Uma homenagem ao que tanto se fez em tempos… mas que ainda hoje há quem faça!
A Revolta da Resina
A exploração de resina era uma das principais atividades económicas da população da freguesia do Castelo. O processo não obedecia a nenhum enquadramento legal e os resineiros extraíam o produto, apenas segundo métodos antigos.
O governo apertou a malha legislativa, a partir da década de 1940, estabelecendo um regime que orientava a extração de resina. Os fiscais entraram em campo para perceber se as novas regras eram cumpridas, sobretudo ao nível das distâncias entre sangrias e da idade dos pinheiros considerados aptos para extração.
A visita dos fiscais a uma exploração no Seixo acabou em revolta pelos anos 1950. No dia em que os fiscais chegaram à povoação, “mais de uma centena de populares aguardavam a sua chegada, armados de forquilhas, uma espingarda velha e varapaus.
Perante os sinais de descontentamento, os fiscais pediram que a população procedesse à eleição de três representantes para efetuar conversações, tendo sido nomeados Patrício Silva Fernandes, José Luís Lapa e Virgílio António Dias. Os representantes informaram que a população não aceitava a aplicação das coimas, argumentando que ninguém estava informado.
Perante a recusa, os fiscais partiram, tanto mais que na sua retaguarda se posicionou a população da Sapeira. No dia seguinte, cada patrulha de fiscais fez-se acompanhar de dois guardas e o Quartel de Tomar entrou de prevenção, pelo que tudo foi multado, havendo quem pagasse nove mil escudos de multa.”
Fonte: Rui Pedro Lopes, Castelo Freguesia com História, 2017
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