A Paróquia de Penajóia é atravessada pela EN 222, ao longo de 15 quilómetros. Este facto ajuda a compreender a extensão geográfica e a correspondente dispersão populacional, com inúmeros lugares semeados nos muitos quilómetros quadrados, onde se agrupam os habitantes desta terra duriense. Acrescente-se ainda a inexistência de vias de comunicação entre os vários lugares da freguesia, sendo por vezes necessário calcorrear muitos quilómetros para concretizar a distância entre dois pontos relativamente próximos.
A Igreja de Santíssimo Salvador, anterior Igreja paroquial, está levantada na parte mais alta da freguesia. As alterações que resultaram da redução demográfica, assim como o afrouxamento no compromisso eclesial, provocaram o aumento de vazios e a diminuição da presença dos cristãos nas celebrações litúrgicas. Muitos dos que fervorosamente continuavam a participar, sujeitavam-se a percorrer grandes distâncias para poderem ir à Igreja.
Confrontado com esta realidade, o Pároco de então – Monsenhor Ilídio Fernandes – foi meditando numa alternativa e motivando os paroquianos para a concretização de uma solução. Pouco a pouco, a paróquia caminhou no sentido de se edificar um novo templo, situado num lugar geograficamente mais central.
A intenção passava por colocar a Igreja Paroquial num lugar equidistante a todos os outros da paróquia, mais próximo de todos e com o benefício das vias rodoviárias existentes. O motivo para a construção desta nova igreja deveu-se, portanto, exclusivamente à preocupação pastoral. Por este motivo, o povo cristão de Penajóia e as diversas entidades se envolveram determinantemente na concretização deste projeto. Em 1947, foi aprovado pela Direção Geral dos Serviços de Urbanização – Ministério das Obras Públicas, através do plano de melhoramentos urbanos, o financiamento para a construção da nova Igreja. Em 13 de janeiro de 1947 foi escrita a Provisão aos fiéis de Penajóia, assinada pelo Bispo diocesano – D. Ernesto Sena de Oliveira – e publicada no primeiro número do jornal Paroquial Ecos de Penajóia, em Janeiro do mesmo ano.
O lugar escolhido para a edificação da nova Igreja foi o lugar de Molães, junto à Estrada Nacional. Iniciou-se a aquisição do terreno, assim como da casa onde é atualmente a Residência Paroquial. A partir desse momento, incontável foi o número de pessoas, entre agricultores, anónimos e cristãos empenhados, que se dedicaram à angariação de fundos para a construção da Igreja Paroquial, utilizando os mais diversos meios: o conselho dos vinte, peditórios, cortejos, rifas e subsídio estatal no valor de 472 000$00. As obras, iniciadas com o desaterro, começaram no dia 8 de março de 1948 e a “bênção da primeira pedra e apoteose à Virgem de Fátima” aconteceram no domingo, dia 17 de julho de 1949. Esta pedra da bênção veio da Serra de Aire, nas imediações de Fátima, e no seu interior foram colocados alguns objetos: o manuscrito da fundação, uma coleção de moedas e o último número do Ecos de Penajóia.
A paróquia já tinha decido dedicar a nova igreja a Nossa Senhora de Fátima, uma escolha muito saudada pelo Prelado diocesano. O trabalho de escultura foi entregue à Casa José Ferreira Tendim, de S. Mamede de Coronado. A imagem é de “cedro brasil” e segue o modelo inspirado nas descrições feitas pela Irmã Lúcia, vidente de Fátima. Trata-se de uma imagem muito elegante, expressando uma singular candura. A despesa ficou a cargo de uma Comissão de Senhoras, com o objetivo de todas as “Marias” da paróquia contribuírem para a imagem de Maria.
Nesta Igreja existem diversos altares, edificados com fundos que foram surgindo de iniciativas individuais ou familiares.
O altar do Coração Imaculado de Maria foi oferecido por Maria do Carmo Borges. O altar da rainha Santa Isabel foi oferta de Elvira de Sousa Rebelo. O Altar de S. José foi oferecido por uma Comissão de “Josés”. A família Sousa ofereceu o Coração de Jesus. O Santo Condestável foi oferecido pelos rapazes da freguesia e o de Santa Maria Goretti pelas raparigas. A casa de Pousada ficou com o encargo do trono, enquadrado no melhoramento da capela-mor.
Conta os degraus de acesso à porta da torre sineira:
- Se são 21, caminha até N 41 08.730 W 007 51.333 e procura no "magnético";
- Se são 10, caminha até N 41 08.923 W 007 50.491 e procura no "buraco".