Casa Branca:
Sobre uma extensa planície coberta por olivais a perder de vista, situada no fértil Vale de Freixo, junto à margem direita da Ribeira do Almadafe, assenta a freguesia de Casa Branca.
No que diz respeito à origem do topónimo, a história mais conhecida é a de que o “nome tem fundamento numa casa caiada de branco, que se encontrava perto duma fonte. A princípio era a única casa que havia por aqueles sítios (…). Então, os viajantes quando passavam a essa casa e a essa fonte diziam que tinham passado à Casa Branca.” De acordo com o folclore popular, esta casa servia como referência aos padres da época que vinham de Évora e, ao passarem por esta casa sabiam estar perto do seu destino, Avis.
Mas, tal como os topónimos de Sousel e Cano é difícil comprovar a veracidade das histórias, uma vez que não existe qualquer prova documental acerca das mesmas. Sabe-se que a referência mais antiga e fidedigna ao nome Casa Branca data de 1532 e diz respeito a anotações de um monge francês, Claude de Bronseval, que visitou a Península Ibérica para inspecionar os monteiros filiados na Ordem de Cister (Richau, 2015): “12º dia – Partimos na parte da manhã, e encontrámo-nos em vales cortados por riachos e rios inundados, engrossados pelas chuvas recentes, que escorrem das montanhas. Vagámos sobre montes (…) e chegámos a um lugar muito miserável chamado Casa Branca. É um povoado na zona rural, que inclui seis ou oito casas, onde não fomos capazes de encontrar absolutamente nada. A partir daí, passámos por montanhas desertas até um vale em que atravessámos uma ponte de pedra sobre um rio chamado Tera. Não longe daí encontra-se, num local plano, uma cidade chamada Vimieiro.”
Ao analisar os relatos do monge percebe-se que Casa Branca não estaria situada no mesmo sítio que atualmente, a norte e numa zona plana, mas sim a sul da Ribeira de Almadafe, numa zona montanhosa, o que pressupõem que Casa Branca estava fundada em terrenos do termo de Pavia. Não é possível definir com certeza a sua localização, sabe-se apenas que ficaria perto da ermida de S. Brás, santo da devoção dos habitantes que mesmo após a alteração da localização da aldeia, continuavam a deslocar-se a esta capela em fevereiro no dia do santo.
Casa Branca, na atual localização terá sido fundada em finais do século XVI, entre 1558 e 1578, quando o Conde de Sabugal, D. Duarte de Castelo Branco, resolveu dividir a sua herdade no termo de Avis em pequenas courelas. Atraídos por terrenos mais férteis, os habitantes ter-se-ão deslocados para aqui e fundado uma nova aldeia, com o mesmo nome (Richau, 2015).
É uma freguesia essencialmente rural, onde grande maioria da sua população ativa se dedica à agricultura, tendo esta e a indústria lagareira um papel preponderante na economia da freguesia. Destaca-se também o vinho produzido na Herdade do Mouchão.
No Brazão da freguesia temos “as armas, escudo de azul, uma asna de prata acompanhada em chefe à dextra de três espigas de trigo de ouro, atadas de vermelho no pé e, à sinistra, de um cacho de uvas de púrpura, folhado de prata; em contra-chefe um ramo de sobreiro de ouro, frutado do mesmo. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro.” A bandeira é branca, com cordões e borlas de prata e azul e haste e lança de ouro.
António de Carvalho Costa (1970) in Richau, João; Sousel: Memórias do Concelho das suas gentes, vilas, aldeias e campos, Vol. 1; Bubok Publishing S.L; Portugal; 2015
Claude de Bronseval (1970) in Richau, João; Sousel: Memórias do Concelho das suas gentes, vilas, aldeias e campos, Vol. 1; Bubok Publishing S.L; Portugal; 2015
Consultado em: https://www.heraldry-wiki.com/arms/websites/Portugal/www.fisicohomepage.hpg.ig.com.br/ssl-casabranca.htm
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