Ramal da Alfândega 🚂
🇵🇹 Uma das linhas que colocou a cidade a mexer...
O ramal da Alfândega nasceu em Novembro de 1888 face à necessidade da cidade de ter uma forma mais eficiente e rápida de levar as mercadorias descarregadas na Alfândega da cidade Invicta para outros pontos do país, sem ter de recorrer ao meio rodoviário. Esta pequena via férrea ligava a estação de Pinheiro (na zona de Campanhã) e a já referida Alfândega do Porto. Tinha uma extensão de apenas 3,8 km, foi usada por apenas comboios de mercadorias e contava com algumas obras de arte no seu percurso, entre elas: 2 pontes sobre as ruas do Freixo e da China e 3 túneis de dimensão distintas. O primeiro túnel tinha cerca de 80 metros, começando um pouco antes de um conhecido colégio da cidade e acabando logo debaixo da Ponte D. Maria Pia. O segundo túnel era o mais curto, tendo apenas 23 metros e "protegia" a linha à passagem pelas Fontaínhas. Já o terceiro e último era o mais longo, contando com 1,3km de extensão, cerca de 30% da extensão de toda a linha, e ligava a zona das Fontaínhas à Ribeira. Inicialmente o pequeno ramal tinha via única, mas para conseguir desanuviar o tráfego ferroviário em Campanhã, em 1889 procedeu-se à construção de uma segunda via em alguns locais.
Apesar do atual parque de estacionamento ter sido o seu terminal eterno, foi discutido aquando da abertura do Porto de Leixões, o prolongamento da linha até este local, algo que nunca veio a acontecer, sendo esse porto marítimo servido pela Linha de Leixões (e anteriormente pelo Ramal de Matosinhos). Foi também graças a Leixões que a Alfândega começou a ter os seus dias contados. O ramal encerrou em Junho de 1989, quase 101 anos após a sua abertura, ficando ao abandono desde então.
Já no século XXI o ramal voltou a ser motivo de conversa logo em 2005, visto que o grupo "GARRA - Grupo de Ação para a Reabilitação do Ramal da Alfândega" queria reabilitar o mesmo, propondo logo diversas alternativas para o efeito, entre elas, o prolongamento do serviço ferroviário de passageiros da linha de Leixões à Alfândega, criando assim uma ligação direta entre Leça do Balio e a Ribeira do Porto via São Mamede, Contumil e Campanhã. Mais recentemente, em meados de 2020, a Câmara Municipal do Porto decidiu avaliar o estado do ramal e a possibilidade de reabilitação com base em 2 propostas: a criação de uma linha de elétrico/metro ligeiro com uma estação nas Fontaínhas ou um novo percurso pedonal/ciclável e a instalação de um parque urbano ao longo desta encosta. Devido à envergadura da opção ferroviária, não é possível a coexistência das duas opções. Em 2023 a STCP Serviços entregou um relatório que demonstra a viabilidade das duas opções, recomendando contudo a não criação do "apeadeiro" nas Fontaínhas. A executar algum destes projetos, demoraria cerca de 3/4 anos para vermos o ramal da Alfândega cheio de vida novamente.
🇬🇧 One of the lines that put the city moving...
The Alfândega branch was created in November 1888 due to the city's need to have a more efficient and faster way of taking goods unloaded at the Invicta's Customs to other parts of the country, without having to use trucks. This small railway connected Pinheiro station (in the Campanhã area) and the aforementioned "Alfândega do Porto". It was only 3.8 km long, was used only by freight trains and had some works of art along its route, including: 2 bridges over Freixo and China streets and 3 tunnels of different sizes. The first tunnel was about 80 meters long, starting just before a well-known school in the city and ending just under the D. Maria Pia Bridge. The second tunnel was the shortest, measuring just 23 meters and "protected" the line as it passed through Fontaínhas. The third and last was the longest, measuring 1.3km in length, around 30% of the length of the entire line, and connected the Fontaínhas area to Ribeira. Initially the small branch had a single track, but in order to ease railway traffic in Campanhã in 1889, a second track was built in some locations.
Despite the current car park having been its eternal terminal, it was discussed when the Port of Leixões opened, the extension of the line to this location, something that never happened as this seaport was served by the Leixões Line (and previously by the Matosinhos branch). It was also thanks to Leixões that customs began to have its days numbered. The branch closed in June 1989, almost 101 years after its opening, and has been abandoned since then.
In the 21st century, the branch once again became a topic of conversation, right in 2005, as the group "GARRA - Action Group for the Rehabilitation of the Customs Branch" wanted to rehabilitate it, immediately proposing several alternatives for this purpose, among them, the extension of the passenger rail service from the Leixões line to Alfândega, thus creating a direct connection between Leça do Balio and Porto's riverside via São Mamede, Contumil and Campanhã. More recently, in mid-2020, the Porto City Council decided to evaluate the state of the branch and the possibility of rehabilitation based on 2 proposals: the creation of a tram/light metro line with a station in Fontaínhas or a new pedestrian route/cycling area and the installation of an urban park along this slope. Due to the scale of the railway option, the coexistence of the two options is not possible. In 2023, STCP Serviços delivered a report demonstrating the viability of both options, recommending however not the creation of the stop in Fontaínhas. If any of these projects were carried out, it would take around 3/4 years for us to see the Customs branch full of life again.
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