O Enigma das Pedreiras
Na estrada rude das Pedreiras jaz,
Sob Monsanto, o verde manto traiçoeiro,
Um sussurro preso em torvo cativeiro,
Que a alma inquieta fere e desfaz.
O vento geme, e nas sombras fugaz,
Ergue-se um vulto, espectro aventureiro,
Que entre as fragas tece o seu roteiro,
E os olhos cega com um negro gás.
Quem foi o ousado que ali tombou,
Na noite fria, em segredo envolto?
A pedra cala, o pinhal se formou.
Mistério é este que o tempo revolto
Na bruma esconde, e o viandante poupou,
Deixando apenas silêncio por escolto.