Freguesia do Cercal
Situada no extremo leste do concelho e limite com o concelho de Azambuja, a freguesia de Cercal dista cerca de 14 quilómetros da vila de Cadaval. Nos seus terrenos foram identificados vegetais docotilodónios, que são dos mais antigos da Europa. Compreende também o lugar de S.Salvador.
É neste último lugar que se encontra a certidão de antiguidade do povoamento do território da freguesia. Trata-se do pequeno castro de S. Salvador, também designado simplesmente por Salvador, descoberto por Hipólito Cabaço, que aí recolheu, entre outro material, cinco fíbulas de bronze. Ocupado durante a idade do ferro, possui numa linha de muralha na vertente oeste, desconhecendo-se até á data quaisquer vestígios de habitações. As fibulas, que se encontram no Museu Hipólito Cabaço, em Alenquer, foram estudadas por Salete da Ponte. Os seus modelos foram datados entre o séc. IV a.C. e o séc. II da nossa era.
A zona leste do concelho, onde Cercal se integra, parece ter sido uma área de fixação árabe ou moçárabe. E parece comprová-lo o importante vestígio arquitectónico atribuído ao período muçulmano. Trata-se de um pequeno morabito, local de culto da religião islâmica, erguido numa pequena elevação sobranceira à localidade do Cercal. O exemplar do Cercal foi restaurado e adaptado a local de culto cristão no inicio do séc. XVII, por um morador da aldeia, tendo-lhe sido acrescido o corpo da capela.
Desde os tempos da Reconquista que a povoação de Cercal se foi destacando em termos de densidade populacional. Durante toda a Idade Média são aqui assinaladas diversas transacções fundiárias. A freguesia de S. Vicente de Cercal começou por ser um curato da apresentação do cabido da Sé de Lisboa, no termo da Vila de Cadaval. Em termos administrativos pertenceu inicialmente ao concelho de Cadaval, passando em 1836 para o antigo concelho de Alcoentre, extinto em 24 de Outubro de 1855, data em que passou novamente para o de Cadaval. Foi anexada ao concelho de Azambuja, em 26 de Setembro de 1895, voltando ao de Cadaval em 13 de Janeiro de 1898.
A igreja matriz do Cercal, dedicada a S. Vicente, é um dos exemplares mais curiosos da arquitectura religiosa do concelho. Alia uma certa notabilidade artística ao arcaísmo que emana do seu interior. No exterior apresenta uma pequena e encantadora galilé e, no alçado leste, um painel de azulejos datado de 1664. O interior é todo forrado a azulejos do século XVII, de tipo tapete, incluindo a abóbada da capela-mor.
A proximidade da aldeia de Cercal relativamente à estrada que se dirigia para o estabelecimento termal de Caldas da Rainha, fez da povoação lugar privilegiado para figurar nos itinerários régios. Ao que consta, o rei D. João IV visitava frequentemente o Cercal, aqui pernoitando, na ida ou na vinda das Caldas. A assinalar a sua presença na freguesia de Cercal existe uma lápide comemorativa colocada na parede exterior da casa onde por várias vezes se instalou.
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| Fonte no Cercal |
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Projecto GeoCadaval "Cadaval - A Flôr do Oeste"
IMPORTANTE
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