Em Portugal, o rei D. Dinis não aceitou as acusações contra os Templários e decidiu, com aprovação pontifícia, fundar a Ordem de Cristo [12] para a qual passou os bens dos Templários portugueses que se incorporaram à nova milícia [13], dando inicio, no século seguinte, à épica conquista dos mares, que estendeu a Cristandade até às terras mais ignotas. Em Espanha, o Concílio de Salamanca declarou, unanimemente, que os acusados eram inocentes e o rei de Aragão, com os cavaleiros e o património dos Templários valencianos, fundou a Ordem de Montesa, para defender as fronteiras cristãs das ofensivas de mouros e piratas.
Noutros Reinos, os bens dos Templários foram incorporados aos dos Cavaleiros do Hospital de São João de Jerusalém (mais tarde conhecidos como Ordem de Malta). A maioria dos Cavaleiros remanescentes juntou-se a essa e a outras Ordens de Cavalaria existentes (Teutónicos, Calatrava, Santiago); certo número ingressou em mosteiros e conventos de outras Ordens e alguns houve que retornaram à vida civil, tendo obtido a dispensa dos seus votos religiosos.
O certo é que, enquanto Ordem, os Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo de Jerusalém, ou Templários, deixaram de existir, não voltando essa ordem a ser restaurada pela Igreja. Por isso, qualquer grupo ou associação que se pretenda continuador da dita Ordem carece de qualquer legitimidade, independentemente dos objectivos que persiga.
Imagens:
1) A Ordem dos Templários foi a primeira das Ordens de Cavalaria que procurou unir as virtudes da vida religiosa com as da vida militar, sendo essa a principal razão da sua bravura e determinação em combate. Para os muçulmanos era o adversário mais temido e mais astuto.
2) Cavaleiro da Ordem dos Templários (esq.) e Cavaleiro da Ordem do Hospital de São João de Jerusalém (dir.)
3) O último Mestre da Ordem dos Templários, Jacques de Molay, foi queimado vivo, juntamente com muitos outros companheiros de armas, depois de terem sido todos submetidos a torturas atrozes.