![Caminho Português por Braga](https://imgproxy.geocaching.com/92a573f56f32837bb9294da12928536ad6199c4d?url=http%3A%2F%2Fwww.mediafire.com%2Fconvkey%2F986d%2Fc7p18bofkxd9ffr6g.jpg%3Fsize_id%3D5)
As peregrinações compostelanas iniciam com a descoberta, no princípio do século VIII, do túmulo do Apóstolo Santiago em Arcis Marmoricis, atualmente Santiago de Compostela. Após o reconhecimento do achado do túmulo iniciam-se as peregrinações, transformando Santiago de Compostela num dos mais importantes e concorridos centros peregrinatórios da cristandade. Todo o caminho escolhido por um peregrino, desde o seu local de origem até ao túmulo do Apóstolo, passou a ser um Caminho de Santiago. No sentido de regrar a multiplicidade de Caminhos, foram definidos, com o tempo, oito Caminhos, de entre os quais o Caminho Português e os seus variados itinerários.
Globalmente, em território português, os elementos que identificam os itinerários Jacobeus são as paróquias dedicadas a Santiago, a sua implantação nos trajetos peregrinatórios e as capelas construídas em sua honra, bem como pontes, fontes, cruzeiros, imagens do Apóstolo, confrarias devocionais, mosteiros associados à peregrinação jacobeia, heráldica, topónimos, festas e lendas.
São muitos os autores que se debruçam sobre os Caminhos de Santiago que referem que para grande parte dos peregrinos medievais o Caminho começava “na sua própria porta”. Não raras vezes os peregrinos buscavam rumar a Compostela por trajetos “não oficiais”, procurando de esta forma proteger-se dos perigos que os espreitava nos caminhos: ladrões salteadores ou burlões e todo o tipo de indivíduos má rês prontos que se ocupavam a espalhar o mal nas rotas abençoadas.
O medo e a necessidade de rumar o mais depressa possível a Santiago são as principais razões por tantos roteiros terem sido criados ao longo dos tempos, a par das rotas ditas “oficiais” como são o Caminho Primitivo, o Caminho Francês, o Caminho do Norte, o Caminho da Prata ou o Caminho Português entre outros.
Só da cidade do Porto iniciam-se nove trajetos rumo a Santiago. Para além dos três caminhos mais utilizados, o de Barcelos, o de Braga e o da Costa, há ainda que ter em conta os chamados Caminhos do Alto Minho: Caminho do Noroeste, Caminho do Lima, Caminho do Norte, Caminho de Celanova, Caminho da Geira Romana, e a Rota Marítima (a que vai por Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença) Existe ainda outro Caminho do Alto Minho, o Caminho de Lamego que se inicia em Amarante, junto à Igreja de S. Gonçalo.
No Porto cruzam-se três itinerários compostelanos: O Caminho Português Central ou Principal é o mais relevante dos Caminhos Portugueses, seguindo o traçado da estrada real Porto-Barcelos-Valença, passando por Ponte de Lima. O Caminho Português por Braga foi um itinerário muito utilizado, em território português, até ao primeiro quartel do séc. XIV, altura em que se constrói a ponte de Barcelos e se procede à reforma da ponte de Ponte de Lima, situação que favorecerá a alternativa pelo Caminho Central. O Caminho por Braga fazia-se pela antiga Via XVI que ligava Lisboa, Santarém, Coimbra, Porto e Braga. O Caminho Português da Costa era um caminho pouco usual, frequentado por alguns peregrinos, muitos deles estrangeiros, que utilizavam as rotas marítimas comerciais que aportavam a Lisboa, deslocando-se daqui para os portos de Aveiro, Porto e Viana do Castelo, seguindo, depois, por terra, em direção a Santiago. O denominado Caminho da Costa formata-se, como sucede com a maior parte dos itinerários jacobeus, em função do local de partida do peregrino e da sua escolha pessoal pelo itinerário a seguir. Naturalmente que da orla atlântica portuguesa partiam peregrinos para Compostela. Na realidade, o caminho original passava pelo interior do atual concelho da Póvoa, pela povoação de Amorim, onde subsiste uma paróquia com invocação de Santiago. Deste ponto, o trajeto seguia para Barca do Lago (Esposende), em direção a Viana do Castelo. Todos estes caminhos atravessam a cidade do Porto por locais e espaços contrastantes entre si e muito diversificados do ponto de vista patrimonial e paisagístico.
Fontes:
www.visitportugal.com
www.visitporto.travel
https://omeucaminhodesantiago.wordpress.com |
|