Esta multicache
leva-te ao complexo de moinhos de vento de Portela de Oliveira
em Penacova. O principal atractivo é a visita ao museu sobre o
tema… e se tiveres sorte a possibilidade de ver um moinho a
funcionar!!!
Ao longo das
estradas que serpenteiam a Serra do Buçaco é possível
encontrar várias indicações de trânsito que alertam para a
presença de um circuito dos moinhos e de um museu nesta área.
Tendo em conta que a moagem, depois de industrializada,
deixou em ruínas os milhares de engenhos tradicionais e levou
ao esquecimento das técnicas usadas, este museu é sem dúvida
um achado precioso no nosso país. Já visitámos algumas
tentativas de recuperação da actividade para efeitos
educativos e turísticos, mas pecam sempre todos pela
superficialidade. Não é seguramente o caso deste museu.
Embora de pequenas dimensões, tem nas suas 4 salas toda a
essência desta actividade abandonada. Conseguimos
apercebermo-nos da evolução histórica, descobrir os hábitos e
vivências da moagem, ter perfeita noção dos equipamentos
usados, distinguir os vários tipos de moinhos adoptados no
país, e deslumbrarmo-nos com a recolha e recuperação de todo
o tipo de equipamento usado em moinhos de vento, moinhos de
água e azenhas.
O Concelho de Penacova
apresenta vários núcleos de moinhos de vento, sendo um deles o
da Portela de Oliveira. Este núcleo apresenta 23 moinhos, dos
quais vários estão em ruínas, mas felizmente alguns estão
recuperados para nos deslumbrar e outros são usados para fins
diversos como é o caso do moinho que aloja o Museu do Moinho
Vitorino Nemésio.
A visita a este
museu é vivamente recomendada por nós! Para deixarmos um
gostinho do que lá podem ver e aprender vamos salientar
algumas das curiosidades descobertas. É claro que não vamos
revelar já tudo... vamos até deixar umas
questões!!!
Propomos então
que te desloques ao museu (coordenadas da cache) aprendas
muito e fiques apto a encontrar a cache final. O museu é
gratuito e ao receber as nossas visitas vai ganhar relevância
e a dimensão que merece. As fotos aqui apresentadas foram
tiradas com o consentimento do museu.
Um
pouco de História
Desde o
neolítico superior que existem instrumentos para moer
os
cereais. Tratam-se das elementares mós barquiformes (primeiro
moinho manual da figura). Encontram-se muitas em Portugal e
até há bem pouco tempo eram usadas para fazer papas de
carolo: mistura de vários ingredientes moídos, como milho,
açúcar, leite, sal e canela.
Ao longo da
história a Peninsula Ibérica foi enriquecendo culturalmente
com a passagem dos povos ocupantes: com a chegada dos romanos
apareceram os moinhos manuais circulares (segunda imagem da
figura). Este sistema evoluiu e apareceram mais tarde,
uns outros de construção mais leve, a que se adaptou um
sistema de dois paus que permitia manobrar a mó mais
facilmente (terceira imagem da figura). Estes foram os
derradeiros moinhos manuais porque estava na altura de passar
a usar as forças da natureza.
Os árabes
introduziram a entrosga (principio da roda dentada) e
conseguiram assim criar um engenho que sobreviveu até aos
dias de hoje... estamos a falar dos nossos conhecidos moinhos
de vento e azenhas.
Moinho por dentro

Na figura
mostramos o esquema de um moinho com dois casais de mós. Este
esquema serve apenas para moinhos de vento e azenhas. Nos
moinhos de água o funcionamento embora semelhante não tem
entrosga: existe apenas um eixo movido por pás impelidas pela
água. A entrosga veio permitir separar o eixo de rotação das
velas (ou baldes de água da azenha) do eixo/veio das mós.
Desta forma é possível orientar facilmente as velas ao vento
e no caso das azenhas não é necessário que a água corra
debaixo da casa como nos moinhos de água.
No fim da descrição encontras um link para um video feito no
interior de um moinho em funcionamento.
Diferentes moinhos
Ao percorrer o país encontramos vários moinhos de estilos
diferentes.
O moinho do
Oeste, zona do Ribatejo e Estremadura, é conhecido pelas suas
paredes rebocadas e pintura branca com janelas a azul. Opera
habitualmente durante todo o ano. Os mastros das velas têm
muitas vezes peças de cerâmica presas: os búzios. Estes
pequenos recipientes de barro emitem som ao vento, ajudando o
moleiro a avaliar a direcção e intensidade do vento. Desta
forma o moleiro pode manobrar o sarilho (peça semelhante a
uma roda de leme) posicionando a cabeça do moinho ao vento
sem sair para a rua sofrendo as intempéries.
O moinho
serrano não é rebocado e é um moinho de carácter sazonal. Nas
serras repletas de cursos de água normalmente a opção
escolhida para moer os cereais é a azenha e moinho de água.
Só no Verão quando não existe caudal suficiente é que os
moleiros recorrem ao vento. Este moinho tem como principal
característica uma vara que sai da cabeça do moinho na
direcção oposta às velas. Esta é empurrada pelo moleiro, como
se fosse um leme, para direccionar a cabeça (capelo) do
moinho ao vento.

Mais difícil de
encontrar, para quem não é geocacher (
GCRYRG Moinho do Outeiro), são os moinhos do Atlântico, usados
nas zonas litorais. Por serem construídos em madeira são mais leves
e é todo o moinho que roda sobre um eixo para se posicionar ao
vento. Este moinho tem tipicamente
mais velas.
Nas ilhas dos
Açores encontramos outro tipo de moinhos com influência
flamenga. São claramente distintos dos usados em Portugal
continental. A principal diferença está na vela e na altura
do moinho.
Cache
Se leste a
descrição ;) deves ter percebido que para encontrar a cache
final tens de ir às coordenadas publicadas. Ao visitar
o museu consegues responder a questões que te colocamos
a seguir e obter as coordenadas finais.
Para obteres as coordenadas da cache
final reponde às perguntas abaixo:
A - Qual o nome da peça A da
figura que apresenta um esquema do interior de um
moinho?
B - Qual o nome das peça B
da figura que apresenta um esquema do interior de um
moinho?
C - Qual o nome que se dá aos
sacos que transportam os cereais até ao moinho e de volta
trazem farinha?
D - Em quantas línguas vem
escrito o horário do museu (ver junto à porta do
museu)?
Associa a cada
letra o valor correspodente à resposta certa para A, B e
C:
Malhal(22);
segurelhas(3); cambal(31); carretão(15); urreiro(7);
rodilhão(19); alevancote(13); dobadeira(6); rela(19);
caroleiro(29); alqueire(2); tegão(8); taleiga(9) e
espicha(27).
Às coordenadas iniciais fazer a seguinte operação
matemática:
N 40° 18.nnn W 008°
18.www
nnn= 135 + AxBx2 - 11
www= 360 + C + Dx10
Desafios Extras
Moinho do Senhor
Lino
Os moinhos
serranos são tipicamente usados no Verão, pois no
Inverno os moleiros usam as azenhas e moinhos de água.
Por isso o desafio que te vamos propor depende da
altura do ano em que visites a cache. O que te propomos é que
te posiciones perto do marco geodésico junto ao museu e
que olhes na direcção SSO (aproximadamente 210º). No topo da colina
que se avista há um outro complexo de 16 moinhos (moinhos de
Gavinhos). Se vires as velas de um moinho a girar, vai
até lá (ver coordenadas) e encontra o senhor Lino, moleiro há
22 anos e com 65 de idade. Podes ter a certeza que vale
bem a pena! Para além de ser uma pessoa bem simpática
com quem conversar, podes ver o seu moinho por dentro a
funcionar!!!!
No Inverno o
senhor Lino encontra-se na sua azenha em Lorvão... podes
sempre tentar dar com ela...
Deixámos também
um vídeo da nossa visita ao moinho do senhor Lino no
link:
http://www.youtube.com/watch?v=wwh-GG-5BSA

Percurso
Pedestre
Tens à tua
disposição um percurso pedestre que passa pela zona dos
moinhos. Não o fizemos, por isso não te podemos fazer nenhuma
recomendação... fica apenas a foto do cartaz para te
preparares.
O
horário do museu
Aberto de terça a domingo
das 11:00-12:00 e das 15:00-17:00. Entrada grátis.
Se não podes
esperar pela abertura do museu para fazer a cache, tens uma
alternativa. Tens a certeza que queres fazer esta cache sem
visitar o museu? :(
A solução é
encontrares, no complexo de moinhos de Portela de Oliveira,
uma mó com uma data e as seguintes inscrições: "Moinho
Vitorino Nemésio" e "Homenagem de Penacova". O valor de A
será o dia e B o mês. O C é o terceiro algarismo a contar da
direita. O D é o número de línguas em que o horário do museu
vem escrito (ver junto à porta do museu). O cálculo é o mesmo
para obter as coordenadas da cache final.