Um mergulho pelo Mar do Jurássico
O objetivo desta earthcache é observar ao vivo um local , que foi mar, a milhões de anos.
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1 – Como se explica a existência de vestígios marítimos neste local?
2 – No Andar/Idade Oxfordiano deu origem a formação de?
3 – Tendo como referência o norte magnético, o ponto 7 Moinho do Cotovio forma um angulo de quantos graus?
4 – Uma foto no local onde identifique o geocacher e a placa informativa existente, não são aceites nicks em papel e afins, quem não quiser mostrar a cara pode tirar a foto de costas.
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O Planalto do Escarpão é uma entidade geomorfológica singular, esculpida pela conjugação de processos fluviais, cársicos e tectónicos.
A Ribeira de Quarteira é uma das principais vias fluviais do barrocal algarvio e foi o seu laborioso encaixe no Planalto do Escarpão que nos permite observar em sucessão vertical, nas ravinas das suas margens, uma das mais completas sequências sedimentares do Jurássico Superior, no Algarve oriental.
Quantos milhões de anos foram necessários para modelar a paisagem?
Os processos geológicos operam em diversas escalas temporais, mas, de um modo geral, se excetuarmos os eventos catastróficos, são necessários milhares de anos para produzir alterações naturais significativas.
Para produzir esta paisagem, foram necessárias várias etapas com intervenção de diversos processos, como as variações do nível médio do mar, os movimentos verticais da crosta terrestre (camada mais externa da Terra), deformação e alteração das rochas.
A primeira etapa, foi obviamente a génese de todo este volume de rochas cuja espessura atinge, neste local, 75 metros, desde o vale da Ribeira de Quarteira até ao topo do planalto. Onde foi possível existir espaço para a acumulação dos sedimentos que deram origem a estas rochas?
As bacias marinhas são preenchidas ao longo do tempo por sedimentos (partículas de tamanhos diversos) que chegam das massas continentais e por sedimentos produzidos nas próprias bacias. Neste último caso, o sedimento é produzido através da precipitação de carbonato de cálcio a partir da água do mar, na maioria das vezes com mediação de organismos marinhos dão origem aos calcários.
Os calcários que constituem o substrato do Planalto do Escarpão onde nos encontramos, resultaram de sedimentos acumulados nos fundos marinhos do Oceano Tethys, ao longo do Jurássico Superior.
Distribuição da localização das massas terrestres e do Oceano Tethys durante o Jurássico superior (há 152 milhões de anos). Ilustração de G. Descamps e S. Oliveira.
Oceano Tethys que deu origem ao Mediterrâneo e ao Oceano Atlântico Central, resultou da fragmentação do supercontinente Pangeia e, durante a Era Mesozoica separava dois continentes: Laurásia e Gondwana. Durante o Jurássico Superior, o Oceano Tethys circundava a Terra em posição equatorial. Não admira, pois, que a fauna preservada na forma fóssil, seja característica de água quentes.
Evolução das massas continentais na Era Paleozoica (Pérmico) e Mesozoica (Triássico, Jurássico e Cretácico). Ilustração de G. Descamps e S. Oliveira.
A variação vertical do tipo de rocha e do seu conteúdo fossilíferos, deve-se aos diversos subambientes onde se depositaram os sedimentos.
Esquema dos subambientes marinhos onde se depositaram os sedimentos que posteriormente se converteram em calcários e calcários margosos, com diverso conteúdo fossilífero, das diversas formações geológicas que formam o Planalto do Escarpão. As variações do nível médio das águas do mar controlam a posição destes subambientes. Ilustração de D. Moura, G. Descamps e S. Oliveira.
Se as rochas foram geradas no oceano, como é que as encontramos aqui expostas, a cerca de 6 km da linha de costa atual e a esta altitude? Tal facto resulta da conjugação de dois processos: o nível do mar foi, durante o Jurássico, mais alto que o presente e ocorreu um soerguimento das massas continentais.
Uma vez expostas, as rochas começam as ser alteradas pelos agentes da geodinâmica externa (água da chuva, rios, vento, insolação, diferenças de temperatura). Em particular, os calcários são muito vulneráveis à dissolução, originando uma morfologia cársica com caprichosas formas, sumidouros e algares.
Bloco diagrama esquemático de alguns elementos da morfologia cársica. Ilustração de D. Moura, G. Descamps e S. Oliveira.
Nestas regiões cársicas, a quantidade de água que escorre à superfície é inferior àquela que se infiltra para o subsolo, para alimentar as toalhas de água subterrâneas (aquíferos). Deste modo, a densidade das redes de drenagem é baixa em zonas calcárias como é o caso do Barrocal (região natural do Algarve).
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As vezes o caminho errado, leva-te ao sítio certo!
Espero que gostes do desafio e aprecies a beleza natural deste local.
Porque, o importante é a jornada, o desafio e desfrutar do ar livre.
Boa Cachada!