Custa a crer que em pleno século XXI ainda exista quem
utilize lavadouros públicos para a higiene da roupa de casa. No entanto, mais
do que a utilidade diária dos mesmos, os lavadouros foram reabilitados para que
se mantenham vivas vivências passadas e para que as crianças saibam que nem
sempre existiram máquinas de lavar.


Notícias de graves danos na Vila de Coina, ocasionados pelo terramoto de 1755 que fez ruir casas, pontes, igrejas, fontes e estradas.
"… Sim é verdade que houve em outro tempo calçadas desta Vila de Coina para Azeitão, por ser então a estrada da Carreira para Lisboa, porém esta se mudou nos nossos dias para a vila da Moita, que com este benefício cresceu e se aumentou de sorte que Vossa Magestade servido proximamente criar nela o lugar de Juiz de Fora, servindo de cabeça para as mais Vilas circunvizinhas até Coina; se o correio vem hoje por Coina é porque o seu oficial é morador em Azeitão, donde tem casa e família, mas não assim o recoveiro que mora em Setúbal. É certo que a causa de se mudar a Carreira de Coina para a Moita foi por justos e irrefragáveis motivos: - O 1º, foi porque as mesmas calçadas de Setúbal por serras, montes e cabeços, eram incapazes da sua conservação, e ser a passagem da serra perigosíssima para as carruagens; o 2º, foi por ser a dita estrada, por isso mesmo mais sujeita a ladrões, donde eram e ainda hoje são frequentes os seus roubos, pela maior abundância de lugares próprios para os cometimentos dos viandantes; o 3º, foi porque o porto e Rio de Coina corre mais de Norte ao Sul para Lisboa, era muito mais perigosa a viagem do mar, com ventos desta qualidade; o 4º, foi porque a estrada de Setúbal para a Moita é toda livre, plana e desembaraçada, sem refúgio algum escondido para os ladrões, nem atoleiros em tempo de Inverno; o 5º, foi porque a dita estrada é livre de calçadas, excepto a de Palmela, que o seu Concelho traz sempre pronta sem ajuda dos vizinhos; o 6º, foi porque o rio da Moita (Tejo) corre travessão a Lisboa, por causas é mais favorável, com todos os ventos para as viagens do mar".
ANTT, Desembargo do Paço, Estremadura, m. 422, d