Vila das Aves é, hoje, o título dignificante e urbano da antiga freguesia rural de S. Miguel das Aves, situada justamente no bico terráqueo onde os rios Ave e Vizela se abraçam. Desde meados do Liberalismo, esta freguesia experimentou um surto assinalável de progresso e teve, por isso, um historial algo complicado do ponto de vista administrativo. Na realidade, a partir de 1835/36, aquando da primeira grande tentativa de reorganização administrativa do país, passou ela a englobar as pequenas paróquias de Santo André de Sobrado e de S. Lourenço de Romão, pois, estas três paróquias da Arquidiocese de Braga, estavam enlaçadas pelo abraço mesopotâmico de Entre Ambos-os-Rios, a saber do Ave e do Vizela (Avicella) e, como tais, ligadas ao Julgado de Vermoim, que veio a dar o Concelho de Vila Nova de Famalicão, e pertencia ao antigo Concelho de Barcelos. Já agora, diga-se que o nome AVES nada tem a ver com pássaros, mas antes com água, conforme sugere e sema AV, possivelmente celta, tão comum a outras terras portuguesas, onde a água constitui um elemento natural e característico.
A freguesia de S. Miguel das Aves havia de beneficiar muito com a instalação da Fábrica do Rio Vizela em 1845/46. Inicialmente na margem esquerda do rio Vizela e, por causa da sua grandiosa e pioneira indústria de fiação e tecelagem, a Rainha das Fábricas Portuguesas muito havia de fazer progredir a freguesia, atraindo operários e dando origem a uma população fabril concentrada, o que tudo seria ocasião para o aparecimento de outras fábricas mais pequenas. Aliás, o surto do progresso demográfico no Norte deve imenso à indústria têxtil-algodoeira. Mais tarde, seria exatamente o progresso industrial e económico, que desencadearia o movimento bairrista, o qual havia de levar o Governo, em 04 de abril de 1955, a dar a esta terra o merecido diploma, que elevava a freguesia a VILA DAS AVES
