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Como validar o teu Found It?
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Sobe ao topo do miradouro do Castelejo e
posiciona-te junto da placa informativa com vista para sul! Responde às questões
assinaladas. 1 - Qual a dimensão média
dos "conhos" e que nome se atribui considerando a sua granulometria?
2 - Estima a área do Conhal do Arneiro?
3 - Que tipo de rocha encontras no local
atendendo à sua origem e qual a sua cor?
Obrigatório:
4 - Uma foto contigo ou algo que te
identifique junto à placa informativa do Conhal do Arneiro! |
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A Mina de Ouro do Conhal do Arneiro é um dos dezasseis
geomonumentos do Geopark Naturtejo e um geossítio protegido no âmbito do
Monumento Natural das Portas do Ródão. Trata-se de um dos mais importantes
exemplos de património geomineiro do território, incluído na tipologia de
“Mineração antiga de Ouro”. A existência de ouro nesta
região foi descrita pelo romano Plínio, O Velho na sua enciclopédia “Naturalis
Historia” publicada nos anos de 77-79 d.C.. Mais tarde, Frei Manuel Dias
Canhestro, nas Memórias Paroquiais da Freguesia de Espírito Santo publicadas no
século XVIII, referiu que a região do Arneiro era designada pelos nativos de
conhal, onde se explorava ouro desde o tempo dos cartaginenses e romanos.
Reconhecem-se importantes explorações de
ouro romanas nos depósitos terciários do Tejo e verificam-se muitas semelhanças
entre as técnicas romanas e as usadas no Conhal do Arneiro. O estudo toponímico revelou que o nome “Conhal”
se referia a exploração de ouro no período Romana ou no período Mouro.
A área
do conhal corresponde a cascalheiras que resultaram da remoção e lavagem de
material aluvionar para a prospeção de ouro nos terraços. Esta
exploração ocupa uma área de 60ha e terá sido contemporânea da mina romana de Las Medulas (Espanha), considerando a área explorada e os vestígios de técnicas
usadas. O Conhal do Arneiro terá sido explorado pelo desmonte gravítico de
depósitos cenozóicos, designadamente da o terraço fluvial T4, através do
incremento da competência erosiva de linhas de água, tirando partido dos
pendentes naturais. A água seria transportada através de canais de abastecimento
talhados (corrugi), como a “Vala dos Mouros”, com início na Ribeira de Nisa
próximo de Vinagra, e direcionado para a área mineira que ainda se distingue em fotografia aérea. |
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Os sedimentos quartzíticos de maiores dimensões eram removidos manualmente e
empilhados em alinhamentos que atingiam mais de 100m de extensão ou montículos
cónicos moderadamente calibrados, com aspeto homogéneo, dispostos ao longo das
margens dos canais, atingindo os 5m de altura. Estes empilhamentos são
atualmente uma das principais características de antigos trabalhos romanos em
aluviões.
A disposição das conheiras “em pente” não significa
que os terraços fluviais fossem desmontados pelo processo de ruina monti mas
simplesmente pelo escavamento e recolha manual da areia para ser lavada. No
seguimento das bacias de decantação existentes havia um canal de evacuação de
estéreis com incisão profunda num vale em U, para lançar os estéreis
diretamente para o Tejo.
Destaque-se o Castelejo, um
relevo de 15m de altura no bordo Norte da exploração, que se eleva e destaca das conheiras, sendo constituído por sedimentos pouco coesos do terraço T4, de topo
plano correspondente a nível erosivo. Encontra-se numa posição estratégica no
centro da exploração entre as bacias de decantação e os canais de evacuação de
estéreis, e com vista sobre o Tejo, as Portas de Ródão e o relevo ocupado pelo
Castelo do Rei Wamba, evidências da sua origem artificial, relacionada com a
evolução do desmonte. |
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Figura 2. Corte simplificado
do graben do Arneiro na exploração mineira do Conhal, área do Castelejo. Entre a
base e o topo do Castelejo toda a paisagem envolvente foi rebaixada cerca de 15
m . |
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Esta “corona” poderá ter sido um
local de vigilância sobre a exploração mineira e o tráfego fluvial do Aurifer
Tagus. A este relevo se associa lenda local que refere que os mouros exploravam
ali ouro e que foram os cristãos, que ao conquistarem aquele lugar, acabaram com a
exploração mineira. Muitos dos vestígios de exploração romana estão preservados atualmente, como as conheiras, os canais de lavagem e de evacuação, o relevo central de controlo (Castelejo)
e a última posição da frente de exploração no seu limite leste e norte. Há a destacar também o Conho Gigante, um grande
bloco quartzítico, sub-rolado com 1,5m X 1,2m, e cerca de 2,5 toneladas de peso,
que demonstra a enorme eficiência erosiva do rio Tejo, particularmente nos
últimos estádios glaciários do Quaternário em que se deu a deposição dos
sedimentos no terraço T4.
Dada a sua elevada densidade, o transporte do ouro
só é possível através de cursos de água com alguma competência. Assim, quando a
eficiência do rio diminui o ouro e blocos como este depositam, como acontece
imediatamente a jusante das Portas de Ródão, onde o Tejo se espraia e perde
capacidade de transporte.
As arestas adoçadas, superfícies polidas e as marcas de choque bem evidentes
evidenciam um período de permanência longo e transporte num rio caudaloso e
cascalhento. Considerando a área desmontada e a espessura de 15 m do terraço T4
a jusante das Portas de Ródão, pode estimar-se um volume de sedimentos
trabalhados de cerca de 10 milhões de metros cúbicos. Pelos valores de teores de ouro obtidos nos depósitos do Terraço T4,
infere-se que a exploração romana terá sido inferior a 6 toneladas (para um
valor médio de 0,521 g/m3 ), possivelmente 3-3,5 toneladas (para teores médios de
0,291 g/m3 -0,347 g/m3 ). |
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A técnica Ruina
Montium |
Ruina Montium, ou em português “Colapso das
Montanhas”, é o nome dado a este método de extração de minério utilizado pelos
romanos. Era utilizado quando a zona a explorar era demasiado grossa, como uma
encosta ou um monte, recorrendo a barragens e a sistemas de drenagem. |
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- Primeiro, na zona a explorar eram abertos
túneis e galerias, apenas com entradas nos pontos altos. Ao mesmo tempo era
construído um sistema de drenagem de água, recorrendo a canais e a
reservatórios. - Depois dos túneis estarem abertos e concluído o sistema de drenagem,
procede-se à inundação dos túneis. Esta inundação dos túneis acaba por provocar
o colapso total da zona escavada. |
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Este geossítio foi também identificado como “Relevo testemunho do terraço T3” e
“Conheira da Ribeira do Vale”. Em 1999, os
materiais das conheiras estavam a ser explorados e vendidos para brita. O alerta
foi dado pela Associação de Estudos do Alto Tejo.
A Câmara Municipal de Nisa requereu um estudo que determinou que deveriam ser
tomadas medidas para travar essa delapidação e destruição do património. O Instituto Português de Arqueologia considerou o Conhal do
Arneiro como “área de interesse arqueológico”, encontrando-se em fase de
classificação pelo IGESPAR. Toda a área se encontra num olival secular que
permitiu em certa medida a proteção das conheiras até aos dias de hoje, exceto
no seu limite sul. |
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Figura 3.
represa |
Paisagem fortemente intervencionada pelo Homem, com a
alteração completa da topografia local, é no entanto, e não sem ironia, uma das
zonas de maior interesse ecológico de todo o Geopark Naturtejo. O Conhal do
Arneiro encontra-se classificado a nível nacional no Monumento Natural das Portas
de Ródão, pertencente à Rede Nacional de Áreas Protegidas.
A Área Arqueológica do Conhal do Arneiro requere um cuidado sensível na sua
conservação, necessitando para tal de um percurso interpretativo que facilite a
visita e impeça a erosão provocada nas Murias pela circulação de pessoas e
veículos. Este percurso deve iniciar-se na povoação do Arneiro, no Centro
Interpretativo do Monumento Natural das Portas de Ródão a implementar, ponto de
partida para outras excursões a pé, de bicicleta, a cavalo, veículos elétricos
ou de barco no Tejo.
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Figura
4. vista do Castelejo para Norte com o Rio Tejo ao fundo. |
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Chester Keeler Wentworth nasceu em Aspen, Colorado, em 7 de maio de 1891, um dos cinco filhos de Frank Louis Wentworth e Anna Maria Keeler Wentworth. Licenciou-se em Geologia na Universidade de Chicago em junho de 1918. Chester terminou o Mestrado em 1921 e o doutoramento em 1923, ambos na Universidade de Iowa. Enquanto estudante em Iowa revelou uma combinação incomum de aptidões de Chester o que levou à criação de uma escala pela qual ficou conhecido - a escala Wentworth para a classificação de rochas sedimentares clásticas.
Chester K. Wentworth, membro da Sociedade Geológica da América desde 1923, morreu em Hilo, Havaí, a 06 de janeiro de 1969, após vários anos de doença. Sobreviveram-lhe a viúva, Juliette Oliveira Wentworth e dois filhos de um casamento anterior, Robert e Gordon. O filho Thomas foi morto em França em 1944.
A escala original foi concebida em 1898 pelo sedimentólogo americano J.A. Udden. Em 1922 foi adaptada por C. K. Wentworth que a expandiu em vários graus e que permanece até hoje a referência de classificação granulométrica de sedimentos clásticos. |
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Granulometria |
A escala granulométrica, em sedimentologia, é a divisão de uma gama contínua de dimensões de partículas agrupados por séries de grupos discretos. Várias dessas escalas foram criadas com a finalidade de padronizar termos e proporcionar uma base para a análise estatística.
Na maioria das escalas, as partículas mais finas são designadas por argila, seguido de silte, areia, areão, cascalho, balastros e blocos. Os limites de tamanho para cada grau podem variar de escala para escala. |
Wentworth Scale |
mm
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ɸ
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256
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-8
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Boulder
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Blocos
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GRAVEL
BALASTRO
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128
|
-7
|
Cobble
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Seixos
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64
|
-6
|
32
|
-5
|
Pebble
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Cascalho
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16
|
-4
|
8
|
-3
|
4
|
-2
|
2
|
0
|
Gravel
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Areão
|
1
|
1
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Very coarse sand
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Areia muito grosseira
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SAND
AREIA
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0.5
|
2
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Coarse sand
|
Areia grosseira
|
0.25
|
3
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Medium sand
|
Areia média
|
0.125
|
4
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Fine sand
|
Areia fina
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0.0625
|
5
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Very fine sand
|
Areia muito fina
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0.031
|
6
|
Silt
|
Silte
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CLAY
ARGILA
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0.0156
|
7
|
0.004
|
8
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|
Clay
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Argila
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source: https://post.geoxnet.com/escala-granulometrica-de-udden-wentworth/wentworth_bgs/ |
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