A Lagoa de Óbidos é o sistema lagunar costeiro mais extenso da costa Portuguesa. Possui uma área total aproximada de 6.9 km2 e uma profundidade média de dois metros, com cotas que vão desde o meio metro aos cinco metros. Estende-se para montante essencialmente por dois canais, para Oeste pelo Braço do Bom Sucesso, e para Este pelo Braço da Barrosa. A Lagoa de Óbidos faz fronteira terrestre com o concelho das Caldas da Rainha a Norte (freguesias da Foz do Arelho e Nadadouro) e com o concelho de Óbidos a Sul (freguesias de Vau e Santa Maria). Do lado do Sul encontra-se a Poça do Vau e do lado Oeste está ligada à Poça das Ferrarias. Apresenta um comprimento máximo de 6 km e uma largura que oscila entre 1 e 1,5 km, com uma orientação preferencial NW-SW. No entanto, esta configuração tende a oscilar consideravelmente, sendo uma consequência directa dos sedimentos empurrados pelo mar para o interior da lagoa. Segundo relatos antigos, a Lagoa era muito mais extensa, alcançando o sopé da colina onde hoje se ergue a Vila de Óbidos, banhando os muros do castelo do lado Poente. De uma forma natural, a Lagoa de Óbidos, tal como as lagoas costeiras, a médio ou longo prazo, transformar-se-iam em pântanos se o seu regime sedimentar se mantivesse. No entanto, a intervenção humana acelera o processo de assoreamento através das constantes alterações que provoca nas bacias hidrográficas que conduzem a uma maior produção de sedimento. Por outro lado, a população tenta inverter a situação ao intervir através de dragagens efectuadas com o objectivo de aumentar a profundidade do sistema, prolongando, deste modo, a vida destes meios aquáticos.
A sua fauna é constituída por espécies piscícolas como o robalo, o linguado, a solha, o rodovalho, a dourada, a choupa, a tainha, e ainda outras espécies como a amêijoa, o berbigão, o mexilhão, o camarão, o polvo, a enguia, e o caranguejo verde, entre outros. A comunidade avifaunística é o grupo que, ao nível da fauna, representa o papel ecológico mais relevante no ecossistema. Foram identificadas espécies, entre outras, a garça real, pato-real, ostraceiro, perna longa, maçarico real, garajau, garça boieira, garça-branca-pequena, gaivinha de bico preto.
A pesca e a apanha de molusco constituem as principais actividades económicas relacionadas com a Lagoa de Óbidos e, como tal, encontram-se inteiramente dependentes deste meio lagunar. A actividade piscatória, embora menos relevante que outrora, apresenta importância como vector económico desta região. A apanha de moluscos bivalves continua a merecer um lugar de destaque na economia das populações locais de mariscadores.
A Bateira é o barco típico utilizado quer pelos pescadores, quer pelos mariscadores, na Lagoa de Óbidos. São caracterizadas por serem embarcações de convés aberto. Antigamente eram muito utilizadas para a apanha de limo. Actualmente as bateiras já podem ter dois motores (operam a gasolina) um principal e outro auxiliar que pode ser utilizado em caso de avaria. Para manutenção das baterias, o que acontece de dois em dois anos, as bateiras são imersas em água quando estas se encontram ressequidas, para depois serem pintadas.