Gravuras segundo
Revista “O Ocidente” XV Volume, nº 490 – 15º Ano, de 1 de Agosto de 1892

D. Maria Rosa da Veiga Araújo, Viscondessa dos Olivais, viúva do primeiro visconde do mesmo título, nasceu na freguesia de S. Lourenço de Macau, em 1823, filha de Joaquim José Ferreira da Veiga e de D. Rosa Joaquina Paiva,
A sua vida foi sempre um exemplo das mais sãs virtudes, quer no seio da família, quer no meio da sociedade, devotada ao bem como a maior satisfação do seu coração bom e generoso, lidando sem cessar na cruzada da caridade, ideal da sua grande alma que toda se comprazia em tão santa prática.
Dirigindo a Srª viscondessa dos Olivais por muitos anos o asilo da Lapa, pertencente à sociedade das Casas de Asilo, quis em 1866, fundar um asilo seu, mantido pela sua bolsa e sob o mesmo regime dos asilos da referida sociedade.
Escolheu para esta fundação a freguesia dos Olivais, às abas de Lisboa, onde naquele tempo não existia uma só casa de educação e muito menos de beneficência.
Foi este um monumento que levantou em vida, em benefício de tantas crianças que ali recebem o pão do espírito e do corpo, e que para a ilustre finada constituía os seus melhores cuidados, a sua maior satisfação.
Era de ver a alegria com que todos os anos, no dia 24 de Maio celebrava o aniversário daquela casa de caridade, onde repetidas vezes ia assar horas em companhia das crianças, dizendo que preferia ir ali, a ir ao teatro de S. Carlos, sentindo-se muito mais feliz no meio das educandas do seu asilo, do que em camarote de ópera, entre as galas de uma récita de festa.
Este simples traço desenha o perfil moral da benemérita senhora a que a “Sociéte de l’encoragement au bien” de França distinguiu, em 1886, com uma medalha de honra pelos serviços prestados à humanidade.
A Srª viscondessa dos Olivais tinha uma das mais vastas lavouras de Portugal, na margem direita do Tejo, onde se cria grande quantidade de gado cavalar e touros, e se fez em larga escala a cultura de cereais, tendo adotado nestas suas propriedades os instrumentos mais modernos da agricultura.
Desprendida das galas e vaidades do mundo, a modéstia era a norma do seu viver, e uma das cláusulas do seu testamento foi a de que o seu funeral se fizesse sem pompa, desejando antes os sufrágios espirituais do que as pompas vaidosos dos crepes funéreos.

Como nota histórica desta velha localidade de Lisboa, sabe-se que o Campo da Feira, nas traseiras da Igreja Matriz passou a denominar-se Rossio e, hoje, Largo Viscondessa dos Olivais.
O Rossio foi traçado logo após o grande terramoto de Lisboa em 1755 que destruiu a Igreja Paroquial, onde só o cruzeiro ficou intacto no adro da Igreja Matriz, foi oferecido no ano de XPTO, por Francisco de Paiva, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, conforme é atestado na pedra que lhe serve de base
O Rossio viu, então, crescer nas suas imediações os primeiros arruamentos: a Rua das Casas Novas, a Calçadinha dos Olivais e a Rua Nova, tendo sido beneficiado em 1891 – de um chafariz de tanque circular e de um coreto em ferro fundido, assente sobre uma base de tijolo, onde a Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense, criada em 1886, realizava concertos.
Vista panorâmica do Largo do Rossio dos Olivais

Coordenadas da lapa
N 38º 46,(X)(T-X)(O+T-X)
W 09º 06,(T)(X+P)(O-T+X)
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