
Reza a lenda que há pelo menos mais de dois milénios atrás se conhece a existência de uma caveira capaz de devolver um sorriso na cara a quem a fitava e ao mais cenhoso dos mortais. Não era de humano, nem humanoide, mas sim de um ruminante ungulado. O vulgar bovino da serra da Groba. Não era obviamente o que inspirou o dito popular “… a olhar para um palácio”, mas sim um carregado de poderes mágicos imbuídos pelos druidas celtas. Para além de transmitir felicidade, daí a propriedade de colocar sorrisos a quem a admirava, albergava um tesouro ao seu cuidado.
Indiana joom soube da existência desse caveira com peculiares características enquanto procurava algo sobre o mecanismo de Anticítera na biblioteca Britânica em Londres, uma das duas maiores bibliotecas existentes a nível mundial. Na altura ficou levemente curioso, mas como tinha outras prioridades deixou a sua procura para outra oportunidade ou até para outros aventureiros. No entanto ficou a saber algumas coisas sobre o objecto: a sua origem era incerta, talvez da actual Galiza, mas era cobiçada pelo grego Políbio. Este interesse levou-o a acompanhar Cipião Africano Menor aquando da conquista de Numância em 133 a. C. Segundo os historiadores romanos a caveira era uma arma secreta, tal como o raio da morte de Arquimedes, mas ao contrário da arma grega não trazia o manto negro do fim dos dias. Trazia assim uma felicidade imensa a quem a via e era assim que os habitantes de Numância contavam acabar com o cerco de onze meses que o exército romano sitiava a população.
Este era o último bastião celtibero a resistir à invasão romana da Península Ibérica e havia uma certa esperança com a utilização do crânio guardado numa arca a sete chaves em Lutia. Um dia Retógenes conseguiu escapara do cerco e para além de ir procurar aliados nas cidades vizinhas foi também tentar trazer o crânio para Numância. Conseguiu levar a sua avante, mas não foi bem-sucedido. Na altura ainda era desconhecido a importância do gccode e não conseguiu desbloquear o poder mágico da cabeça do bovino. Segundo a história, Retógenes foi o último a morrer num suicídio em massa colocando um ponto final no cerco e na conquista da Península Ibérica pelo Império Romano.
Mas antes de se suicidar, Retógenes colocou a arca com a relíquia nas águas do rio Douro que não passava não muito longe das muralhas de Numância. Perdia-se assim e durante 2055 anos rasto à arma secreta celtibera.
Só muito mais tarde, em Fevereiro de 1922, a caveira reapareceria perto da Ínsua na foz do rio Minho nos salvados do malogrado cargueiro Antinous. No meio dos pertences de Edward P. Fishwick, o capitão da embarcação, havia para além do diário de bordo um caderno com algumas referências à caveira perdida e aos seus mágicos poderes. Esteve durante uns séculos guardado no convento da Ínsua e que continuou depois de 1649 dentro do forte que ainda hoje existe. Estava assim encontrada a justificação para o desvio na rota do navio a caminho de Vigo.
Sabe-se que foi entregue a peregrinos de Santiago a 15 de Fevereiro de 1809 ao temer-se a travessia dos exércitos de Soult aquando da Segunda Invasão Francesa. Estes peregrinos ficaram de a esconder, de forma a irradiar felicidade, deixando instruções cifradas de como se obtém a sua localização exacta. Sabe-se também que ficou no lado de cá da fronteira e em local só acessível a aventureiros capazes de seguir as pisadas dos valentes peregrinos. Segundo consta o brasão de Caminha tem informação relevante.
Serão capazes de aceitar o repto lançado por Indiana joom encontrando a actual localização da caveira perdida?


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