
Não sei quantos dos que lerão esta listing, saberão e ainda se lembrarão de um programa de rádio que dava pelo nome de Quando o Telefone Toca… Tratava-se de um programa popular que recorria a duas peças de tecnologia que a partir do final da década de 60 (prolongando-se pelos anos 70 e 80), tinham chegado ao alcance das classes populares: um telefone e um transístor para ouvir rádio. E o formato do programa estava concebido para permitir que o ouvinte se ouvisse a si próprio como participante do programa!
De forma antecipada, porque o programa não era transmitido em directo, havia que ligar para um número de telefone, onde, antes de tudo, havia que dizer a frase, que não passava de um qualquer disparate promocional ao produto que patrocinava o programa (normalmente destinado aquele segmento), condição indispensável para que se pudesse pedir a canção e o intérprete e, numa maioria do casos, considerado o momento alto da participação, o pedinte pudesse dizer o seu nome para depois ser reconhecido pelos amigos e vizinhança!
Explicado o contexto, é fácil de perceber que, descontando os discos (muito ao gosto popular), o programa era até bastante monótono, com repetições sucessivas de diálogos muito semelhantes ao que aqui vou imaginar: – Boa Noite! Posso dizer a frase? – Pode. – Cosméticos Girl, beleza máxima, custo mínimo*. Posso pedir o disco? – Pode. – Era a Joana Pancrácia e o Ai ai ai ai ai . Posso dizer o nome? – Pode. – Maria dos Peixinhos. Talvez para evitar maior monotonia, era regra do programa não deixar que repetissem as canções nem os intérpretes.
Esta cache tem a ver com uma das peças de tecnologia usadas na altura, o Telefone.
Por favor sejam discretos porque a longevidade desta cache depende disso mesmo.