Localizada nas proximidades da Igreja de Campanhã e da Estrada da Circunvalação, na zona onde está a atual Quinta da Bonjóia existiu uma quinta que pertenceu ao chantre da Sé do Porto, Martim Viegas. Quando este morreu, deixou a propriedade a Maria Martins e ao seu marido, Afonso Dinis, que por sua vez a ofereceram em doação ao cabido da Sé por volta de 1402, em troca de umas missas. A quinta passou então a ser gerida pelos cónegos da Sé. Foi ainda gerida por D. Mécia Aranha e seu esposo, Manuel Gonçalves, mantendo-se na sua família.
Casa abastada construída no séc. 18, em estilo barroco, de planta quadrangular, integrando torre numa das fachadas, constituindo uma obra inacabada, à semelhança da Casa da Prelada. Existe na concepção do edifício a definição de um eixo de simetria, tendo sido realizado apenas a ala poente do imóvel. Na fachada nascente são ainda visíveis, arranques, aberturas e as fundações de toda a ala este. Na definição dos espaços exteriores, existe uma extensa balaustrada de remate de um muro de suporte de 98.40 m de comprimento por seis metros de altura. Esta foi a forma encontrada de definir um terraço a S. da Casa, interrompido por uma escada tipicamente "nasoniana", localizada exatamente no eixo de simetria da habitação. Outras afinidades estilísticas podem ser referidas entre a Casa de Bonjóia e a da Prelada e do Palácio do Freixo como a coincidência da presença de torres na resolução dos cunhais. Na organização do espaço interior é clara a sobreposição de dois eixos compositivos sobrepostos: um eixo no sentido E. - O. e outro N. - S., princípio de organização empregue por Nasoni no Palácio do Freixo. Estes princípios compositivos eram caros a Nasoni e traduzem o seu espírito barroco na busca de estabelecer a ideia de espaços infinitos definindo fortes eixos visuais. Não é estranho que Robert Smith (1966) no estudo sobre a vida e obra de Nicolau Nasoni tenha atribuído esta Casa como da sua autoria e talvez uma das suas últimas obras
Horário: 07h-19h