A Estação de Santiago era o ponto intermédio mais importante do Ramal de Sines, o qual se iniciava na linha do Sul em Ermidas do Sado e passava pelas estações de Abela, São Bartolomeu da Serra, Santiago do Cacém e Ortiga e terminava em Sines. Era aqui que havia a possibilidade de fazer cruzamento de composições.
O primeiro troço deste ramal, entre Ermidas e São Bartolomeu, foi inaugurado em 1927. Sete anos depois a via chegou a Santiago do Cacém e só em 1936 o ramal estava finalmente concluído, com a chegada do comboio a Sines.
Para além do transporte de passageiros, este ramal ferroviário servia para o escoamento dos produtos da região, nomeadamente o trigo, a madeira e a cortiça e mais tarde o minério extraído nas minas de Cercal do Alentejo. Para os passageiros era possível, através da ligação à Linha do Sul, chegar ao Barreiro e depois de barco a Lisboa. Em Santiago do Cacém havia um “estafeta”, assim era chamado e conhecido por todos pois a maioria das pessoas nem lhe sabiam o nome, que diariamente se deslocava a Lisboa, por comboio, fazendo compras que lhe pediam e transportando encomendas das lojas (a deslocação entre a vila e a estação fazia-a de triciclo motorizado).
As Estação de Santiago do Cacém tal como a de Sines, está ornamentada com painéis de azulejos alusivos às actividades da região e é certamente das mais bonitas existentes em Portugal.
É isso que pretendemos dar a conhecer com a colocação desta cache na Estação de Santiago do Cacém.
Entre Santiago do Cacém e Sines existia a Estação da Ortiga, onde nos tempos da máquina a vapor o comboio ia tomar água, que ostentava também painéis de azulejos, da mesma qualidade e beleza, mas com a desactivação do serviço de passageiros, em 1990, foi infelizmente demolida. No local ainda hoje existem os cais de embarque de passageiros e mercadorias e o depósito da água.
Anos mais tarde foi também desactivado o serviço de mercadorias na parte final do troço, e todas as estações encerradas, não havendo circulação de comboios para além dos que vão aos terminais de contentores e de carvão do Porto de Sines.
A maioria dos edifícios contíguos à estação estão abandonados e desta, apenas uma pequena parte está ocupada. Era no cais em frente à estação, do outro lado da via, que durante muitos anos se fez o embarque do minério proveniente das minas de Cercal do Alentejo, com destino à Siderurgia Nacional em Paio Pires.
Nem todos os painéis de azulejos estão devidamente visíveis pois um deles, o que ostenta o escudo Nacional e as letras dos Caminhos de Ferro Portugueses está um pouco encoberto com um toldo.