O Trilho das Eiras é um percurso circular, localizado no concelho de Vila Nova de Famalicão, a nordeste da cidade. Com uma extensão de 9Km, ocupa uma área significativa daquele que é vulgarmente conhecido por Monte das Eiras.
O trilho varia entre os 200m e 350m de altitude, apresentando um declive médio de 6,5%. O percurso é maioritariamente plano, salvo raras exceções, onde poderá atingir declives na ordem dos 20%.
Os pavimentos vão variando entre a calçada e a terra batida, com exceção da parte inicial, que apresenta pavimento em betuminoso. Aí deverão estacionar o cachemobil, junto à cache #1 e fazer o percurso a pé, seguindo a ordem indicada.
Durante o percurso poderão encontrar 27 caches, colocadas por nós. Os containers são todos diferentes e estão relacionados com os temas do trilho ou com a fauna e flora existentes. É muito importante que não divulguem fotos dos containers para não estragarem a surpresa a quem vier fazer o trilho posteriormente.
O tempo estimado para percorrer todo o trilho e realizar as caches é de 4 a 5 horas. E porque não fazer um picnic?! As muitas sombras existentes ao longo do percurso, pontualmente acompanhadas do som da água a correr, convidam a bons momentos de relaxamento!
Aproveitem também para fazer as outras caches que estão localizadas nas proximidades deste trilho.
O trilho das Eiras percorre um vasto território daquela que é a segunda maior área florestal do Município de Vila Nova de Famalicão. A espécie arbórea dominante é o eucalipto, à semelhança do que acontece por todo o litoral norte e centro do país.
Contudo, ao longo do percurso conseguimos encontrar várias manchas florestais de espécies autóctones, como é o caso do carvalho e do sobreiro, que vão conferindo um carácter especial ao trilho, recordando as paisagens ancestrais do verde Minho.
Podemos ainda descobrir outros tipos de árvores que, apesar de não serem autóctones, foram trazidas para o nosso país há muitos séculos atrás e estão perfeitamente integradas na paisagem e adaptadas ao nosso solo e clima. É o caso do pinheiro bravo e do cedro.
Ao longo do percurso, a área florestal vai alternando com áreas agrícolas e vinícolas, proporcionando-nos uma paisagem rica e muito diversificada. E como estamos no Minho, pequenos cursos de água vão surgindo também pelo caminho, interrompendo o silêncio que por ali se faz sentir.
Se tiverem sorte, poderão ainda encontrar algumas das muitas espécies animais que por ali habitam, nomeadamente a salamandra e outros anfíbios, o esquilo e outros pequenos roedores, a raposa, o coelho bravo e uma grande variedade de répteis.
Há que destacar ainda os miradouros naturais que nos proporcionam belíssimas vistas em várias direções, já que o trilho percorre grande parte da cabeceira do monte. Em dias de céu limpo é possível avistar-se a Serra do Alvão, localizada a 60 Km de distância!
Além da componente natural, o Trilho das Eiras tem também uma forte componente arqueológica. Nesta área está localizada uma das maiores concentrações de vestígios castrejos, civilização da idade do ferro que se desenvolveu no noroeste peninsular entre os séculos III a.C e I d.C. Três castros de grandes dimensões ocupam toda a cabeceira do monte. São eles o Castro de Santa Cristina, o Castro de Vermoim e o Castro das Eiras. São sítios de notável enquadramento paisagístico, com uma implantação estratégica que lhes permite dominar visualmente um extenso território envolvente, incluindo as bacias hidrográficas dos rios Pele e Pelhe, e lhes confere uma posição de lugar central no quadro do respetivo ordenamento territorial.
Dotados de fortes sistemas construtivos, com várias ordens de muralhas e uma clara organização proto-urbana de estrutura regular, com arruamentos e construções de planta circular ou quadrangular, correspondente aos primórdios da influência romana na região, estes povoados evidenciam já uma clara hierarquização no modelo de organização e ocupação do território, articulando-se entre si numa rede bem estruturada de funções, valências económicas e dependências.
Dos 3 lugares enunciados, o Castro das Eiras é o maior e também o que apresenta mais áreas escavadas. Destaque para o balneário e a sua pedra formosa, cuja réplica pode ser visitada no Parque da Devesa, no centro da cidade de Famalicão.
Num pequeno planalto existente, podemos encontrar as 4 Mamoas de Vermoim, pequenas colinas em terra, de forma circular, que tinham o objetivo de proteger o dólmen, cobrindo-o completamente. Cada mamoa teria a função de esconder e proteger a sepultura, conferindo-lhe, ao mesmo tempo, maior monumentalidade. É possível que tivesse também fornecido um plano inclinado para o transporte da tampa da câmara do dólmen até à sua posição definitiva. Estas sepulturas megalíticas monumentais correspondem com certeza a relíquias de antepassados importantes. O dólmen, escondido debaixo da colina artificial, era como um “útero” abrigado do olhar.
Ainda na área abrangida pelo trilho das Eiras, podemos encontrar os vestígios do Castelo Medieval de Vermoim e a Calçada Medieval, que lhe servia de acesso a partir do vale do Rio Pele. O sítio possui boas condições naturais de defesa, com exceção do lado norte. Por essa razão foi estabelecida a Atalaia de Telhado, pequena elevação rodeada por um talude, a nor-noroeste do Castelo de Vermoim, com o objetivo de resolver o problema de falta de visibilidade que aquela fortificação tinha para norte.
Ao longo do percurso podemos ainda descobrir vestígios de quintas, casas e muros de granito, memórias de um passado mais recente.
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