Costado da Nau - Uma arriba diferente
Português
A Ilha do Faial

Foto: D. R. Ambiente
De forma aproximada de um pentágono irregular, com 21 km de comprimento no sentido leste-oeste e uma largura máxima de 14 km, a que corresponde uma área de 172,43 km2.
O Cabeço Gordo, com 1043m, é a maior altitude da ilha.
A geomorfologia da ilha
A ilha emergiu de uma fractura tectónica de orientação ONO-ESE,a mesma que deu origem à Ilha do Pico, denominada Fratura Faial - Pico.

Constituída integralmente por materiais vulcânicos, a ilha do Faial estrutura-se em torno de um grande vulcão central, em cujo centro se situa uma profunda caldeira, com relevos muito jovens, pouco trabalhados pela erosão e pelo tectonismo.
No topo do Maciço da Caldeira, abre-se uma grande cratera de abatimento, a Caldeira, quase perfeitamente circular e com cerca de 2.000 m de diâmetro no seu bordo interior. No fundo da Caldeira, a cerca de 570m acima do nível médio do mar e mais de 400m abaixo da cumeeira.

O Vulcão dos capelinhos e o Costado da Nau

"Na madrugada do dia 27 de Setembro de 1957, com a terra balançando continuadamente, os "vigias da baleia" do Costado da Nau, a escassos metros acima do Farol dos Capelinhos, notaram o oceano revolto a meia milha da costa, para os lados de oeste. Assustados, desceram ao farol, alertaram os faroleiros e os seus companheiros de baleação no porto do Comprido.
Não era baleia, nem cachalote nem outro bicho qualquer – o mar entrava em ebulição e havia cheiros fétidos!"
É assim que descreve o início do vulcão dos Capelinhos, o vulcanólogo açoriano, Vitor Hugo Forjaz.

O vulcão dos Capelinhos, formado em 1957/58, é o mais recente e mais ocidental dos vulcões monogenéticos que integram a Península do Capelo, uma região de vulcanismo fissural basáltico s.l. de idade holocénica que se desenvolve no extremo Oeste da Ilha do Faial.

A erupção dos Capelinhos iniciou-se a 27 de Setembro de 1957, a cerca de 1 km ao largo da ilha do Faial e a baixa profundidade (20 a 60 m) A actividade deste vulcão terminou no dia 24 de Outubro de 1958, ao fim de quase 13 meses.
É constituído por um cone de tufos surtseiano e um cone de escórias, que reflectem a evolução do vulcanismo basáltico que o originou, passando de uma actividade hidromagmática, a uma actividade predominantemente estromboliana. A alteração das características da erupção, de submarina para terrestre, deveu-se ao isolamento dos centros eruptivos do mar.

O cone principal resultante atingiu uma altura máxima de 160 m, o volume de material emitido foi da ordem dos 174 milhões de m3 e houve um aumento de 2,4 km2 na área da ilha do Faial, da qual restam actualmente apenas 0,6 km2 devido à intensa erosão (essencialmente marinha) de que é alvo.

Foto: Ferreira, O. Veiga
Até 1957 a linha de costa mais ocidental do Faial era o Costado da Nau, mas o Vulcão dos Capelinhos, fez surgir o “pedaço” de terra mais jovem de Portugal que originou uma nova ilha que depois se uniu ao Faial. O extremo oeste da ilha passou a então ser constituído pelas novas estruturas construídas pelo vulcão dos Capelinhos

Um local a visitar não só pela impressionante paisagem que proporciona como pela importância cultural e cientifica do Centro de Interpretação ali edificado.


O que é uma Arriba (ou Falésia)?
Forma particular de vertente costeira, com declive forte (15º a 90º).
As arribas são talhadas pela acção conjunta de agentes morfogenéticos marinhos, sub-aéreos e/ou biológicos, podendo verificar-se franca dominância de um destes agentes.
As arribas podem ter altura (comando) muito variável, desde poucos metros a várias centenas de metros.
A parte superior da arriba, em que se verifica ruptura de pendor de ordem maior que corresponde à transição da face da arriba para a zona superior, designa-se por crista da arriba.
Na base da arriba define-se, com frequência, uma zona de escavamento provocado pela actuação da onda, que se designa por sapa, e que pode ser mais ou menos pronunciada.
É a progressiva evolução desta sapa que tira sustentação à parte sobrejacente da arriba, acabando esta por cair, o que tem como consequência que toda a face da arriba acabe por evoluir e recuar na direcção ao continente.
A face da arriba não é mais do que a superfície dominante da arriba, definida pela intersecção entre a parte externa das formações geológicas em erosão e a atmosfera (ou a água marinha).
Tipos de Arriba
Ativa
Arriba marinha em que as ondas continuam activamente o processo de modelação.

Quando os processos marinhos deixam de actuar a base da arriba, o perfil desta modifica-se. Os materiais provenientes dos processos sub-aéreos sobre a arriba deixam de ser evacuados pela agitação marítima e acumulam-se junto à base, constituindo um talude. A arriba marinha atinge, então, o estado de arriba inativa.
Inativa
Arriba marinha que foi subtraída à acção do mar, devido a variação do nível médio do mar ou a acumulação de sedimentos.

Se a arriba continua durante muito tempo a não ser actuada pelos processos marinhos, os processos sub-aéreos vão erodindo a sua parte superior e depositando os materiais junto à base, onde se constitui um depósito de sopé. O perfil da arriba adquire forma sigmoidal, atingindo o estado de arriba fóssil.
Fóssil
Uma arriba fóssil é uma arriba antiga em que os processos morfogenéticos dominantes deixaram de ser os marinhos, passando a ser os subaéreos, pelo que o perfil passou a ter aspecto marcadamente sigmoidal, adoçado no topo (devido à actuação dos processos continentais) e na base (devido à acumulação dos materiais provenientes da erosão do perfil e que deixaram de ser transportados pelas ondas).

Sobre esta EarthCache
Nas coordenadas indicadas como ponto de observação (OBS: N 38° 35.821 W 028° 49.574) e na direção do GZ desta EarthCache consegue observar a arriba Costado da Nau.
Para efetuar o log, deverá enviar uma mensagem através do meu perfil de geocaching com as respostas às seguintes questões:
- Descreva, por suas palavras, o que é uma arriba;
- Que tipo de arriba é o Costado da Nau?
- Estime o seu comando;
- Classifique as rochas existentes no ponto de observação (OBS) quanto ao tipo, cor, tamanho e porosidade;
-
TAREFA OBRIGATÓRIA:Deverá tirar uma foto sua, onde você apareça (ou com um papel/placa onde conste o seu nickname e a data da visita) e que comprove a sua presença no GZ desta EC - NÃO META SPOILERS. Esta foto deverá ser colocada no seu registo ou enviada por email ou sistema de mensagens de Geocaching, para o owner!
Avisos relativos ao local:
- As coordenadas do GZ referem-se às coordenadas do fenómeno geológico. Não deve tentar chegar a estas coordenadas. As respostas devem ser obtidas no ponto de observação (OBS: N 38° 35.821 W 028° 49.574) fornecido.
Costado da Nau - A different cliff
English
Available Soon...
