História da Radiodifusão Portuguesa (RDP)
Oficialmente, a Emissora Nacional de Radiodifusão, usualmente designada Emissora Nacional, da qual a RDP é sucessora, foi fundada no dia 4 de Agosto de 1935, tendo iniciado as suas emissões regulares em 1 de Agosto.
Contudo, o primeiro passo para a sua constituição foi dado em 1930, aquando de um decreto que criou, na dependência dos CTT, a Direção dos Serviços Radio elétricos, autorizando, em simultâneo, a aquisição dos primeiros emissores de onda média e onda curta em Portugal.
Em 1932, entre Abril e Maio, realizaram-se as primeiras emissões experimentais em Onda Média e em 1934 o mesmo aconteceu relativamente à Onda Curta, que desde logo se assumiu como uma das vocações naturais da jovem estação emissora.
Três anos depois, a sua capacidade de emissão era alargada para atingir a diáspora portuguesa. Data dessa altura o lançamento de um programa de referência - a "Hora da Saudade" - destinado aos emigrantes no continente americano e aos pescadores da frota bacalhoeira.
Ainda em 1934, os estúdios eram transferidos de Barcarena para a Rua do Quelhas, em pleno coração de Lisboa, onde se mantiveram até meados dos anos 90. Nessa mesma rua, mas num outro edifício que outrora acolheu o histórico Rádio Clube Português, funcionava, até ao ano de 2007 o Museu da Rádio. Os estúdios de Barcarena em 1949 foram reutilizados para a realização das emissões do Programa B da Emissora Nacional, antecessora do canal Lisboa 2 da Emissora Nacional, do Programa 2 da Emissora Nacional, da Rádio Cultura e da atual Antena 2.
A Emissora Nacional foi essencialmente definida à imagem das congéneres europeias. Concebida num quadro político interno e externo em que as rádios nacionais desempenhavam sobretudo um papel de veículo dos interesses do Governo, esta caraterística acentuou-se ainda mais no caso português em função do regime autoritário que vigorou até 1974.
Em 1940, libertou-se da tutela dos CTT, iniciando-se, nessa altura, o modelo de implantação regional no continente e ilhas.
Baseada num modelo sóbrio de apresentação e recorrendo a locutores de alta qualidade, a Emissora Nacional, embora assumindo sistematicamente o seu papel de órgão de propaganda do chamado Estado Novo, soube desenvolver uma cultura própria que influenciou fortemente a sociedade e marcou decisivamente a história da rádio em Portugal.
Da dinâmica inicial, que se estendeu ao longo dos anos 50, surgiram as orquestras da Emissora Nacional - Sinfónica, Típica e Ligeira - o Centro de Formação de Artistas da Rádio, onde se revelaram alguns dos grandes nomes da música portuguesa, o teatro radiofónico, de que são paradigma os folhetins e programas, com destaque para o "Domingo Sonoro" e os "Diálogos da Lelé e do Zequinha" que ficaram na memória colectiva dos portugueses.
Os programas mais emblemáticos da Emissora Nacional foram os seguintes: o programa «Serão para Trabalhadores», programa de variedades iniciado em 1941 e transmitido às segundas-feiras ao serão, onde se divulgava o melhor da música ligeira portuguesa da época e o programa mais longevo da estação, pois durou até ao 25 de Abril de 1974; o programa «Retiro da Severa», mais tarde conhecido como «Fados e Guitarradas», transmitido de 15 em 15 dias, em directo do Retiro da Severa e mais tarde em direto do estúdio, ás 10 horas de Domingo; a «Meia Hora de Recreio», programa infantil da estação dedicado aos mais pequenos; os «Serões da Emissora Nacional» e a «Hora de Variedades», programas consagrados á divulgação da música erudita; o «Diário da Emissora Nacional», o único bloco informativo da estação, que mais tarde passou a ser o «Diário Sonoro»; o «Domingo Sonoro», durante a 2ª Guerra Mundial programa semanal de síntese informativa, e depois programa de teatro radiofónico e entretenimento, onde passavam os diálogos de «A Lélé e o Zéquinha», protagonizados por Irene Velez e Vasco Santana.
A EN iniciou as suas emissões em Frequência Modulada (FM) em 1955.
A EN, sendo um dos maiores meios de propagando do Estado Novo, com a revolução a Emissora Nacional é ocupada, e são nomeados militares para todos os cargos relevantes. Passadas as maiores vicissitudes do período revolucionário, as estações de rádio são nacionalizadas, com exceção da Rádio Renascença. E é criada a RDP - Empresa Pública de Radiodifusão, que concentra todas as estações.
Em 1976, a nova empresa adota o nome de Radiodifusão Portuguesa EP, ficando depositária da obrigação de prestar um serviço público de rádio. Em termos de produção, a empresa organiza-se em 4 canais nacionais e 3 regionais para o continente (RDP Norte, RDP Centro e RDP Sul) e 2 regionais para as ilhas (RDP Madeira e RDP Açores), mantendo as emissões internacionais em Onda Curta.
Em 1979, procede-se a uma profunda reorganização interna resultando na criação da Rádio Comercial que, juntamente com os programas emitidos a partir dos centros regionais, entra em concorrência direta com os operadores privados no mercado publicitário.
Entre 1992 e 1994 a RDP inicia nova fase de transformação que conduzirá a um modelo próximo do atual. A Rádio Comercial é privatizada e retira-se a publicidade de todos os canais, deixando-se, assim, o mercado publicitário exclusivamente aos operadores privados. É elaborado um plano com o objetivo de concentrar serviços até então dispersos por vários edifícios da capital no recém-adquirido edifício das Amoreiras, em Lisboa, que passa a abrigar os sectores técnico e de produção, enquanto se alienam progressivamente outras instalações. Desenvolve-se ao mesmo tempo uma política de redimensionamento dos efetivos, de renovação do parque de emissores e de atualização em todos os domínios.
Em 1994, cria-se a Antena 3, a estação jovem do grupo. E no mesmo ano, a RDP é transformada em sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, deixado de ser uma Empresa Pública.
Em 1995, a RDP África surge como um novo canal vocacionado para os países africanos de língua portuguesa.
O esforço de modernização prossegue e a empresa entra decisivamente na era da digitalização. A partir 1998, Portugal passa a dispor, progressivamente, do sistema DAB - Digital Audio Broadcasting - projeto pioneiro no país, inteiramente desenvolvido pela RDP, mas de reduzida visibilidade e adesão popular.
Em 2000, a RDP é incluída na Portugal Global, SGPS - a holding criada para agrupar os média estatais, holding essa que viria a ser extinta em 2003 no âmbito da reestruturação que se avizinhava para o sector.
A prometida reorganização ocorre no início de 2004, com a criação da Rádio e Televisão de Portugal, SGPS, holding que reúne RDP e RTP, e a partilha de instalações e serviços na nova sede conjunta da Avenida Marechal Gomes da Costa, em Lisboa, e em algumas delegações regionais. Paralelamente a isto, a taxa de radiodifusão sonora, até aí financiamento exclusivo da RDP, passa a estar afeta aos dois operadores de serviço público, e são suprimidas as emissões locais da RDP Norte, Centro e Sul.
Finalidade da cache:
Dar a conhecer ao geocacher, a antiga emissora da RDP (Rádio difusão Portuguesa) e um pouco da sua história no tempo.
Esta emissora é agora utilizada para serviços da RTP.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Radiodifus%C3%A3o_Portuguesa
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