|
Conta a história que á em tempos passados viveu nesta Vila um Capitão de nome Rayeo que governava com justiça sobre os habitantes. A vila prosperava com mercadores de todos os cantos do mundo. Como em todos os lugares onde há ouro há vilões, Rayeo temendo pela segurança do seu povo resolveu conceber um plano para por a salvo todas as riquezas da vila.
Reuniu os mais belos tesouros e escondeu-os mas temendo que fossem descobertos não contou a ninguém onde o tinha feito. Ao regressar a sua casa foi abordado por dois meliantes que o assaltaram e feriram de morte, deambulado pelo campo chegou á pequena e humilde casa do Alfaiate, mas este não estava em casa, não querendo ficar em divida para com as pessoas que lhe tinham confiado tamanhas riquezas escreveu num tecido a localização do tesouro.
No final do dia, ao regressar a casa o Alfaiate e a sua filha encontram o corpo do Capitão Rayeo e o Alfaiate levou-o de volta para a vila onde todos lamentaram o infortúnio da sua morte.
Durante algum tempo todos ficaram em silêncio mas em breve a suspeita e os rumores começaram, e o Alfaiate viu-se na boca do povo que o acusava de se ter apoderado do tesouro da vila. Assim o Alfaiate foi preso e levado ao novo Regente que havia substituído o Capitão Rayeo, um homem vil, que apenas aspirava ter grandes riquezas.
Ao ser confrontado com as suspeitas de ter ficado com o tesouro o Alfaiate negou peremptoriamente e declarou-se inocente, ainda assim o regente não acreditou e condenou-o á prisão onde deveria trabalhar arduamente o restos dos seus dias.
Os dias tornaram-se semanas, as semanas, meses…
Caída em desgraça sem saber ler nem escrever e privada de todos os seus bens com a prisão do seu pai o Alfaiate, a rapariga ocupava o seu tempo a bordar. A mestria dos tecidos e linhas estava-lhe no sangue e em breve os seus bordados com pequenos rabiscos começavam a ficar famosos.
Certo dia um abastado mercador passou pela vila e deparou-se com a filha do Alfaiate, que lhe contou a triste história de seu pai. Enternecido pela rapariga prometeu ajuda-la e levando-a consigo, mas a pobre rapariga não podia deixar o seu pai preso nos calabouços. Então o mercador foi ter com o Regente e ofereceu-se para pagar pela liberdade do Alfaiate.
O Regente ao ver a bolsa cheia de ouro arregalou os olhos, mas a cobiça falou mais alto e para que ele libertasse o Alfaiate exigiu que a filha bordasse uma enorme tapeçaria para expor na janela do seu castelo e que lhe trouxesse fama. O Regente ao fazer tal pedido sabia que era uma missão impossível pois na realidade não pretendia libertar o Alfaiate.
A rapariga com o apoio do mercador comprou uma longa tela e todos os dias a rapariga sentava-se na rua e bordava, esta tarefa caiu em graça e em breve todas as mulheres da vila se juntavam á sua beira e juntas bordavam a tapeçaria, tornando assim o trabalho mais fácil. Quando finalmente conseguiram terminar, o tapete foi levado ao Regente, este ao ver tamanha beleza foi obrigado a cumprir a sua promessa e libertou o Alfaiate.
Para comemorar a grandiosidade do trabalho o Regente decidiu fazer uma festa e do alto do seu castelo seria exibido o tapete com as enormes dimensões de cento e dezoito passos de comprimento por cinquenta e um de largura. Assim no dia da festa depois de toda a Vila comer e beber os sinos tocaram para anunciar a exibição, todos se reuniram e qual não foi o seu espanto ao verem que tal como em cada pequeno rabisco que a filha do Alfaiate bordava também o tapete era o verdadeiro tesouro da Vila.
Do tesouro nada se sabe se ainda está escondido ou se ainda resta alguma peça, o tapete também esse desapareceu, o que resta nos dias de hoje para além da tradição dos tapetes, em que cada um expõe os seus pequenos tesouros nas ruas de Arraiolos é um esboço do que seria aquela bonita tapeçaria.
Aproveite conheça Arraiolos e visite tambem:
1.Castelo de Arraiolos, um dos únicos castelos circulares do Mundo,
2.Pousada de Nossa Senhora da Assunção
3.Igreja Matriz
4.Igreja da Misericórdia de Arraiolos
5.Palácio da Sempre Noiva
6.Pelourinho de Arraiolos
|