A Igreja do Salvador da Gândara, como foi conhecida durante muito tempo, foi fundada por D. Mafalda, filha de D. Sancho I e neta de D. Afonso Henriques, durante o segundo quartel do século XIII, e é, segundo alguns especialistas, uma cópia modesta da Igreja de Cedofeita, no Porto, com a qual possui vários pontos de contacto, nomeadamente ao nível da decoração.
Os mesmos artistas deverão ter trabalhado nos dois monumentos, a avaliar pela representação de dois estilizados dragões de corpo de ave, que inclinam o pescoço para morder outros seres dispostos em posição inferior, localizada num dos capitéis do portal lateral sul, idêntico a outro existente no portal principal de Cedofeita.
A itinerância dos artistas do românico é habitual nesta época, estando perfeitamente contextualizada com a realidade histórico-geográfica da região do Tâmega e Sousa.
No mesmo portal sul de Cabeça Santa existe um capitel representando um acrobata de corpo arqueado, formando uma espécie de ponte, que tem sido considerado um dos melhores exemplares da escultura do românico do Norte.
O interesse de Cabeça Santa não se resume somente à arte românica, mas à génese do seu nome. Em data incerta, uma igreja dedicada ao Salvador passa a ser conhecida como de Cabeça Santa, muito provavelmente devido à existência de uma imagem de grande devoção.
Nas Inquirições de 1258 a Igreja é referida sob a designação de São Salvador da Gândara, denominação que irá manter até ao século XVII, quando começa a ser também intitulada de Cabeça Santa, em referência a um crânio guardado em relicário de prata e exposto em altar próprio, situado na nave da Igreja.
Nas traseiras do templo existe um conjunto de sepulturas antropomórficas escavadas na rocha muito bem preservado, cuja datação é anterior à Igreja do século XIII, indiciando uma ocupação em plena Alta Idade Média.
Da Época Moderna apenas resta a Capela de Nossa Senhora do Rosário, espaço quadrangular existente a norte, revestido por talha e azulejos barrocos.

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