O Parque Nacional da Peneda-Gerês, criado em 1971, com uma área aproximada de 70000 ha, foi a primeira área protegida criada em Portugal, sendo a única com o estatuto de Parque Nacional, reconhecido internacionalmente com idêntica classificação, desde a sua criação, por parte da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido à riqueza do seu património natural e cultural, sendo um dos últimos redutos do país onde se encontram ecossistemas no seu estado natural, com reduzida ou nula influência humana, integrados numa paisagem humanizada.

O Parque Nacional fica localizado no norte de Portugal, junto à fronteira com a vizinha Espanha, abrange 22 freguesias distribuídas pelos concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Montalegre. Estende-se desde o planalto de Castro Laboreiro ao da Mourela, composto pelas serras da Peneda, do Soajo, Amarela e do Gerês.
A Serra da Peneda localizada no sistema montanhoso Peneda-Gerês, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, a Serra da Peneda eleva-se na sua quota máxima a 1314 metros de altitude, no Outeiro Alvo. Serra da Peneda está definida pelos rios Minho e Lima.
A Serra do Soajo, sexta serra mais alta de Portugal Continental, com 1416 metros de altitude e 768 metros de proeminência topográfica. Situa-se nos municípios de Arcos de Valdevez, Melgaço e Monção, existindo nela uma vila milenar que tomou ou deu o nome à elevação - Soajo. Esta serra faz parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês e o seu topo, designado "Pico da Pedrada", é o ponto mais alto do Distrito de Viana do Castelo.
A Serra Amarela é a nona maior elevação de Portugal Continental, com 1361 metros de altitude no seu topo (Louriça). Situa-se no Minho, entre a Serra do Gerês e a Serra do Soajo, fazendo parte do sistema montanhoso da Peneda-Gerês. Encontra-se nos concelhos de Ponte da Barca, Terras de Bouro e Vila Verde. É cingida a norte pelo rio Lima e a sul pelo rio Homem.
A Serra do Gerês é a segunda maior elevação de Portugal Continental. O cume atinge 1545 metros de altitude, Pico da Nevosa, na fronteira com a Galiza. Faz parte do sistema montanhoso da Peneda-Gerês. Situada entre os rios Homem e Cávado. A Serra do Gerês constitui uma cadeia granítica que se estende de nordeste para sudoeste, numa extensão de 35 quilómetros, entre a Fonte Fria e o Rio Caldo.

O Parque Nacional possui uma vasta região montanhosa, rica em biodiversidade, nomeadamente fauna e flora, rica em costumes e tradições, e com registos pré-históricos, bem conservados, território também do majestoso Lobo-Ibérico.
As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável.
Na fauna, estas serras já foram habitat do urso-pardo. O lobo-ibérico (Canis Lupus Signatus) que vagueia num dos seus raros territórios de abrigo, a gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), o bufo-real (Bubo bubo), o falcão-abelheiro (Pernis apivorus), o cartaxo-nortenho (Saxicola rubetra), a escrevedeira-amarela (Emberiza citrinella), o picanço-de-dorso-ruivo (Lanius collurio), e a narceja (Gallinago gallinago), que tem aqui o único local de reprodução conhecido para Portugal.

A águia-real (Aquila chrysaetos) pontifica no vasto cortejo das aves. Micromamíferos vários, como a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), diversidade de répteis e anfíbios e uma fauna ictiológica (i.e. de peixes) que inclui a truta-do-rio (Salmo trutta) e o salmão enriquecem o quadro zoológico. Destacam-se ainda outras espécies associadas aos cursos de água, como a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), a lontra (Lutra lutra), o melro-de-água (Cinclus cinclus), o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), a rã-ibérica (Rana iberica) e a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica). Dos invertebrados, destacam-se, pela sua importância em termos de conservação, duas espécies de borboletas, Euphydryas aurinia e Callimorpha quadripunctata, um escaravelho (Lucanus cervus) e um gastrópode (Geomalacus maculosus).
O corço (Capreolous capreolous) é um cervídeo cuja distribuição está confinada a zonas montanhosas do Norte, como, por exemplo: as serras do Soajo, Peneda, Amarela e Gerês. Este herbívoro prefere áreas em que aos bosques se associam zonas abertas com matos, prados ou culturas agrícolas. O corço foi o símbolo usado para representar o parque nacional.

O passado traduz-se nos castelos de Castro Laboreiro e do Lindoso, monumentos megalíticos e testemunhos da ocupação romana. A geira romana, o antigo caminho que conduzia os legionários de Braga a Astorga, sobrevive num trecho da antiga calçada e nos curiosos marcos miliários.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês caracteriza-se por ser uma zona com relevo fortemente acidentado, inúmeros afloramentos rochosos, são as marcas dominantes. Região essencialmente granítica, fortemente fraturada, se bem que se verifica também a presença de uma importante mancha de rochas metasedimentares (xistos) e de depósitos de origem glaciar, como moreias ou blocos erráticos. As rochas mais antigas, datando de há pouco mais de 300 milhões de anos, afloram nas serras do Soajo e Amarela, no planalto de Castro Laboreiro e no extremo oriental da serra do Gerês. Os granitos recentes (290 milhões de anos) afloram nas serras da Peneda e do Gerês, conferindo-lhes um relevo mais vigoroso.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês zona montanhosa, com altitudes que chegam aos 1545 metros, no Pico da Nevosa (Serra do Gerês), de fortes declives, onde a presença de diferentes níveis de chãs é frequente. A abundância de vales e corgas é aproveitada pelos rios, dando lugar a uma rede hidrográfica de grande densidade, composta por um conjunto de afluentes e sub afluentes que correm, de modo geral, por vales agudos de encostas escarpadas. A área do Parque Nacional faz parte das áreas de influência dos rios Minho, Lima, Cávado e Homem.
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