Serra Amarela
Miguel Torga descreveu nos seus Diários (25-VII-1945) que a “a Serra Amarela é um dos ermos mais perfeitos de Portugal. Situada entre o Gerês e o Lindoso, as suas dobras são largas, fundas e solenes. Sem capelas e sem romarias, cruzam-na os lobos, os javalis e as corças. A praga dos pinheiros oficiais ainda lá não chegou. De maneira que mora nela o sopro claro das livres asas e o riso aberto dos grandes sóis. Não há estradas, senão as da raposa matreira, nem pousadas, senão as cabanas dos pastores. É Portugal nuclear, a Ibéria na sua pureza essencial e granítica. Um pé de azevinho aqui, urzes milenárias acolá, um carvalho numa garganta, nenhum coração de entre o Douro e Minho pode deixar de se sentir aquecido e reconfortado em semelhante chão.”
Casa das Neves
Há séculos atrás a Serra Amarela viveu a 'little ice age', estando com neve durante seis meses em cada ano. Na Portela da Serra Amarela, na conhecida Chã da Fonte, existiu a chamada Casa da Neve, propriedade de Arcebispos de Braga, mandada construir pelo arcebispo de Braga, D. Sebastião de Matos Noronha e reedificada e cheia de neve pelo arcebispo de Braga D. Luís de Sousa, entre 1687 e 1690, para abastecimento de gelo ao paço arquiepiscopal.
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