A construção da Linha da Beira-Baixa foi considerada uma das mais difíceis em Portugal, tendo sido empregadas várias obras de arte, e de grandes dimensões. O primeiro troço, entre Abrantes e a Covilhã, foi inaugurado em 6 de Setembro de 1891, enquanto que o segundo troço, desde aquele ponto até à Guarda, foi terminado no dia 11 de Abril de 1893, e inaugurado em 11 de Maio do mesmo ano. Foi planeado aproveitar parte do traçado desta Linha para construir uma ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid, mas decidiu-se fazer esta união pelo Ramal de Cáceres, por Valência de Alcântara.
A cerimónia de inauguração não contou com grandes artifícios, tendo sido bastante modesta, pelos padrões da época; o comboio inaugural partiu do Rossio às 9 horas da noite, e, após ter feito várias paragens para o abastecimento de água, chegou à Guarda às 7 horas da manhã. Entre os convidados, contava-se o ministro das Obras Públicas, Bernardino Machado, alguns dos administradores e outras chefias da Companhia Real, e vários jornalistas. O comboio foi recebido, na Guarda, por várias autoridades civis e militares, enquanto que uma banda militar tocava o Hino da Carta. Depois de um almoço, realizado no armazém de mercadorias da estação, o comboio partiu para a Covilhã, tendo parado em todas as estações, onde foi recebido pelo povo. No regresso, saiu da Covilhã por volta das 15 horas e meia, e chegou a Lisboa depois da meia-noite.
Na altura da inauguração, esta linha era considerada como uma das mais sólidas e seguras para a circulação ferroviária no território nacional, podendo ser atingidas, nalguns troços, as velocidades de 60 e 75 km/h. Esta linha apresentava uma considerável importância, pois fechava o círculo entre as redes ferroviárias do Norte e do centro do país, permitia ligações mais rápidas entre a Guarda e a capital, além que desenvolveu as regiões por onde passou. Nessa altura, estava planeada a construção do Ramal de Monte Barro, que seria uma ligação directa entre a Estação de Sabugal e a Linha da Beira Alta, para ser utilizada pelos serviços internacionais.
A Ponte dos 8 Arcos faz parte do troço ferroviário entre Covilhã e Guarda, que foi encerrado em 2009, modernizado em 2020 e reaberto em 2021. Durante 11 anos os comboios não passaram por aqui, (a estação da Covilhã foi o terminal da Linha da Beira-Baixa). O local onde se encontra a cache foi e é um dos preferidos dos fotógrafos e entusiastas ferroviários.