Seiça é uma freguesia portuguesa do concelho de Ourém, província da Beira Litoral, na região do Centro (Região das Beiras) e sub-região do Médio Tejo, com 25,14 km² de área e 2 076 habitantes (2011). A sua densidade populacional é 82,6 hab/km².
Plantada ao longo da lezíria, Seiça tem uma longa história, dada a sua atractividade como local central de Portugal e como freguesia rica na lavoura, pesca e comércio. Na ribeira de Seiça habita a rara lampreia de riacho (Lampreta planeri), e abastece de água a agricultura de regadio e a vigorosa vegetação ribeirinha.
Alguns autores sugerem mesmo que o topónimo derive de salix, palavra latina que se associa à existência de salgueiros. Ao longo da ribeira podem ser vistos alguns moinhos, sendo que a maioria deles se encontra em fraco estado de conservação. Seiça é uma das freguesias mais antigas do concelho de Ourém, com data de fundação em 1517 por foral de D. João III, obtendo também nessa altura um clérigo tendo em vista o exercício de diferentes actos religiosos.
As referências documentais mais antigas, essas remontam a 1225 onde se fala da Ermida de Santa Maria de Seiça. Por lá terá passado Dom Nuno Álvares Pereira em 1385, onde terá pedido á Virgem pela vitória da Batalha de Aljubarrota, regressando ao templo depois da batalha em gesto de agradecimento pelos resultados alcançados.
A Igreja Matriz de Seiça concentra um importante espólio carregado de história e simbolismo, que para além de um púlpito oriundo a antiga Capela de S. Sebastião (Atouguia) e de uma imagem seiscentista em pedra, integra uma imagem de Cristo, em retábulo, provavelmente do século XV. Tem ainda uma imagem de Nossa Senhora da Purificação, do Séc. XIV e de pedra, tendo no braço esquerdo o Menino Jesus alimentando-se do seu peito.
A existência de várias Quintas (casas senhoriais), mostram a história e o desenvolvimento desta freguesia. Destaca-se a Quinta de Seiça, de 1606, pertencente à família Alvim, descendentes de Nuno Álvares Pereira, família que tem também nesta freguesia a Quinta da Mota e a Quinta da Olaia. Outras ainda existem que merecem destaque: a Quinta da Alcaidaria-Mor, a Quinta da Tacoaria, a Quinta da Sorieira, a Quinta de Alquidão e a Quinta do Engenho, parte da casa dos Pinheiros, turismo Rural.
Outros acontecimentos marcaram a história desta freguesia, tal como as Invasões Francesas (1810), que tudo destruíram, roubaram e incendiaram. Esta foi liderada por um General de Napoleão, Louis Henri Loison, mais conhecido como "O Terrível Maneta", o qual, segundo a tradição oral, cometeu muitas atrocidades na região.
A Seiça dos dias de hoje tem, como os povoados modernos, as suas casa alinhadas ao longo da Estrada Nacional 113 e dos seus ramais, visto que a maioria destas tem pouco mais de meio século de construção.
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