Lavadouros Públicos
Os lavadouros públicos surgiram em finais do século XIX.
Sem saneamento básico, a roupa era lavada nos tanques públicos em pedra, cobertos com lusalite.
A roupa suja era carregada em trouxas até ao lavadouro público local, uma tarefa dura e ingrata, onde era ensaboada com sabão azul e branco e esfregada na pedra áspera de granito a torcer.
Neles juntavam-se várias mulheres da comunidade em ambiente de conversa e convívio, onde se cantava e se inteiravam dos boatos e mexericos.
Existiam ainda as lavadeiras profissionais aí lavavam as roupas das clientes.
Ainda hoje existem alguns destes lavadouros públicos, mas condenados ao desaparecimento.
Poema da Lavadeira
Lava, lava, lavadeira,
Com a alma, com a mão.
Água canta na torneira
Sua líquida canção.
Lava, lava, lavadeira,
Sem descanso, sem razão.
Sua história verdadeira
Escreve-se com sabão.
Água canta na torneira
Sua líquida canção,
Lava, lava, lavadeira,
Com a alma, com a mão.
A manhã é transparente,
Brilha o sol com seu calor.
Tanto sonho de repente
Misturado com suor.
Lava, lava, lavadeira,
Sua roupa-ganha-pão,
Você tem a vida inteira,
Pra cumprir sua missão.
(Cícero Alvernaz)
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