Vértices Geodésicos:
Conjunto de todos os vértices geodésicos e das suas relações geométricas, distribuídos pelo país, colocados em posições dominantes de forma a garantir intervisibilidade, devidamente coordenados. Estão materializados através de diversas formas geométricas, como pirâmides ou troncos de cone sobre cilindros (bolembreanas) ou são coincidentes com estruturas já existentes.
Um VG ou vértice geodésico (popularmente chamado "talefe" em Portugal e "pinoco" no Norte de Portugal) é um sinal que indica uma posição cartográfica exacta e que forma parte de uma rede de triângulos com outros vértices geodésicos. São escolhidos sítios altos e isolados com linha de visão para outros vértices.
A rede geodésica portuguesa é formada por vértices geodésicos que se dividem em três ordens de importância:
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1.ª ordem - pirâmides distando 30 a 60 km
2.ª ordem - cilindro + cone listados distando 20 a 30 km
3.ª ordem - cilindro + cone distando 5 a 10 km |
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O número de vértices existentes na totalidade do território (Portugal Continental e Regiões Autónomas) é, atualmente, de cerca de nove mil, repartidos por vértices de:
Continente: 1.ª ordem (cerca de 120), 2.ª ordem (cerca de 900) e 3.ª ordem (com uma densidade aproximada de 1 vértice por cada 10 km²)
Arquipélago dos Açores: cerca de 500.
Arquipélago da Madeira: cerca de 150
A RGN é a infra-estrutura básica onde se apoia toda a cartografia do país e que serve todos aqueles (empresas, autarquias e outros organismos públicos e privados) que, por força das suas actividades, necessitam de referenciar geograficamente os seus projetos (os Planos Diretores Municipais, por exemplo).
O Centro Geodésico de Portugal está situado na Serra da Melriça, freguesia e concelho de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco.
Encontrando-se a uma altitude máxima ao nível do mar de 592 m (anm/asl) é delineado fundamentalmente pelo Marco Geodésico Padrão, pelo Museu da Geodesia e áreas envolventes de apoio e estacionamento.
Este marco geodésico, que serviu de base à marcação dos restantes 8000 vértices geodésicos de Portugal continental, é conhecido popularmente por "Picoto da Melriça" e foi uma das primeiras pirâmides geodésicas em Portugal, tendo estado na origem do sistema de coordenadas geográficas associado ao Datum 73, o sistema de referência nacional adotado na década de 1970. É constituído por um vértice geodésico de 1.ª ordem, piramidal, em alvenaria com 3 metros de base e 9 metros de altura e está desde há muito associado à história da cartografia moderna em Portugal. Esta iniciou-se no século XVIII, no reinado de D. Maria I, quando a soberana convidou a Academia Real da Marinha a iniciar os trabalhos de triangulação geral do território para a realização da Carta Geográfica do Reino. Foi Francisco António Ciera quem escolheu o topo desta serra perto de Vila de Rei como um dos pontos da triangulação fundamental em Portugal. Os trabalhos arrancaram em 1790, mas foram interrompidos treze anos depois devido às invasões francesas.
As primeiras observações tendo em vista a triangulação do local seriam feitas em 1870, enquanto que as observações astronómicas de latitude, longitude e azimute, bem como as primeiras observações por satélite no picoto da Melriça se realizaram nas décadas de 1960 e 70. Em 1982 procederam-se a observações de distância integradas num poligonal norte-sul, usando-se pela primeira vez, já no início dos anos de 1990, o sistema de posicionamento global GPS.
As coordenadas do Picoto da Melriça são: latitude: N39º 41´ 40,14" longitude: W8º 07´ 49,80" que corresponde ao Maidenhead Locator IM59wq. Nele pode-se encontrar a geocache (GC1E4NM) integrada nas caches Lusitani.
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