
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. A afirmação do químico francês Antoine Lavoisier, resume de modo preciso o ciclo da água.
Uma nascente nada mais é do que a água da chuva ou do derretimento do gelo, que se acumula numa camada menos permeável. É o ponto em que a água infiltrada no subsolo se reúne e emerge. Isso significa que não existe uma produção do líquido propriamente dita: a água não nasce, “do nada”, numa nascente. A chuva é absorvida pelo solo, por rochas permeáveis, e vai se dirigindo para um ponto mais baixo naquela região. Esse local pode estar bem perto ou a centenas de quilômetros de distância. O lençol subterrâneo nada mais é do que uma camada permeável, que acumula água, por cima de outra camada impermeável. Toda nascente representa um ponto por onde parte da água do lençol alcança a superfície do solo. É como se fosse uma torneira do lençol, sempre aberta. Partindo-se, portanto, do facto de que cada curso d’água tem a sua nascente, chega-se à conclusão de que o número de cursos d’água de uma dada bacia é igual ao seu número de nascentes.
Nascentes de contacto e Nascentes de depressão
As nascentes, quanto às origens, podem ser formadas por lençóis freáticos (apenas depositados sobre as camadas impermeáveis) ou artesianos (confinados entre duas camadas impermeáveis), podendo surgir por contactos das camadas impermeáveis com a superfície, por afloramento dos lençóis em depressões de terreno, ou por falhas geológicas. Na origem da maior parte dos nossos rios estão as nascentes de contacto ou as nascentes de depressão, proveniente de lençóis freáticos.
As nascentes de contacto surgem normalmente no sopé das colinas, e por isso são conhecidas como nascentes de encosta.
As nascentes de depressão resultam de concentrações de água numa zona rebaixada do terreno, formando os olhos d’água ou fontes.
No caso de áreas saturadas em água, a zona encharcada vai acumulando água em poças até dar início a fluxos contínuos, sendo conhecidas como nascentes difusas.
|

“In nature, nothing is created, nothing is lost, everything is transformed”. The statement of the French chemist Antoine Lavoisier, accurately summarizes the water cycle.
A spring is nothing more than rainwater or melting ice, which accumulates in a less permeable layer. It is the point at which the water infiltrated in the subsoil gathers and emerges. This means that there is no production of the liquid itself: water is not born, "out of nowhere", in a spring. The rain is absorbed by the soil, by permeable rocks, and is going to a lower point in that region. This location can be very close or hundreds of kilometers away. The underground sheet is nothing more than a permeable layer, which accumulates water, on top of another impermeable layer. Every spring represents a point where part of the water from the sheet reaches the surface of the soil. It is like a sheet tap, always open. Therefore, starting from the fact that each watercourse has its source, it is concluded that the number of watercourses in a given basin is equal to the number of springs.
Contact springs and Depression springs
The springs, in terms of their origins, can be formed by groundwater (only deposited on the waterproof layers) or artesian (confined between two waterproof layers), and can arise from contacts of the waterproof layers with the surface, by the outcropping of the sheets in depressions of terrain, or by geological faults. The source of most of our rivers are contact springs or depression springs, from groundwater.
Contact springs are usually found at the foot of the hills, which is why they are known as hillside springs.
Depression springs result from concentrations of water in a low area of the land, forming the eyes of water or fountains.
In the case of water-saturated areas, the waterlogged area accumulates water in puddles until it starts continuous flows, being known as diffuse springs.
Fonte / Source: Aretha Yarak, Colaboração para o UOL, em São Paulo; www.cm-leiria.pt
|