A IGREJA PAROQUIAL
A edificação da sua igreja paroquial, é anterior a 1534, pois, nessa data, por determinação do PE. António Pereira, sofreu a ampliação do seu altar-mor e foram demolidas as casas do ermitão que estavam ligadas ao corpo da igreja e procedeu-se ao arrendamento do adro e do passal do curado.
Situada no cômoro mais elevado da povoação, dominando ao ocidente a silhueta da cidade de Beja, recortada pelos coruchéus das suas igrejas e pelo seu pitoresco casario, a igreja paroquial de Nossa Senhora das Neves conserva grande parte da sua estrutura manuelina.
O seu portal é gótico, de pedra da região, com base rebordada e composto por capitulação floral e discoide inscrevendo-se num arco policêntrico, com toros e elementos ornamentais típicos da arte manuelina.
A sua nave de planta rectangular, em grossa alvenaria alva de caio, dispõe-se em três tramos de arcadas cegas fechadas por abóbada de arcos góticos, iluminando, uma única luneta axial, o seu sombrio interior.
De fundamentos quinhentistas é o recorte exterior da sacristia. Cobre-se, no seu interior, por um cúpula de linhas radiadas e lanterneta circular, dispõe-se em planta quadrada, com cúpula de meia laranjada assentes em trompas, não conservando vestígios de decorações murais. O paramenteiro é obra de madeira e deve datar do século XVIII.
No corpo da nave, sobressaem duas esculturas que datam também do século XVIII representando S. Vicente Ferrer e S. Domingos de Gusmão, a primeira medindo cerca de 90 cm de altura e a segunda, 96 cm.
A sua capela-mor é de planta rectangular e tecto redondo. Sofreu várias transformações após a visitação de 1534, chegando até nós um grande janelão que a ilumina, de 1902, que foi custeado pelo benemérito Manuel Guerreiro da Costa Branco.
O Cruzeiro de Nossa Senhora das Neves situa-se agora defronte da Igreja, numa pequena rotunda relvada, depois de em 2003 a Junta de Freguesia local ter decidido mudá-lo no sentido de lhe dar maior destaque e embelezar o largo.
O seu local original situava-se a cerca de 200m da frontaria da igreja, na íngreme encosta ocidental, em terra de semeadura, de difícil acesso o que lhe dava um ar de abandono e à mercê da maquinaria agrícola, tendo sido colocado nesse local um marco em mármore indicativo.
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