Casa do Professor – Oliveira de Azeméis
Um dos locais abandonados mais fantásticos de Portugal

A Quinta do Parreira, ou Casa do Professor, em Oliveira de Azeméis, é mais um caso de património edificado que se encontra num estado lastimável. É uma casa lindíssima de estilo romântico, que teve vários proprietários ao longo dos anos e ficou conhecida pelo nome de dois desses proprietários. Por fora é imponente, assemelhando-se a um palacete, mas é por dentro que revela a sua beleza arquitectónica, especialmente nos relevos dos tectos. O seu primeiro proprietário, terá sido um tal Doutor Aguiar, médico da região e rico proprietário, que entrou para a posteridade por prestar ajuda aos mais carenciados conterrâneos, proporcionando-lhes emprego nas propriedades que detinha na região do Porto e na quinta de Riba Ul.

Depois esta propriedade terá sido vendida no primeiro quartel do Séc. XX, a Domingos Parreira, um ilustre cidadão com origens em Cabreiros, no concelho de Arouca, que terá conquistado simpatias em de Riba-Ul, por ter arranjado trabalho aos locais, na extracção de volfrâmio, na sua terra natal. Por morte deste último proprietário a quinta passou, depois de uma conturbada herança, para a posse de um sobrinho, que a deixou aos seus descendentes emigrantes na Terra Nova, e consequentemente, votada ao abandono. Foi também nesta casa que segundo se conta, viveu durante a sua infância o Doutor António de Castro Alves Ferreira.
Este imóvel é uma casa romântica com aspirações a palacete, é cercada por um gradeamento que mantém à distância os curiosos,A sua fachada revestida a azulejos é um prenuncio dos interiores, pois em tudo esta casa é uma afirmação de estatuto social. Os maiores cómodos rivalizam em amplitude com o salão de baile de um quartel de bombeiros, e os estuques que adornam os tectos, fazem corar de vergonha a mais faustosa residência nobre, que pela profusão, ultrapassam o limite de bom gosto, entrando no limiar no novo-riquismo.
Aqui se vive o romantismo de uma classe burguesa que pela sua cultura e fortuna, se tentava aproximar da aristocracia rural, imitando o seu estilo de vida transposto na arquitectura. Há indícios de uma actualização decorativa no estilos de alguns estuques, que pelas figuras de mitologia se afirmam como arte-nova, estes, são sem dúvida os elementos de maior valor artístico desta casa.