SÓ SE MORRE UMA VEZ NA VIDA.
NOSSO TEMPO ACABA
Acaba a vida; acaba a alegria de viver.
Acaba o que é bom e belo; acaba o bom prazer.
Acaba a gordura, dando lugar aos ossos; acaba a beleza física.
Acaba o que é magro; acaba o couro e o osso.
Acaba a saúde; acaba a excelente saúde.
Acaba o poder; acaba sua desordem.
Acaba tua prepotência de querer ser melhor do que as outras pessoas; em querer pisar, humilhar, maltratar.
É no Cemitério, onde fica calada podridão, onde acaba tudo. O corpo vira lama, pó, feiúra, ou mais.
Não sei para que tanta arrogância?
Tanta gente metida à besta!
Tanta gente chata!
Tanta gente imponente!
Fede do mesmo jeito.
Tanta imposição?
Tanto azedume?
Tanta discriminação?
Tanta separação de pessoas?
Tanta humilhação?
Se a entrada e a saída da vida é igual para todos, para que correr tanto?
Se o sol brilha para os justos e injustos, para que esconder o sol?
Se a chuva molha todos que estão desprovidos, para que se orgulhar da roupa perecível?
Acaba a boa saúde, acaba a juventude.
Acaba a boa vida, acaba o poder.
Acaba o dinheiro, acaba a beleza.
Acaba o carro, acaba o animal, acaba o bom trato.
Aqui se acaba o amor ingrato.
Aqui se acaba a injustiça.
Aqui se acaba o malfeitor e o benfeitor.
Aqui morre teu menosprezo.
Aqui morre sua petulância.
Aqui morre sua antipatia.
Aqui morre teu orgulho!
Aqui morre tua ganância!
Aqui morre teu poder!
Aqui morre seu dinheiro!
Aqui morre sua arrogância!
Aqui morre sua inveja!
Aqui morre sua superioridade!
Aqui morre seu apego exagerado as coisas materiais.
Aqui morre as preocupações de bem e de mal, porque só se morre uma vez na vida.
Termina também a ambição, a falsidade, a mentira, a arrogância, a competência, a vaidade, a beleza e o corpo físico; e começa a prestação de contas no mundo dos mortos.
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