
A denominação sal-gema é empregada para definir a ocorrência de cloreto de sódio (NaCl) contida em estratos sedimentares em subsolo, em camadas contínuas ou domos. Forma-se por precipitação de sais de cloreto de sódio, dando origem ao mineral halite. Ocorre pela evaporação de águas marinhas retidas em zonas de baixa profundidade.
O Diapiro de Loulé localiza-se a SW da Península Ibérica com uma espessura de 800m de flancos e uma forma elíptica. No Algarve, existem ainda os diapiros de Faro, Tunes, Moncarapacho e Santa Bárbara de Nexe, pertencendo todos ao Complexo Evaporítico da Bacia Algarvia, uma província geológica da idade Mesozóica.
O diapiro encontra-se encaixado em rochas do tipo calcários, margas e dolomitos de idade jurássica. Sobrejacentes ao diapiro encontram-se as Areias de Faro-Quarteira de idade Pilocénica.
O diapiro formou-se através de um fenómeno de halocinese, que consiste na ascensão do sal gema sob a forma de um "rolhão" gigantesco.
Esta ascensão na crosta terrestre ocorreu nas falhas de direção E-W, tendo simultaneamente actuado forças tectónicas de carácter compressivo que favoreceram a ascensão deste material, que contrasta em densidade e elasticidade com o material encaixante.
O Cap-rock, constituído por argilas e gesso, envolve os bordos e o topo do diapiro, evita a passagem de água dos aquiferos para o mesmo e não permite a sua dissolução.
Em 1964, teve início a exploração da mina, com a abertura dos dois poços verticais até aos 230m de profundidade e da galeria principal que os uniu ao primeiro piso da mina.
O poço nº1 destina-se ao transporte de pessoal e está equipado com um guincho e duas jaulas, cuja capacidade é de 7 pessoas e velocidade de 1m/s, destina-se também ao fornecimento de electricidade e à entrada de ar na mina cujo caudal é de 6000m3/min.
O Poço nº2 destina-se à extracção de minério e está equipado com um guincho e dois skips que circulam a 2,4m/s, permitindo a extração de 100tn/h de sal gema. Cada skip transporta até 5 toneladas.
Este poço destina-se também à saída do ar utilizado na mina. Este ar, antes de ser libertado para a atmosfera, é "lavado" à superfície de forma a eliminar as poeiras de sal gema.
Até 1974 a exploração foi realizada por processos tradicionais, recorrendo ao uso de explosivos. Actualmente o desmonte é feito por métodos mais modernos e seguros. Com esta mudança a população deixou de sentir a presença da mina, por não existirem explosões. Para os trabalhadores, representou um incremento de segurança e uma maior eficiência no desmonte.
A secçao final das galerias e das câmaras é de 10m de largura por 9m de altura. Actualmente a exploração decorre em dois pisos abaixo do nível do mar, à cota de -30m e -64m, constituíndo mais de 37 Km de túneis no interior da mina.
Fontes: www.techsalt.pt - O Diapiro de Loulé, Estudo Geofísico do Sal Gema da Mina Campina de Cima de Pedro Manuel Machado Teixeira.
Fotos: Flora Cardoso
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The name rock salt is used to define the occurrence of sodium chloride (NaCl) contained in subsoil sedimentary strata, in continuous layers or domes. It is formed by precipitation of sodium chloride salts, with the appearance of the mineral halite. It occurs through the evaporation of marine waters trapped in shallow areas.
The Diapiro de Loulé is located to the SW of the Iberian Peninsula with a thickness of 800m of flanks and an elliptical shape. In the Algarve, there are also the diapiros of Faro, Tunes, Moncarapacho and Santa Bárbara de Nexe, all belonging to the Evaporitic Complex of the Algarvian Basin, a geological province from the Mesozoic age.
The diapiro is embedded in limestone, marl and dolomite-type rocks of Jurassic age. Overlying the diapiro are the Pilocene age of Faro-Quarteira sands.
The diapiro was formed through a phenomenon of halokinesis, which consists of the rise of rock salt in the form of a gigantic "plug".
This ascension in the earth's crust occurred in the E-W direction faults, having simultaneously acted compressive tectonic forces that favored the ascension of this material, which contrasts in density and elasticity with the enclosing material.
Cap-rock, made of clays and plaster, surrounds the edges and the top of the diapirum, prevents the passage of water from the aquifers to it and does not allow its dissolution.
In 1964, exploration of the mine began, with the opening of two vertical wells up to 230m deep and the main gallery that joined them to the first floor of the mine.
Well Nº.1 is intended for the transport of personnel and is equipped with a winch and two cages, with a capacity of 7 people and a speed of 1m/s, is also intended for the supply of electricity and the entry of air into the mine whose flow rate is 6000m3/min.
Well nº.2 is intended for the extraction of ore and is equipped with a winch and two skips that circulate at 2.4m/s, allowing the extraction of 100tn/h of salt. Each skip carries up to 5 tons.
This well is also intended for the exit of the air used in the mine. This air, before being released into the atmosphere, is "washed" to the surface in order to eliminate rock salt dust.
Until 1974, exploration was carried out by traditional processes, using explosives. Dismantling is currently carried out using more modern and safer methods. With this change, the population no longer felt the presence of the mine, as there were no explosions. For the workers, it represented an increase in safety and greater efficiency in dismantling.
The final section of the galleries and chambers is 10m wide by 9m high. Currently, exploration takes place on two floors below sea level, at an elevation of -30m and -64m, constituting more than 37 km of tunnels inside the mine.
Sources: www.techsalt.pt - O Diapiro de Loulé, Estudo Geofísico do Sal Gema da Mina Campina de Cima by Pedro Manuel Machado Teixeira.
Pictures: Flora Cardoso
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