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Paleoambientes [PNSAC] - BE25 EarthCache

Hidden : 08/02/2024
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   other (other)

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Geocache Description:


Translation
 

De acordo com a informação na listing, do placard e do que podes observar, responde às questões seguintes:

1 - Que tipo de rocha sedimentar podes encontrar no local? Qual a cor predominante visível no GZ?

2 - Que tipo de cenário paleoambiental podes encontrar aqui (ver placard)? A que tipo de fácies corresponde? (Listing, tabela I)

3 - Na escala de tempo geológico como é designada a idade da época Jurássica Média do período Jurássico da era Mesozoica (ver placard) deste local?

4 - Fotografia de ti ou algo que te identifique no na zona do jardim jurassico.

Paleoambientes

Na compreensão do passado da Terra, e também imprescindíveis para a reconstituição de paleoambientes, são de particular importância as rochas sedimentares. O conhecimento e a compreensão dos processos envolvidos na formação de uma rocha, e as condições que os condicionam, permitem deduzir os ambientes em que as mesmas se formaram.

A reconstituição da evolução dos ambientes geológicos que se desenvolveram durante milhões de anos é possível através do estudo detalhado das rochas e dos fósseis nelas observados.

A investigação realizada sobre as rochas calcárias pertencentes a Formação de Serra de Aire que ocorrem neste local sugere que ter-se-ão depositado um “cenário paleoambiental de pequenos charcos e zonas terrestres subaéreas, em condições climáticas sub-áridas/sub-húmidas, afetadas por incêndios”.

Reitera-se, portanto que as rochas sedimentares, os fósseis, a diversidade e a atividade biológica contribuem para a reconstituição de paleoambientes sendo considerados arquivos e testemunhos que fornecem um vislumbre detalhado da informação acerca da História da Terra.

A predominância de fósseis de organismos pertencentes aos grupos de corais, braquiópodes, cefalópodes, graptólitos e foraminíferos, indicam que os ambientes nos quais se depositaram são totalmente marinhos, pois são característicos destes ambientes, e que os primeiros apresentam uma distribuição restrita às águas quentes e pouco profundas.

Algumas espécies fósseis de algas, moluscos, gastrópodes e bivalves nas rochas comprovam a existência de ambientes de deposição de água doce. Também a presença de estruturas sedimentares como marcas de ondulação ou fendas de dessecação, comumente preservadas no registo geológico, fornecem informações sobre o ambiente de deposição.

Etimologia:

O termo paleoambiente traduz todos os fatores e condições externas que podem exercer influência sobre um organismo, num ambiente do passado.

Fácies* da rocha e ambientes de sedimentação

O ambiente de sedimentação e de formação das rochas permite definir características que constituem a fácies da rocha, nomeadamente, características texturais, paleontológicas, estruturais, mineralógicas, entre outras. Neste contexto, e numa abordagem bastante simplificada, consideram-se três tipos de fácies: fácies continental, fácies de transição e fácies marinha.

Os diversos tipos de fácies correspondem a diferentes paleoambientes (tabela 1). Em cada um destes verificam-se condições de sedimentação bastante particulares e restritas.

I. Fácies Continental II. Fácies de Transição III. Fácies Marinha
Fluvial Estuarina

Litoral

Glaciária Deltaica Nerítica
Lacustre Lagunar Batial
Eólica   Abissal

I - Fáceis de transição

A Fácies Continental é caracterizada por quatro distintos ambientes, entre eles, fluvial, glaciário, lacustre e eólico.

Os ambientes fluviais são caracterizados por um fluxo de água e consequente deposição, e sedimentação associada, nos canais dos rios. Nestes formam-se estruturas sedimentares laminares, indicadoras da direção do fluxo e da inclinação deposicional.

Litologia:  os conglomerados, o arenito e o lutito (mudstone) são as principais litologias presentes neste tipo de ambiente.

Registo fóssil: a fauna é incomum, no entanto, as partes resistentes de vertebrados, como por exemplo, ossos, dentes, etc., são preservados no local, mas fósseis de plantas (pólen e sementes) são mais comuns e abundantes. Nestes locais também se podem encontrar vestígios de animais, por exemplo pegadas, perfeitamente preservadas em sedimentos que secam rapidamente e, posteriormente, são cobertos com areia. Estes tipos de vestígios fósseis fornecem informações acerca de determinados paleoambientes.

Num ambiente glaciar, os depósitos são composicionalmente imaturos e tipicamente compostos por detritos de rochas (clastos).

Um exemplo disso mesmo são os depósitos glacio-marinhos, que fornecem um registo de períodos de glaciação, incluindo dropstones, sendo preservados no registo estratigráfico. O volume de gelo continental em áreas polares está intimamente ligado ao nível global do mar, por isso, a história das glaciações passadas é uma chave importante na compreensão das variações do clima global.

Litologia: neste tipo de ambiente, preferencialmente, surgem conglomerados, arenitos e lutito (mudstone). Algumas estruturas sedimentares podem surgir através, por exemplo, da orientação dos clastos indicadora da direção do fluxo do gelo.

Registo fóssil: Os fósseis, normalmente, estão ausentes em depósitos continentais, mas podem estar presentes em fácies glacio-marinhos.

Estruturas sedimentares caratrísticas de fácies detrítica

A) Marcas de ondulação. Retirado de Hints & Midel, 2008

B) Fendas de dessecação, retirado de Goehring et al, 2010.

Num ambiente lacustre, nem sempre é fácil a distinção entre os depósitos de um lago e os de um ambiente marinho de baixa energia, como uma lagoa. Lagos rasos terão características semelhantes aos depósitos lagunares, com marcas de ondulação (figura 6-A) em areias intercaladas com lamas depositadas a partir da suspensão, enquanto os ambientes mais profundos de um lago se assemelham aos de um mar com profundidades semelhantes ou superiores, uma vez que incluem depósitos de suspensão e turbiditos.

Os principais critérios de distinção entre lacustres e fácies marinhos são, muitas vezes, as diferenças entre os organismos e habitats que existem nesses ambientes.

Registo fóssil: a presença de fósseis de moluscos, bivalves e gastrópodes em estratos, são indicadores de formas de água doce. Alguns dos indicadores mais confiáveis de condições de água doce são os fósseis de algas e bactérias.

Na fácies continental eólica, os depósitos formados ocorrem principalmente em ambientes áridos onde a água de superfície é intermitente e há pouca cobertura vegetal. Nestas áreas desérticas são caracteristicamente formadas dunas, marcas de ondulação (figura 6-A) e fendas de dessecação (figura 6-B) como estruturas sedimentares, constituídas essencialmente por areia e silte. Nestas estruturas, o vento é o principal fator condicionante, de acordo com a sua direção.

Registo fóssil: as condições oxidantes presentes neste tipo de ambiente impedem a preservação de muito material fóssil, daí ser escassa a presença de fósseis, no entanto, podem surgir ossos de vertebrados nalguns estratos. Surgem fácies associadas como, por exemplo, fácies fluviais, aluviais e lacustres.

II - Fáceis de transição

As zonas de transição correspondem a locais onde existe, em simultâneo, influência continental e marinha. A fácies de transição é caracterizada e sintetizada em três distintos ambientes, entre eles: estuarino, deltaico e lagunar.

O ambiente estuarino é considerado um ambiente de deposição bastante complexo e heterogéneo, que se descreve sucintamente, e se divide em quatro elementos:

a) praia: constituída essencialmente por conglomerados e areia, com clastos bem arredondados e calibrados, e presença de estruturas sedimentares com baixo ângulo de estratificação, de acordo com a direção das ondas;

b) lagoas: meios hipersalinos ou salobros, constituídos principalmente por uma mistura de lama com um pouco de areia fina e silte, promovendo a formação de estruturas laminadas e marcas de ondulação;

c) zona intertidal: zonas pouco profundas, com lama, areia e menos comummente conglomerados, com configurações cuja energia exerce grande impacto pela erosão, formando estruturas laminares cruzadas e estratificações cruzadas;

d) plataformas tidais (tidal mudflats): lama e areia de grão fino, com presença pontual de argilas, formando estruturas sedimentares com laminação e ripples.

Registo fóssil: Apenas os organismos mais robustos permanecem intactos, e entre estes estão os moluscos, pela espessura das suas conchas. Neste sentido, os vestígios de organismos que geralmente podem ser aqui encontrados dependerão da energia do meio ambiente e da natureza do substrato.

No ambiente deltaico uma característica fundamental é a estreita associação dos ambientes deposicionais continentais e marinhos.

Litologia: a parte superior de um delta contém sedimentos relativamente grosseiros, conglomerados, assim como material de grão mais fino, arenito/areia, nas áreas mais próximas da área adjacente do mar.

Registo fóssil: evidências paleontológicas de fauna e flora são importantes no reconhecimento dos sub-ambientes marinhos e continentais de um delta, ou seja, podem ser encontradas associações de fósseis de plantas terrestres, animais no topo do delta e de fauna marinha na frente do delta.

As fácies lagunaro fisicamente muito semelhantes ao ambiente lacustre, no entanto, uma laguna tem episodicamente invasão das águas marinhas encontrando-se separada do mar por uma ilha barreira ou por um recife, desenvolvendo-se ao longo da costa.

Litologia: lutito (mudstone), com a presença de marcas de ondulação.

Registo fóssil: surgem também neste ambiente sucessões de fósseis com influência marinha e de fauna que poderá fornecer evidências de água salobra ou hipersalina.

III - Fáceis Marinha

A fácies marinha divide-se em quatro distintos ambientes, entre eles: litoral, nerítica, batial e abissal.

Na fácies litoral as típicas litologias que a caracterizam são, as areias, a lama e algum cascalho. Os ambientes de deposição nas plataformas continentais variam de acordo com a profundidade da água, o abastecimento de sedimentos, o clima e os processos de ondas, marés e tempestades.

Há um número de grupos de organismos que são encontrados apenas em ambientes totalmente marinhos, estes incluem:

corais, braquiópodes, cefalópodes, graptólitos e foraminíferos, entre outros. A ocorrência de fósseis desses grupos fornece evidências de deposição marinha.

Por outro lado, a fácies nerítica ocorre ao nível da plataforma continental, em zonas rasas. Neste ambiente, os sedimentos são misturas de carbonato e outros materiais clásticos, e no registro estratigráfico muitas sucessões consistem em misturas de rochas carbonatadas, arenitos e argilitos. O clima desempenha um papel importante na determinação do fornecimento de areia e lama para ambientes marinhos de baixa profundidade.

Litologia:  As rochas carbonatadas são formadas neste ambiente.

Relativamente aos ambientes abissais, ou seja, ambientes marinhos profundos, o conhecimento adquirido é muito pobre quando comparado com outros ambientes. Muita da informação direta sobre os ambientes profundos e os produtos que daí advêm são de pesquisas feitas ao fundo do mar e da análise de sucessões de estratos antigos expostos. Estruturas sedimentares, tais como a estratificação cruzada, são formadas por correntes fortes, normalmente ausentes dos sedimentos depositados em profundidades superiores a duas centenas de metros, assim como as ondulações e qualquer evidência de atividade das marés.

Registo fóssil: os fósseis mais abundantes no fundo do oceano são os esqueletos de organismos microscópicos planctónicos como, por exemplo, os foraminíferos, que podem ser usados como indicadores de profundidade relativa. Outros vestígios fósseis aqui presentes incluem as conchas de grandes organismos, como cefalópodes, e ainda ossos e dentes de peixes ou répteis aquáticos e mamíferos.

* Denomina-se fácies ao conjunto de rochas com determinadas características distintivas, quer paleontológicas quer litológicas, considerando qualquer aspeto composicional, químico ou mineralógico, morfológico, estrutural ou textural que ajudem a conhecer onde e quando se formou a rocha.

Fonte:

Os fósseis na reconstituição de paleoambientes: Aplicação de um jogo didático como recurso educativo, Ana Cláudia Barroso Fernandes Magalhães, 2016.

https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/93640/2/176514.pdf

 

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