Bem-vindo a esta cache que faz parte de um grupo de caches colocadas ao longo das Linhas de Torres, redutos defensivos construídos para defender Lisboa dos exércitos de Napoleão aquando das terceiras invasões francesas, no ínicio do seculo XIX.
A história
A organizar a 2ª linha entre Mafra e Bucelas estava o forte do Cabeço de Montachique, um observatório de movimentos por excelência. Mas a protecção da Estrada Real que ligava Gradil, Mafra e Malveira era feita por quatro fortes em especial localizados na Malveira: o Forte de Santa Maria (hoje destruído), o Forte do Matoutinho, o Forte do Cabeço Gordo e o singular Forte da Feira (ou da Malveira). O Forte sobre o Vale Baralhas foi inicialmente chamado de Reduto de Valtijães, posteriormente em 1810 foi registado como Forte da Malveira e em 1895 surge o nome definitivo de Forte da Feira. No entanto o seu número de obra sempre foi o mesmo: foi o 66º a ser terminado. A sua configuração em forma de estrela de sete pontas bem delineadas, enquadra-o dentro das primeiras fortificações a serem edificadas em 1809. Uma das técnicas mais eficientes de protecção contra os disparos de artilharia francesa foi, sem dúvida, o ajuntamento de terra para formar a muralha do forte. Desta forma a bala de canhão era amortecida no impacto e os seus efeitos muito reduzidos. Este é o caso do Forte do Matoutinho e da quase totalidade dos restantes. O Forte da Feira apresenta aqui uma das suas singularidades: o fosso e a muralha foram integralmente escavados numa formação de saibro, o que nos permite hoje em dia uma visualização e entendimento únicos no contexto dos 152 fortes das linhas de Torres Vedras. Estando munido de 4 canhões de 12 polegadas (o mais eficaz e potente que se utilizava nestes redutos) tinha no entanto 5 baterias de fogo (ou canhoneiras) o que permitia em caso de necessidade uma maior mobilidade de fogo.

O seu poder de fogo era combinado com os fortes nº68 (Matoutinho), nº67 (Cabeço Gordo) e nº65 (Santa Maria), impedindo o inimigo de avançar pela Estrada Real. Mantinha uma guarnição de 350 homens o que ultrapassava a média de soldados destacados para cada forte que rondava os 200 a 250. O seu perímetro, de 173 m, está protegido por um único fosso contínuo junto à muralha, onde alguns troços mantêm 2,50 a 3,50m de altura por mais de 2 m de largura, tudo integralmente escavado no saibro. Sabe-se que no fundo do fosso estava levantada uma paliçada vertical aguçada de forma a complementar a defesa perante um assalto. No vale fronteiro a esta posição todo o terreno estava livre de obstáculos que pudessem fornecer abrigo ao atacante. Inclusive, eram feitos abatizes, árvores cortadas e dispostas com a rama na direcção do inimigo para dificultar a sua progressão e não raras vezes orientavam o seu avanço para um canhão já em posição de disparo. O interior do forte, a esplanada, com cerca de 58 m de NO a SE, é característica do método defensivo da época: um paiol sobranceiro bem protegido, onde se resguardava também o comando e quatro traveses para a defesa das baterias e da guarnição. A única entrada do forte, hoje destruída era protegida por outro través em barbete. A construção do largo levou ao entulhamento e destruição da entrada e de uma pequena parte da muralha, mas mesmo outros actos negligentes de despejo de lixos não colocaram em causa a estrutura do nosso Forte da Feira.

Como complemento desta informação pode consultar o placard informativo que está na entrada do Forte.
Este Forte foi alvo de uma recuperação de fundo ( graças ao Clube Hiperactivo, Câmara Municipal de Mafra e Exército Português ), penso que caso único nos 152 fortes das Linhas de Torres. Cortara-se àrvores, retirou-se todo o matagal, colocaram-se placas informativas e passadiços de acesso ao interior do Forte. Estas obras foram inauguradas a 13 de Agosto de 2002. A foto em baixo mostra a recepção dos convidados junto à entrada do Forte e a foto inicial mostra uma reconstituição da época. As restantes fotos mostram o fosso após a limpeza, uma visita guiada, e as fotos aqui em cima mostram o Forte actualmente.
Visite as restantes caches das Linhas de Torres, que no seu conjunto mostram a imensidão destas construções :
- Linhas de Torres - Forte da Aguieira [V.F.Xira]
- Linhas de Torres - Forte do Zambujal [Ericeira]
- Linhas de Torres e a Geologia [Mafra]
- Linhas de Torres - Forte de Alqueidão [S.M.Agraço]
- Linhas de Torres Monumento e Forte de Alhandra
- Linhas de Torres - Forte de Ribas [Loures]
No mapa em baixo pode ver a diposição da 1ª,2ª e 3ª Linhas com a representação dos fortes.

O Local
Para chegar até ao Forte da Feira deverá dirigir-se até à Malveira. Aí usem o GPS e a vossa orientação para lá chegar! Não é difícil. Aproveite para visitar esta localidade típicamente saloia e se puder opte por a visitar a uma quinta feira de manhã que é quando ocorre a feira semanal que é a maior feira da região saloia, onde pode encontrar de tudo um pouco. Também sobejamente conhecida é a feira de Gado da Malveira, simbolizando desde à muitos anos a enorme concentração de criação de gado nesta região. Não deixe de provar as Ferraduras ou os "Parrameiros" como também são conhecidos esta confeitaria que se vende mesmo no meio da feira semanal. À saída na N8 na direcção de Lisboa encontra as Trouxas da Malveira, o doce regional típico deste local e bastante conhecido! Não deixe também de visitar o Forte de Stª Maria ( hoje é apenas um miradouro ) que é o ponto mais alto da Malveira, onde se encontram antenas retransmissoras de TV e também os moínhos de Stª Maria, recuperados à poucos anos. E já agora não esquecer também a estação da CP da Malveira da Linha do Oeste.
Poderá ir de carro até à entrada do Forte, onde existe um largo onde pode estacionar e cuja construção foi o motivo da destruição da entrada do Forte. À entrada está o placard com informação preciosa sobre o forte. Entre no forte, veja as placas ( algumas já destruídas ) que indicam o que antes foi o Paiol, a Espalnada, etc..Depois entre no Fosso e percorra-o na totalidade para aperciar o trabalho de escavação que moldou o forte. Depois,suba de novo ao Forte, e procure a cache :)

A cache
Esta é uma cache regular que contém a Stashnote, Logbook, lápis, afia e alguns presentes para troca.
É um tupperware com cerca de 20 x 10 x 5 cm.
Conteúdo inicial :
- Mosquetão
- Boneco leão
- Boneco Picatchu
- Porta chaves coração
Ah, e não se esqueça nunca: "Cache in, Trash out!"
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