Estava eu sentado no sossego deste local (N 38° 43.825 W 027° 03.895), quando ouvi ao longe alguém a pedir ajuda. Era uma menina.
- Fui assaltada – disse ela a chorar.
- Levaram o meu diário – acrescentou, com uma profunda tristeza no seu rosto.
Não podia virar costas e deixar a pobre menina a chorar, pois percebi que aquele diário era muito importante para ela. Decidi ir à procura do assaltante.
Comecei por procurar no canto do edifício do Espirito Santo. Lá estava no chão o rasto do assaltante, pintado de branco. Decidi segui-lo.
Antes de chegar à porta do mercado municipal encontrei o GALANTA encostado à parede.
- Não tens ideias atrevidas – disse ele.
Continuei a seguir o rasto rua abaixo. Mais à frente reparei que alguém suspeito estava do outro lado da rua. Atravessei a rua e junto à porta com o nº 27 o RODRIGUES disse:
- Os meninos moram dentro dos homens.
Não percebi. Se calhar não estava a falar comigo.
Continuei a minha caminhada.
Deparei-me então, com um cruzamento. Fiquei indeciso, para baixo, para a direita ou para a esquerda? Decidi virar à direita. Pelo caminho encontrei o BERTO e o GONÇALVES.
Ali perto avistei uma capela no canto, com um pequeno sino, que despertou-me a curiosidade. Entrei nessa rua.
Mas que surpresa, encontrei novamente o rasto no chão. Segui-o.
Logo depois, um parque de estacionamento no lado esquerdo, onde um carro suspeito estava estacionado lá no fundo.
Não era nada.
No entanto, fiquei surpreendido com a calçada de pintas brancas. Não é costume. Segui as pintas brancas a ver onde me levava. Acabei numa rua de calçada com janelas e portas a decorar a sua passagem. E quem é que lá estava, mesmo à minha frente? A TRULU.
- A minha língua é comprida - disse ela.
Pois, deve ser. Mas isso em nada me ajuda a encontrar o assaltante.
E agora, para onde vou? Para cima ou para baixo? Fui para baixo porque me pareceu mais lógico.
Antes do cruzamento, quase tropecei na EDUARDA, que me disse:
- A praia é linda menina.
Ah isso é!
Para recarregar energia, fui tomar um cafezinho com a Terezinha. Depois continuei a seguir as portas e as janelas da calçada. Em frente à Astória o MARTINS falava sobre o mar. Era sinal de que o mar se encontrava perto.
Estava quase a chegar ao fim da rua, quando ouvi o ANTERO a falar sem parar. Mas não percebi nada do que estava a dizer.
De repente avistei uma bela estátua, mesmo no centro de uma linda praça.
Gostava tanto de dar uma palavrinha ao Sr. Presidente nos Paços do Concelho, mas não posso. Tenho de encontrar aquele assaltante.
Não falei com o Sr. Presidente mas falei com o VITORINO, mesmo junto ao edifício património da cidade. Quando me aproximei, disse-me:
- A minha vida não tem idade: tem tempo.
Um bom ponto de vista, sim senhor.
Na rua mesmo ao lado, encontrei novamente o rasto no chão. Excelente! Afinal, não estava perdido.
Fui rua abaixo e quando comecei a ver o mar, nas minhas costas o BRAVO disse em voz alta:
- Não estais contando bem?
Contando? Eu?
Um pouco mais à frente, o rasto terminou. E agora? Para onde vou?
O meu instinto levou-me a seguir o passeio dos poetas, junto ao lindo areal da praia: “Que em menino andou”, achei que estava no caminho certo.
Mais uns metros à frente encontrei uns peixinhos e o rasto novamente. Porreiro.
O rasto estava quase a terminar. E quem é que estava ali? O JOSÉ a falar da fome.
Escassos metros à frente encontrei o BARROS a falar do coração da ilha.
Continuei entre os pilhares e logo à direita, no canto, o CANDEIAS perguntou-me:
- E se no fim faltar o cais para a chegada?
Mas eu não vou viajar!
Parei um pouco para admirar o grande Ramo Grande. Olhei em redor e apareceu o CARLOS a falar da sua vida:
- Quando nasci...
Mas eu queria era saber do assaltante, não da vida do Carlos.
Onde é que te meteste? Para onde foste?
Desistir?
Não. Nem pensar. Tenho de encontrar aquele diário.
Para recuperar o Diário da Júlia, na matriz em anexo, terá de colocar por ordem crescente os anos encontrados nos diversos locais da história (são 25 no total). Os nomes em letras MAIÚSCULAS correspondem aos respetivos locais
O ano 1842, que irá encontrar num dos pontos, já está inserido na matriz como exemplo.
N 8D 21Cº 1C 16D . 23B 4C 18D
W 6C 25A 13Dº 24C 9C . 19D 12C 2C