1 - VILARINHO DA FURNA
Desde 1971 que esta aldeia está submersa pela albufeira da barragem de Vilarinho da Furna.
Quando a barragem tem o nível da água muito baixo, podem ver-se as casas, os caminhos e os muros da antiga aldeia.
Neste local das coordenadas é possível ver a zona da antiga aldeia, na outra margem, a norte. O seu acesso é feito, a pé, por um estradão com início junto à Barragem.
O poema “Requiem”, de Miguel Torga (afixado no local), retrata o modo de vida simples do povo de Vilarinho da Furna e a forma como o seu sonho foi destruído com a barragem: “um muro de cimento interrompeu o canto de um rio que corria nos ouvidos de todos”.
Viam a luz nas palhas de um curral,
Criavam-se na serra a guardar gado.
À rabiça do arado,
A perseguir a sombra nas lavras,
Aprendiam a ler
O alfabeto do suor honrado.
Até que se cansavam
De tudo o que sabiam,
E, gratos, recebiam
Sete palmos de paz num cemitério
E visitas e flores no dia de finados.
Mas, de repente, um muro de cimento
Interrompeu o canto
De um rio que corria
Nos ouvidos de todos.
E um Letes de silêncio represado
Cobre de esquecimento
Esse mundo sagrado
Onde a vida era um rito demorado
E a morte um segundo nascimento.
Miguel Torga
Barragem de Vilarinho da Furna
18 de Julho de 1976
2 - VIA NOVA – MILHA XVII
A Porta do Campo do Gerês é uma das 5 portas do PNPG. Aqui os visitantes têm acesso a conteúdos sobre os principais valores naturais, ambientais e culturais do PNPG.
A Geira, também conhecida por Via Nova ou Via XVIII (classificada como Património Nacional) do itinerário de Antonino que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga), é um extraordinário complexo arqueológico romano que mantém, praticamente intactos, pontes, muros e calçadas.
É a maior concentração de marcos miliários epigrafados no noroeste peninsular, muitos dos quais com inscrições datáveis entre o final do séc. I e o séc. IV d.c.
O miliário (nas coordenadas) que integra o cruzeiro do Campo do Gerês é do imperador Décio (250) e foi regravado.
Este indica a milha XVII
3 - MIRADOURO DA JUNCEDA
No Miradouro da Junceda, a 915m de altitude, é possível abranger todo o vale do rio Gerês, desde os topos das montanhas, como o Pé de Cabril (a norte) e o Borrageiro (a nascente), até ao fundo do vale, com vista para a albufeira da Caniçada.
Este é um dos quatro miradouros que compõe o trilho pedestre PR6 – Trilhos dos Miradouros, e nas proximidades é também possível encontrar a casa do guarda da Junceda, que serve como ponto de partida para o PR11 – Trilho da Silha dos Ursos.
O acesso ao Miradouro da Junceda é feito através de um estradão em terra batida, com extensão de cerca de 3km, encontra-se sinalizado num entroncamento com a estrada que liga o Campo do Gerês à Vila do Gerês (M-533) e pode ser feito de automóvel, mas para quem gostar de caminhar o percurso é muito bonito.
Este miradouro possui mesas de merenda.