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"Os filhos da CUF" - Bónus da Aventure Lab Mystery Cache

Hidden : 6/17/2020
Difficulty:
2.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   other (other)

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Geocache Description:


A geocache não se encontra nas coordenadas publicadas.

Breve Introdução

A CUF era não só o grupo económico mais poderoso como o mais complexo e diversificado. Chegou a integrar mais de 100 empresas, participando em praticamente todos os sectores da actividade económica nacional, desde o têxtil, entre as indústrias mais tradicionais, à química, aos petróleos e à construção naval, detendo importantes posições no sistema bancário e segurador, conferindo-lhe também o lugar de maior grupo financeiro do País.

Alfredo da Silva

O primeiro grande industrial português1, “O Comercialista n.º 1”2, o industrial mais empreendedor em toda a Península Ibérica3, o grande patrão da economia portuguesa da primeira metade do século4, assim tem sido designado Alfredo da Silva

A história da CUF está indelevelmente ligada ao seu principal impulsionador, Alfredo da Silva.

Alfredo da Silva nasceu em Lisboa, no dia 30 de Junho de 1871, no seio de uma família abastada. Filho primogénito de Emília Augusta Laymé da Silva e de Caetano Isidoro da Silva. Seu pai era regenerador e assíduo leitor de o Jornal da Noite fundado por Ferreira de Castro. Caetano da Silva tinha constituído com o irmão e padrinho de Alfredo da Silva, Alexandre Roberto, a firma Silva & Irmão, cerca de 16 anos antes, durante o reinado de D. Pedro IV, sob Fontes Pereira de Melo e, entre outras, tinha uma casa de comércio na Rua Bela da Rainha, n.º 185, a mesma rua em que habitava.

Ficou órfão do seu pai, Caetano da Silva, aos 14 anos. Alfredo da Silva frequentava então o Liceu Francês, onde, por influência do pai, dedicava particular atenção à matemática, ao francês, ao inglês e ao alemão. Ingressou seguidamente no Curso Superior do Comércio no Instituto Comercial e Industrial de Lisboa (então situado no velho casarão do Conde Barão, na Rua da Boa Vista).

Dele herda, entre outros bens, vários lotes de acções, e, cerca de seis anos, com o curso superior de comércio do antigo instituto industrial, começa o seu périplo de negócios. Depois de ter liderado com sucesso um grupo de accionistas contra a administração do Banco Lusitano, que considerava ser mal gerido, entra no capital da Companhia Aliança Fabril (CAF), após comprar a posição que estava nas mãos do Banco de Portugal. Sem o saber, estava a lançar as sementes do que viria a ser o maior grupo português.

A CAF, que fabricava e vendia sabões e velas (envolvendo-se depois nos adubos), estava localizada em Alcântara e contava com o banqueiro Henry Burnay no grupo de accionistas. O banqueiro, por sua vez, tinha também uma posição na concorrente União Fabril. Com os produtos internacionais a pressionar os preços, começa-se a estudar a fusão das duas empresas, o que acaba por acontecer após um incêndio que afectou as instalações da CAF em Alcântara. Dessa união resultou a Companhia União Fabril (CUF), tendo em vista a "grande concorrência na fabricação e venda de óleos vegetaes e do sabão, feita pelos fabricantes do Reyno, e da lucta que sustenta-mos com as fábricas de velas para illuminação, favorecidas estas por contratos de commercio recentes (sic)..." conforme se lê no livro de actas. Homem viajado, autoritário e conservador (foi apoiante de João Franco, Sidónio Pais e do Estado Novo), Alfredo da silva começa a perceber o potencial do mercado dos adubos numa altura em que o Governo lançava a lei da fome, em 1899, para potenciar o cultivo de cereais no Alentejo. A sua visão implicava a necessidade de espaço físico, e o empresário acaba por se decidir pelo Barreiro. A partir daqui esta localidade nunca mais foi a mesma.

A CUF no Barreiro, ou o Barreiro na CUF?

"A metrópole actual na era tecnológica que a envolve, precisou de saltar o Tejo e um traço de união em estruturas de aço estabeleceu a indispensável comunicação com a margem sul. Onde outra grande cidade próspera e fabril surge com força alucinante.
Oferecendo todas as conveniências da curta distância e das cotas rasgadas para as grandes estradas oceânicas e salvaguardando dos convenientes do ruído e da poluição, os ouvidos e os pulmões da capital, edificou-se uma outra cidade, que todas as outras cidades deste país contemplam com uma pontinha de inveja e admiração"
(Filipe Solms, 1960)


A escolha do local de implementação desse grande complexo produtivo-adobeiro baseado na fusão em 1898 de duas empresas da indústria que operavam na zona de Alcântara em Lisboa, originando a companhia União Fabril. Ambas se encontravam em circunstâncias difíceis e eram concorrentes entre si, Alfredo da Silva propôs umaunião entre essas duas Indústrias, e também assumir a condução do negócio da sociedade que resultava dessa união.

Porém, nem tudo seria fácil devido à crescente pressão urbana na capital, o que travava expansão da indústria. Assim, Alfredo da Silva ponderou em expandir a sua indústria para outro local, com essa finalidade, realizou vários estudos sobre possíveis locais estratégicos para a implementação da indústria produtiva-adobeira, nessa busca, o Barreiro destacou-se e foi a vila eleita para essa implementação.

A decisão deveu-se ao conjunto de diversas características das quais as outras localidades não dispunham, nomeadamente:

a) o facto de ter uma localização estrategicamente, na margem sul do rio Tejo

b) revelar uma morfologia predominantemente plana

c) dispor de grandes áreas de terreno de antigas quintas de fácil apropriação para a instalação da indústria

d) uma rede de transportes que permitia o fácil acesso a matérias-primas e ao escoamento dos produtos produzidos por via marítima e ferroviária.


A abordagem ao plano industrial da C.U.F no Barreiro tem como particularidade três momentos distintos e fundamentais: a sua implantação, e sua consolidação, época áurea de crescimento económico, e a fase em que se confronta com a sua recessão ou estagnação, fase que podemos relacionar com a nacionalização da empresa.

As primeiras três fases estão totalmente interligadas com o crescimento da Vila do Barreiro como é possível analisar nas vistas aéreas e cartas topográficas adaptadas e analisadas por nós.

Implementação

Sendo considerada inicialmente uma extensão da fábrica que laborava em Alcântara pela mão de Alfredo da Silva, a actividade industrial do complexo barreirense arrancou em 1907 com uma instalação fabril que se destinava à extracção de óleo de bagaço de azeitona para o fabrico de sabão.

Em 1908 começa a produção de ácidos, com uma unidade de transformação de óleo de bagaço de azeitona para fabrico de sabões, que emprega cerca de 100 operários. No ano seguinte entra em laboração a primeira fábrica de Ácido Sulfúrico e Superfosfatos para produção de adubos.

Apercebendo-se de que era necessário sacaria adequada para a comercialização dos adubos, decide comprar a "Fábrica de Tecidos Aliança", levando a sua maquinaria para o complexo do Barreiro, iniciando-se assim a CUF no fabrico de tecidos de juta e linho.

Por volta de 1910, o complexo do Barreiro é já um grande centro fabril:

· fábrica de ácido sulfúrico

· fábrica de adubos e armazenagem de superfosfatos

· edifício para laboratórios

· escritório técnico

· armazém de aparelhos eléctricos e carpintaria

· dois edifícios para armazéns de jutas, linhos, tecidos e sacos

· fábrica de acido clorídrico

· edifício da casa do guarda

· edifícios para habitações e posto médico

· bairro operário

· edifícios para a fábrica de tártaros

· armazém de azeite filtros e instalações de aquecimento no armazém respectivo

Em 21 de Fevereiro de 1911, é criado o "Corpo de Bombeiros da Companhia União Fabril", três anos após a entrada em funcionamento da primeira unidade fabril do referido complexo (19 de Setembro de 1908). Este corpo de bombeiros chegou a dispor de dois quartéis equipados com modernos equipamentos para incêndios e saúde.

A "Companhia União Fabril", à data da 1ª Guerra Mundial, era a terceira maior empresa industrial portuguesa em termos de força laboral; dava trabalho a mais de 2.000 trabalhadores, ou seja, 16 vezes mais do que empregava no princípio da década de 1880. A companhia era proprietária de seis estabelecimentos fabris, situados predominantemente na zona de Lisboa, outros encontravam-se implantados no Porto e no centro do país, mais concretamente em Abrantes.

Barreiro confundia-se com a CUF e a CUF com o Barreiro. Só nestas instalações trabalharam cerca de 6.000 trabalhadores, os quais tinham habitação em bairros construídos propositadamente para eles pela empresa.

Nos anos seguintes a indústria não pára de crescer, transformando a paisagem ribeirinha e o Barreiro no maior centro fabril do País. No final dos anos 50 do século XX trabalhavam na CUF mais de 8.000 operários.

Consolidação

A pequena vila à beira do Tejo nunca mais viria a ser a mesma. De resto a empresa veio a espalhar várias fábricas pelo país, empregando 16 mil pessoas ao todo. O lema da CUF era «O que o país não tem, a CUF cria».

«Alfredo da Silva era tão avaro a aumentar ordenados e melhorar condições de trabalho como pródigo a incrementar a “obra social” que casava os trabalhadores com a CUF, ali trabalhando, ali vivendo, ali abastecendo-se, ali indo ao médico, ali lhes nascendo os filhos que depois ali iriam à escola, ali frequentando o grupo desportivo da empresa, ali desenvolvendo o espírito de casta de pertencerem à “família CUF” membros simbólicos de uma “aristocracia operária” em país de ditadura e trabalho incerto e mal pago.»

Nesta fase de consolidação da indústria implementa-se a primeira repartição para moagem de enxofre, bem como a unidade de coloração e sinterização de cinzas de pirite, a expansão das fábricas de acido sulfúrico e inicia-se a actividade têxtil que foi transferida para o Barreiro, uma vez que a actividade fabril têxtil do Rato cessou a sua laboração em 1933.

Com este aumento de indústrias em vista, é construída a ponte designada por número dois no cais do Barreiro. No ano a seguir em 1934 começou-se a pensar em produzir óleo de modobite que tinha como objectivo ser um novo produto, para ser comercializado para as fábricas de conservas de Setúbal e do Algarve. Dando-se aí o início para a construção de uma nova fabrica para a indústria da Companhia (Lema & Rebelo, 2001).

O depois de Abril de 74

Na entrada da década de 70 iniciou-se um novo capítulo da vida do Barreiro, esta década foi marcada por uma crise profunda que condicionou e afectou o grande complexo industrial implementado na cidade, que apesar de ter equacionado planos para o seu futuro não estaria totalmente preparado para o que viria a surgir.

Esta crise que se fez sentir, provinha essencialmente da grande recessão económica internacional e do próprio país, ocorrida nessa década. A recessão principalmente assente na crise petrolífera, entre outras foram as responsáveis pelo "… fim do modelo económico existente na C.U.F., assente numa grande concentração industrial" (Projecto do Arco Ribeirinho Sul, 2009).

Para acentuar ainda mais este choque petrolífero, as alterações e revolução que se fizeram sentir em Portugal, nomeadamente em 1974 com a revolução de 25 de Abril, provocaram inúmeras alterações quer na ordem politica quer na económica e social.

Pode-se destacar que na base desse problema de choque petrolífero provinha do facto de que as colónias portuguesas terem a particularidade de ser na sua grande maioria o principal abastecimento desse produto designado de petróleo, sendo este o principal roduto energético da indústria. Com o processo de descolonização a industria, com todas as alterações que se fizeram sentir em Portugal, o seu modelo económico já não faria sentido visto que a sua auto subsistência petrolífera provinha, sobretudo, da antiga colónia, a cidade de Cabinda (Lema & Rebelo, 2001).
E em 1977 com a nacionalização da companhia, nacionalizada devido às políticas que se instauraram no país que visavam o controlo dos sectores económicos para a sustentação do país, a empresa sofre uma reestruturação na sua essência, passando a designar-se por Quimigal Ep. a partir da qual alguns dos seus vários sectores industriais, foram privatizados e outros autonomizados.

Outro dos factores para a crise que se abatera sobre esta industria, foi a entrada de Portugal na C.E.E, onde premissas para o comercio e industria além da situação de livre concorrência, associada ao surgimento de novos países recém-chegados dotados de meios tecnológicos mais modernos que entraram na corrida para a comercialização e produção na área da industria química, isto veio diminuir em grande percentagem a procura dos produtos que eram produzidos na industria química portuguesa.

As empresas nacionais não se encontravam preparadas para esta situação de livre concorrência que ocorrera com a C.E.E.
Estes factores que originaram esta crise na economia e industria química portuguesa, que no caso aqui focado, em particular, nos remeteu sobre o território do Barreiro pela mão da Companhia União fabril que passara a partir daqui a ser designada por Quimigal E.p., ao longo das décadas seguintes, a crise económica de comercialização e exportação de produtos faz com que se encerrassem algumas indústrias iniciais, bem como outras das quais faziam parte novos produtos que a C.U.F queria abranger, com base no seu planeamento de futuro, como por exemplo as fábricas de produção de ácidos sulfúrico, de ácido clorídrico, como também a fábrica de fibras de vidro incluindo a metalurgia de produção de ouro, prata e cobre.

Com os encerramentos destas fábricas e reestruturações na empresa, pode-se evidenciar uma enorme diminuição de operários, chegando a 1988 com cerca de 4000 (Lema & Rebelo, 2001).

Entre as décadas de 80 e 90 ocorrerá, neste complexo território industrial uma desactivação significativa de muitas fábricas, entre tantas outras que foram desmanteladas. Com a diminuição abrupta de operários na industria, e a procura de novos pontos de emprego em outras industrias e em outros locais, em consequência os Bairros promovidos e construídos nos tempos áureos pela C.U.F para albergar os seus operários, viram muitas das suas habitações abandonadas como foi o caso do bairro de Santa Barbara dentro do complexo, que chegou aos dias de hoje apenas com certa de 40% das habitações ocupadas para este tipo de finalidade, onde numa tentativa de reutilizar as restantes habitações foram ocupadas por pequenas empresas e serviços (Projecto do Arco Ribeirinho Sul, 2009, p.31).

Este complexo industrial inicialmente pensado, planeado e construído, passará a ser um complexo para albergar pequenas empresas dos sectores secundário e terciário, serviços e actividades logísticas. Actualmente ainda existem algumas unidades de produção e transformação química, armazenamento e ainda para transformação de resíduos próprios e infra-estruturas portuárias que vão laborando a um ritmo nada comparado com o de outrora.
Com estas transformações nas actividades desenvolvidas e planeadas para o consequente uso do complexo, podemos analisar em anexo essas transformações divididas em quatros áreas diferentes.

Por volta de 2008 foi desencadeado um processo de fusão entre a Quimiparque da SNESGES - Administração e Gestão de Imóveis e Prestação de Serviços, S.A., e a URBINDÚSTRIA- Sociedade de Urbanização e Infra-estruturação de imóveis, S.A.

Este processo deu origem à empresa Baía do Tejo S.A., tendo esta como principais objectivos a valorização e manutenção do espaço com a finalidade de desencadear um desenvolvimento na gestão de parques industriais, não apenas na cidade do Barreiro, mas também de terrenos situados nas cidades do Seixal, Almada e Estarreja.

A Baía do Tejo adquiriu grande parte do complexo industrial para potencializar e valorizar o seu território, um trabalho árduo dado os objectivos da empresa, a dimensão significativa do complexo e a “pegada ecológica” que múltiplas indústrias deixaram ao longo do séc. XX, essencialmente através de resíduos tóxicos, são dois dos desafios a resolver.

O Museu Industrial

Aqui surge o plano de recuperar um dos edifícios de cariz industrial da CUF – a antiga Central Diesel – foi adaptado para albergar o Museu Industrial, que criado com a intenção de passar para o futuro o legado histórico do que foi, um dos mais importantes complexos químico-industriais da Europa em meados do século XX.

O Museu Industrial reúne um conjunto alargado de espólio constituído por equipamentos industriais de índole diversa, e um acervo documental e iconográfico considerável representativo de diversas áreas, tais como Química, Metalúrgica, Metalomecânica, Têxtil e Produção de Energia, e da Segurança Industrial.

Adventure Lab

A geocache não se encontra nas coordenadas publicadas!

Esta é uma geocache bónus por teres completado a Adventure Lab "Os filhos da CUF”

 

O que são as Adventure Lab?

A plataforma Adventure Lab pode ser uma óptima maneira de expandir o geocaching. Cada aventura permite aos jogadores explorar e aprender através de histórias e experiências baseadas em localizações interactivas. Em contraste com outro tipo de geocaching, as aventuras são virtuais (sem um container), pode ser dentro de casa e pode estar mais perto do que 161m de distância das outras caches. Isso permite que os criadores da Aventura possam inovar e testar novas ideias para fazer geocaching ainda mais divertido!

Como faço para aceder a uma Adventure Lab?

- Descarregue a aplicação Adventure Lab.

- Inicie a sessão com a sua conta Geocaching.com.

- Seleccione a aventura através do mapa na aplicação, ou na vista de lista onde as aventuras aparecem por ordem de proximidade. Para aventuras particulares, use o Link abaixo ou o QRCode do seu telemóvel para abrir a aventura na aplicação Adventure Lab.

- Navegue até ao local da aventura e siga as instruções na descrição.

- Ao concluir a aventura, terá acesso às coordenadas para esta bónus.

https://labs.geocaching.com/goto/CUF

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Additional Hints (Decrypt)

"8.8", aíiry vasrevbe [Nota: não apertar em demasia, para o geocacher seguinte consiga desenroscar sem dificuldade. Não requer ferramentas ou desapertar qualquer torneira]

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)