Igreja de Santa Maria de Barrô
Embora possamos remontar ao século XII a fundação da Igreja de Barrô como igreja particular de Egas Moniz (c. 1080-1146), o Aio, que lhe veio às mãos por doação real, nada sabemos sobre o que então se edificou, transformou ou se apenas foi dada continuidade ao culto, praticado, talvez, num templo já existente. br> Como se sabe, Egas Moniz foi tenente de São Martinho de Mouros, pelo menos, entre os anos de 1106 a 1111 e governador da região de Lamego entre 1113-1117 - e talvez até mais tarde. br> Tendo conseguido afirmar-se politicamente no reino em construção, Egas Moniz, dos de Ribadouro, fez copiosas dádivas a institutos religiosos, sendo de destacar o Mosteiro de Paço de Sousa (Penafiel), onde se fez sepultar. br> É, pois, neste contexto que devemos entender a doação do padroado da Igreja de Barrô feita por D. Sancha Vermudes, nora de Egas Moniz, à Ordem dos Hospitalários, em 1208, conforme nos noticiam as Inquirições Gerais de D. Afonso III (1248-1279) feitas ao concelho e julgado de São Martinho de Mouros, datadas de 1258: quando questionado, Egas Mouro esclareceu os inquiridores que a Igreja de Santa Maria de Barriolo era dos frades hospitalários que apresentavam na dita igreja. E perguntado sobre a obtenção de tal padroado, respondeu que fora da parte de D. Sancha Vermudes. E muitos outros disseram algo semelhante. br> Por outro lado, segundo outro testemunho, o de Pedro Gonçalves, a villa de Barriolo era toda do Mosteiro de Paço de Sousa (Penafiel). Ou seja, cruzavam-se aqui, portanto, vários interesses (igreja e território), embora entre todos houvesse uma ligação comum ao património da linhagem dos Gascões, de onde provinha Egas Moniz, dito o Aio. br> Freguesia com uma área menor - se comparada com a vizinha São Martinho de Mouros (onde se situava a sede do município a que pertencia) -, albergava, em 1758, uma população de 1327 habitantes que se distribuía por 429 fogos dispersos entre lugares e quintas, numa zona de montanha e de ribeira. br> Aqui, nas margens do Douro, acreditava-se existirem vestígios de uma ponte mandada executar por uma das régias Mafaldas. Desta tradição faz eco o vigário José Mendes de Azevedo, referindo os vestígios de pilares em ambas as margens, nomeadamente na oposta freguesia de Barqueiros. br> A igreja paroquial não constituía o único polo religioso de Barrô, porquanto no século XVII (em 1693) aqui se instalou um grupo de religiosas que tomou o hábito franciscano e, depois de extinto (em 1780) e incorporadas as freiras resistentes no convento das Chagas, em Lamego, constituiu um importante núcleo de ensino nos século XIX e XX. Era o Convento de Jesus Maria José, referido em 1758 como de Claras urbanas.
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