A religiosidade dos habitantes de Vila Nova como da restante freguesia, foi sempre bem patente em múltiplas vertentes da sua vivência, sendo uma delas as várias capelas da freguesia com o seu Santo, ao qual, anualmente os moradores faziam uma festa, com missa solene e procissão com o andor do padroeiro em volta do povoado na parte da manha, seguindo-se o almoço festivo normalmente com batatas e arroz do forno e cabrito ou cordeiro assado. À tarde, normalmente numa eira fazia-se uma especie de “arraial” onde se efectuava o leilão do Santo com os donativos, que nesses tempos eram em géneros ou produtos caseiros, recolhidos pelos mordomos aquando do peditório para a festa pela freguesia.
Esta cache e outras que pensamos criar, são para manter viva as memórias deste povoado que os nossos antepassados nos foram transmitindo. Recordamos, entre muitas pessoas ligadas a esta capela, o Padre Agostinho Sousa, homem de paz e concordia como missionário da “Boa Nova” em Moçambique e que fazia sempre questão de aqui vir rezar quando às origens regressava. O “Tio” Abel Sousa que em comunhão com a sua familia tanto se dedicou à manutenção desta capela, à sua recuperação e à recente restauração, tendo surgido desta a dúvida se a capela terá sido sempre dedicada ao Santo Antonio ou não.
Se por este lugar passarem, respeitem o lugar e a memória daqueles que o construiram, estimaram e mantiveram. Se um dia conseguirem entrar no seu interior apreciem a pintura na parte de baixo do altar e tentem decifrar a que Santo/a orginalmente a capela foi dedicada.