves, se bateram com valentia e heroicidade. Foram estes os acontecimentos que ditam hoje o nosso feriado municipal de 8 de Julho. Disse Carlos Malheiro Dias, nos escritos de «O Estado Actual da Causa Monarchica» P.33, que Paiva Couceiro reconhecia a derrota dizendo “éramos o exército de Lilliput na palma da mão do Gulliver republicano”.
A bandeira republicana voltou a ser hasteada no posto aduaneiro de Vila Verde da Raia, cuja guarnição da Guarda Fiscal havia debandado perante a aproximação de uma coluna monárquica.
O grosso das forças monárquicas era constituído pela coluna de Paiva Couceiro (1861-1944), que tinha bivacado a 7 de Julho na região de Soutelinho da Raia, de onde avançou para o espaldão da Carreira de Tiro.
Existia contudo uma outra coluna, a do capitão Mário de Sousa Dias (datas desconhecidas), que bivacara no mesmo dia junto a Feces de Abajo e entrou por Vila Verde da Raia e Outeiro Seco, em direcção a Chaves.
Pelas 16H00 já os elementos sobreviventes da coluna de Paiva Couceiro se haviam refugiado no pinhal da Cocanha, na margem direita do Tâmega, para proteger a retirada.
D. João de Almeida (datas desconhecidas) foi o prisioneiro monárquico mais ilustre dos combates de 8 de Julho de 1912. A sua detenção ocorreu de forma inusitada, quando se dirigia sózinho de Outeiro Seco para Chaves.
O livro O Ataque a Chaves, de Joaquim Leitão (1875-1956), foi publicado em 1916 e uma das passagens da narrativa menciona o seguinte episódio: "E a marcha continuou já bem alumiada pelo dia claro. A Columna marchava affoita. Aquelle silencio religioso, que a madrugada favorece, fôra despedido pelo rumor da vida dos campos. De quando em quando, um laconico dialogo se travava entre dois homens da Columna. Havia praças que projectavam: – "Vamos almoçar a Chaves!"
Um soldado do pelotão Braz, o "Ferrador" pediu-lhe logo ali licença para ir almoçar a Chaves, onde já estivera servindo em infantaria 19. – Pois, vae, e encommenda-me lá um beaf de cebolada, á portuguêsa, em casa da Marranica [ nota do autor: "Carcunda que tinha uma taverna de afamada cozinha."] – acedeu o alferes Braz. O soldado prometeu, muito satisfeito: – Quando o meu alferes lá chegar, já o beaf ha-de estar prompto. – Pois a mim – disse o João Chamusca, soldado do pelotão Saturio – cheira-me a que vou ter um almoço d'aço!..."
Houve mesmo 3 herois que foram condecorados na capital, conforme fotos em baixo.
Nesta última foto podemos ver Francisco Pinheiro (ao centro no banco de trás) com o busto da República.
Agora que se festeja o centenário espero que esta cache contribua para se saber o porque do nome de algumas ruas e avenidas deste pequeno país, e que as caches não sirvam apenas para fazer FTF's e Found's. Há sempre algo que contar ou ver numa cache, por isso evitem os logs minimalistas que não dão trabalho, ao contrário da elaboração de uma cache.