Pescadores do Guadiana
A pesca no rio Guadiana, na região de Mértola, remonta pelo menos à pré-história recente com a humanização deste território. Constitui-se por uma atividade artesanal que detém várias técnicas, artes e saberes transmitidos entre pais e filhos ao longo de gerações. O seu desenvolvimento, tal como outras atividades tradicionais, deveu-se à necessidade de sobrevivência das comunidades ribeirinhas que souberam aproveitar os peixes do rio, como recurso natural, para a sua alimentação. Com o passar do tempo formaram-se comunidades piscatórias especializadas que comercializavam o pescado por outros produtos que não tinham. As artes tradicionais foram utilizadas durante séculos quase sem sofrerem alterações significativas. Na região de Mértola as artes mais utilizadas são os tresmalhos, os aparelhos de anzol e as nassas. Nas últimas décadas, devido sobretudo à legislação imposta, deixaram de ser utilizadas as tarrafas, fisga, colher, tapa esteiros e redisca.
As espécies pescadas são sobretudo a enguia, a lampreia, a tainha, o barbo, a saboga, a boga e o sável. Em épocas de estio também se pescam robalos e corvinas, espécies marinhas que sobem o rio até ao Pomarão onde a água no verão fica muito salgada. O esturjão foi uma importante espécie aqui pescada e que desapareceu do Guadiana à medida que as águas ficaram poluídas. As embarcações tradicionais utilizadas neste território foram a “pateira” ou “bateira”, a “chata”, o “bote” e a “lancha” que se deslocavam pela força dos remos. Estas embarcações de madeira eram fabricadas localmente. Na maioria das povoações ribeirinhas existiam carpinteiros navais que fabricavam e restauravam este tipo de barcos. Muitas vezes eram os próprios pescadores que acumulavam estas competências. Nas últimas décadas estas embarcações tradicionais foram dando lugar a modernas embarcações em fibra e nas poucas que se mantêm foram adaptados motores.
Atualmente a pesca tradicional no Guadiana corre sérios riscos de desaparecer. Os pescadores ainda no ativo são em número muito reduzido e com idades avançadas. Concorrem para o estado atual desta atividade, que marcou culturalmente as populações da margem do rio, a forte diminuição de peixes devido à poluição crescente das águas do rio, as restrições legislativas que proibiram inúmeras artes de pesca e colocaram restrições na utilização de outras. Todos estes fatores tornaram a atividade pouco, ou nada, lucrativa levando ao desinteresse das gerações mais jovens e tornando-a uma atividade complementar para os mais velhos.
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As vezes o caminho errado, leva-te ao sítio certo!
Espero que gostes do desafio e aprecies a beleza natural deste local.
Porque, o importante é a jornada, o desafio e desfrutar do ar livre.
Levem material de escrita!
Boa Cachada!