Igreja Senhor dos Aflitos
Ardegães e Rebordãos são dois lugares muitos antigos, que desde sempre estiveram inseridos na freguesia e paróquia de Águas Santas. A povoação destes lugares remonta ao período medieval (sendo já referida em 1258) mas é das centúrias de setecentos e oitocentos que sobressistem grande parte dos edificios destes lugares. Devido à importância estratégica e militar desta região, o rei D. Miguel terá pernoitado em Rebordãos (durante a guerra civil entre Liberais e Absolutistas) para agradecer o apoio e a dedicação dos seus apoiantes nesta zona. No entanto, apesar de constituírem lugares muito populosos, não possuíam capela paroquial onde se praticasse o culto religioso. Existia sim, uma capela particular dedicada à Nossa Senhora do Pilar (na Quinta da Azenha) onde se realizavam algumas celebrações, especialmente sermões, situação essa que se manteve até pelo menos aos anos 20. Terá sido o Padre Eduardo Alves Espinheira (pároco de Águas Santas), natural de Ardegães, o mentor da construção de uma capela que servisse os lugares de Ardegães e Rebordãos. Assim, como existia uma cruz em pedra granítica, inserida num nicho a quem o povo prestava culto (perto do local da atual igreja), decidiu-se pela construção, em 1929, de um novo templo de raiz, dedicado ao Senhor dos Aflitos, onde a cruz referida foi transferida para o remate da fachada do mesmo. A capela do Senhor dos Aflitos sofreu obras de requalificação e expansão por várias vezes (anos 80, 1995 e 2011/12), procedendo-se à inauguração desta última a 15 de julho de 2012. D. João Lavrador, Bispo Auxiliar do Porto, presidiu à celebração e durante a mesma elevou a capela à categoria de igreja. O futuro continua-se a construir aqui. O Rio Leça divide os dois lugares, mas o Senhor dos Aflitos une-os, esperando que para toda a eternidade, edificando-se assim a Comunidade de Nosso Senhor dos Aflitos de Ardegães.
A Igreja do Senhor dos Aflitos de Ardegäes é um templo singelo, de uma só nave e de aspeto moderno. Está situada no cume de um penhasco sobranceiro ao Rio Leça. A sua frontaria simples inclui um pórtico granítico, um óculo decorado com uma cruz da Ordem de Malta, um nicho com uma imagem esbranquiçada do Senhor dos Aflitos e por fim, o remate da igreja é preenchido pelo magnifico Senhor dos Aflitos em pedra. O interior é composto por elementos modernos, nomeadamente o seu presbitério (sacrário, altar, ambão e cadeira presidencial), os bancos da assembleia e do coro, bem como as suas paredes despojadas de decoração, com a exceção para as quatros imagens sacras que muito dignificam este templo (Santo António, N.S. da Livração, N.S.R. Fátima e Santa Rita). A sacristia é também muito acolhedora, encontrando-se mais uma imagem do Senhor dos Aflitos, que é utilizado nas procissões religiosas.
