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Conhal do Arneiro - Geositio Naturtejo - BE31 EarthCache

Hidden : 10/30/2024
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2.5 out of 5

Size: Size:   other (other)

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Geocache Description:


 

Como validar o teu Found It?

Sobe ao topo do miradouro do Castelejo e posiciona-te junto da placa informativa com vista para sul! Responde às questões assinaladas.

1 - Qual a dimensão média dos "conhos" e que nome se atribui considerando a sua granulometria?

2 - Estima a área do Conhal do Arneiro?

3 - Que tipo de rocha encontras no local atendendo à sua origem e qual a sua cor?

Obrigatório:

4 - Uma foto contigo ou algo que te identifique junto à placa informativa do Conhal do Arneiro!

 

 
A Mina de Ouro do Conhal do Arneiro é um dos dezasseis geomonumentos do Geopark Naturtejo e um geossítio protegido no âmbito do Monumento Natural das Portas do Ródão. Trata-se de um dos mais importantes exemplos de património geomineiro do território, incluído na tipologia de “Mineração antiga de Ouro”.

A existência de ouro nesta região foi descrita pelo romano Plínio, O Velho na sua enciclopédia “Naturalis Historia” publicada nos anos de 77-79 d.C.. Mais tarde, Frei Manuel Dias Canhestro, nas Memórias Paroquiais da Freguesia de Espírito Santo publicadas no século XVIII, referiu que a região do Arneiro era designada pelos nativos de conhal, onde se explorava ouro desde o tempo dos cartaginenses e romanos.

Reconhecem-se importantes explorações de ouro romanas nos depósitos terciários do Tejo e verificam-se muitas semelhanças entre as técnicas romanas e as usadas no Conhal do Arneiro. O estudo toponímico revelou que o nome “Conhal” se referia a exploração de ouro no período Romana ou no período Mouro.

A área do conhal corresponde a cascalheiras que resultaram da remoção e lavagem de material aluvionar para a prospeção de ouro nos terraços. Esta exploração ocupa uma área de 60ha e terá sido contemporânea da mina romana de Las Medulas (Espanha), considerando a área explorada e os vestígios de técnicas usadas. O Conhal do Arneiro terá sido explorado pelo desmonte gravítico de depósitos cenozóicos, designadamente da o terraço fluvial T4, através do incremento da competência erosiva de linhas de água, tirando partido dos pendentes naturais. A água seria transportada através de canais de abastecimento talhados (corrugi), como a “Vala dos Mouros”, com início na Ribeira de Nisa próximo de Vinagra, e direcionado para a área mineira que ainda se distingue em fotografia aérea.

 

 

Os sedimentos quartzíticos de maiores dimensões eram removidos manualmente e empilhados em alinhamentos que atingiam mais de 100m de extensão ou montículos cónicos moderadamente calibrados, com aspeto homogéneo, dispostos ao longo das margens dos canais, atingindo os 5m de altura. Estes empilhamentos são atualmente uma das principais características de antigos trabalhos romanos em aluviões.

A disposição das conheiras “em pente” não significa que os terraços fluviais fossem desmontados pelo processo de ruina monti mas simplesmente pelo escavamento e recolha manual da areia para ser lavada. No seguimento das bacias de decantação existentes havia um canal de evacuação de estéreis com incisão profunda num vale em U, para lançar os estéreis diretamente para o Tejo.

Destaque-se o Castelejo, um relevo de 15m de altura no bordo Norte da exploração, que se eleva e destaca das conheiras, sendo constituído por sedimentos pouco coesos do terraço T4, de topo plano correspondente a nível erosivo. Encontra-se numa posição estratégica no centro da exploração entre as bacias de decantação e os canais de evacuação de estéreis, e com vista sobre o Tejo, as Portas de Ródão e o relevo ocupado pelo Castelo do Rei Wamba, evidências da sua origem artificial, relacionada com a evolução do desmonte. 

 Figura 2. Corte simplificado do graben do Arneiro na exploração mineira do Conhal, área do Castelejo. Entre a base e o topo do Castelejo toda a paisagem envolvente foi rebaixada cerca de 15 m .

 
Esta “corona” poderá ter sido um local de vigilância sobre a exploração mineira e o tráfego fluvial do Aurifer Tagus. A este relevo se associa lenda local que refere que os mouros exploravam ali ouro e que foram os cristãos, que ao conquistarem aquele lugar, acabaram com a exploração mineira.

Muitos dos vestígios de exploração romana estão preservados atualmente, como as conheiras, os canais de lavagem e de evacuação, o relevo central de controlo (Castelejo) e a última posição da frente de exploração no seu limite leste e norte. Há a destacar também o Conho Gigante, um grande bloco quartzítico, sub-rolado com 1,5m X 1,2m, e cerca de 2,5 toneladas de peso, que demonstra a enorme eficiência erosiva do rio Tejo, particularmente nos últimos estádios glaciários do Quaternário em que se deu a deposição dos sedimentos no terraço T4.

Dada a sua elevada densidade, o transporte do ouro só é possível através de cursos de água com alguma competência. Assim, quando a eficiência do rio diminui o ouro e blocos como este depositam, como acontece imediatamente a jusante das Portas de Ródão, onde o Tejo se espraia e perde capacidade de transporte.

As arestas adoçadas, superfícies polidas e as marcas de choque bem evidentes evidenciam um período de permanência longo e transporte num rio caudaloso e cascalhento. Considerando a área desmontada e a espessura de 15 m do terraço T4 a jusante das Portas de Ródão, pode estimar-se um volume de sedimentos trabalhados de cerca de 10 milhões de metros cúbicos. Pelos valores de teores de ouro obtidos nos depósitos do Terraço T4, infere-se que a exploração romana terá sido inferior a 6 toneladas (para um valor médio de 0,521 g/m3 ), possivelmente 3-3,5 toneladas (para teores médios de 0,291 g/m3 -0,347 g/m3 ).

 

A técnica Ruina Montium

Ruina Montium, ou em português “Colapso das Montanhas”, é o nome dado a este método de extração de minério utilizado pelos romanos.

Era utilizado quando a zona a explorar era demasiado grossa, como uma encosta ou um monte, recorrendo a barragens e a sistemas de drenagem.

 

- Primeiro, na zona a explorar eram abertos túneis e galerias, apenas com entradas nos pontos altos. Ao mesmo tempo era construído um sistema de drenagem de água, recorrendo a canais e a reservatórios.

- Depois dos túneis estarem abertos e concluído o sistema de drenagem, procede-se à inundação dos túneis. Esta inundação dos túneis acaba por provocar o colapso total da zona escavada.

 

 

Este geossítio foi também identificado como “Relevo testemunho do terraço T3” e “Conheira da Ribeira do Vale”. Em 1999, os materiais das conheiras estavam a ser explorados e vendidos para brita. O alerta foi dado pela Associação de Estudos do Alto Tejo.

A Câmara Municipal de Nisa requereu um estudo que determinou que deveriam ser tomadas medidas para travar essa delapidação e destruição do património. O Instituto Português de Arqueologia considerou o Conhal do Arneiro como “área de interesse arqueológico”, encontrando-se em fase de classificação pelo IGESPAR. Toda a área se encontra num olival secular que permitiu em certa medida a proteção das conheiras até aos dias de hoje, exceto no seu limite sul. 

 

Figura 3. represa

Paisagem fortemente intervencionada pelo Homem, com a alteração completa da topografia local, é no entanto, e não sem ironia, uma das zonas de maior interesse ecológico de todo o Geopark Naturtejo. O Conhal do Arneiro encontra-se classificado a nível nacional no Monumento Natural das Portas de Ródão, pertencente à Rede Nacional de Áreas Protegidas.

A Área Arqueológica do Conhal do Arneiro requere um cuidado sensível na sua conservação, necessitando para tal de um percurso interpretativo que facilite a visita e impeça a erosão provocada nas Murias pela circulação de pessoas e veículos. Este percurso deve iniciar-se na povoação do Arneiro, no Centro Interpretativo do Monumento Natural das Portas de Ródão a implementar, ponto de partida para outras excursões a pé, de bicicleta, a cavalo, veículos elétricos ou de barco no Tejo.

 

 
Figura 4. vista do Castelejo para Norte com o Rio Tejo ao fundo.
 

Chester Keeler Wentworth nasceu em Aspen, Colorado, em 7 de maio de 1891, um dos cinco filhos de Frank Louis Wentworth e Anna Maria Keeler Wentworth. Licenciou-se em Geologia na Universidade de Chicago em junho de 1918. Chester terminou o Mestrado em 1921 e o doutoramento em 1923, ambos na Universidade de Iowa. Enquanto estudante em Iowa revelou uma combinação incomum de aptidões de Chester o que levou à criação de uma escala  pela qual ficou conhecido - a escala Wentworth para a classificação de rochas sedimentares clásticas.

Chester K. Wentworth, membro da Sociedade Geológica da América desde 1923, morreu em Hilo, Havaí, a 06 de janeiro de 1969, após vários anos de doença. Sobreviveram-lhe a viúva, Juliette Oliveira Wentworth e dois filhos de um casamento anterior, Robert e Gordon. O filho Thomas foi morto em França em 1944.

A escala original foi concebida em 1898 pelo sedimentólogo americano J.A. Udden. Em 1922 foi adaptada por C. K. Wentworth que a expandiu em vários graus e que permanece até hoje a referência de classificação granulométrica de sedimentos clásticos.

 
Granulometria

A escala granulométrica, em sedimentologia, é a divisão de uma gama contínua de dimensões de partículas agrupados por séries de grupos discretos. Várias dessas escalas foram criadas com a finalidade de padronizar termos e proporcionar uma base para a análise estatística.

Na maioria das escalas, as partículas mais finas são designadas por argila, seguido de silte, areia, areão, cascalho, balastros e blocos. Os limites de tamanho para cada grau podem variar de escala para escala.

Wentworth Scale

mm

 

ɸ

http://img.geocaching.com/cache/4e9c06e3-06df-4582-9528-38f9f9ea1169.jpg

http://img.geocaching.com/cache/5a9d51f1-49b5-4025-9d34-70009d6e4f62.jpg

 

256

-8

Boulder

Blocos

GRAVEL

BALASTRO

128

-7

Cobble

Seixos

64

-6

32

-5

Pebble

Cascalho

16

-4

8

-3

4

-2

2

0

Gravel

Areão

1

1

Very coarse sand

Areia muito grosseira

SAND

AREIA

0.5

2

Coarse sand

Areia grosseira

0.25

3

Medium sand

Areia média

0.125

4

Fine sand

Areia fina

0.0625

5

Very fine sand

Areia muito fina

0.031

6

Silt

Silte

CLAY

ARGILA

0.0156

7

0.004

8

 

 

Clay

Argila

 

 

 

 

source: https://post.geoxnet.com/escala-granulometrica-de-udden-wentworth/wentworth_bgs/

 
 

 

Additional Hints (No hints available.)