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Elucidando III: Medicina Campestre Traditional Geocache

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Bitaro: Olá Douksu,
Esta geocache foi arquivada por falta de uma resposta atempada e/ou adequada perante uma situação de falta de manutenção.
Relembro a secção das Linhas de Orientação que regulam a manutenção das geocaches:

O dono da geocache é responsável por visitas à localização física.

Você é responsável por visitas ocasionais à sua geocache para assegurar que está tudo em ordem para funcionar, especialmente quando alguém reporta um problema com a geocache (desaparecimento, estrago, humidade/infiltrações, etc.), ou faz um registo "Precisa de Manutenção". Desactive temporariamente a sua geocache para que os outros saibam que não devem procurar a geocache até que tenha resolvido o problema. É-lhe concedido um período razoável de tempo - geralmente até 4 semanas - dentro do qual deverá verificar o estado da sua geocache. Se a geocache não estiver a receber a manutenção necessária ou estiver temporariamente desactivada por um longo período de tempo, poderemos arquivar a página da geocache.

Se no local existe algum recipiente por favor recolha-o a fim de evitar que se torne lixo (geolitter).

Uma vez que se trata de um caso de falta de manutenção a sua geocache não poderá ser desarquivada. Caso submeta uma nova será tido em conta este arquivamento por falta de manutenção.

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Hidden : 12/22/2014
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


Tradução:

 

Esta é a terceira de uma série de geocaches que pretendo publicar, relacionadas com os temas do "Elucidário Madeirense" que considerei mais interessantes (e que, necessariamente, melhor se poderiam adaptar a este formidável hobbie denominado por geocaching).

Esta obra de cunho enciclopédico sobre o Arquipélago da Madeira, publicada em 1921, no âmbito das comemorações do quinto centenário do seu descobrimento, sob coordenação do padre Fernando Augusto da Silva (1863-1949), não obstante da sua antiguidade, permanece como uma referência essencial para o conhecimento do património material e imaterial madeirense.

Com estas geocaches, pretendo divulgar alguns factos históricos da Madeira e costumes da sua população. Tendo por objectivo, segundo o autor, "escrever um livro que não somente satisfizesse as necessidades das classes populares, para as quais era especialmente destinado, mas que também fosse de proveitosa consulta para as pessoas cultas", esta enciclopédia destaca-se pela peculiar linguagem utilizada, onde, intencionalmente ou não, e não raras vezes, o sarcasmo, a ironia e o humor se misturam, algo surpreendente numa compilação desta natureza, diga-se de passagem. Esta particularidade, conjugada com os relatos históricos propriamente ditos, proporcionam uma leitura simplesmente "deliciosa", na minha modesta opinião, claro!

O texto que se segue é uma reprodução integral do Elucidário.

MEDICINA CAMPESTRE

 

Os habitantes dos campos da Madeira possuem em geral um certo número de conhecimentos médicos. Rara é a camponesa que não sabe medicamentar-se quando afectada de certos padecimentos uterinos, e rara é também aquela que não conhece um ou mais remédios de bom efeito no tratamento de várias moléstias ligeiras que atacam com frequência as crianças e adultos. Há curandeiras que sabem reduzir com perícia uma luxação, e mais duma pessoa culta tem tirado proveito dos conselhos e indicações dessas mulheres, quasi sempre analfabetas, a algumas das quais se não pode negar uma certa habilidade e experiência na arte de tratar um determinado número de enfermidades.

Damos a seguir algumas informações sobre a maneira como certos padecimentos são tratados nos campos da Madeira, muito ficando por dizer sobre o assunto, que bem digno é de ser estudado por quem, pela especialidade de seus conhecimentos, esteja mais no caso do que nós, de ajuizar das vantagens ou desvantagens do emprego de determinados agentes medicinais.

Areias. A infusão de hipericão dá bom resultado no tratamento desta moléstia, uma vez que o doente faça pouco uso de carnes, vinho e aguardente.

Asma. Para combater esta moléstia, usam dar aos doentes caldo de lesmas ou de excremento de pombos.

Bronquites, tosses e defluxos. Tratam-se por meio de mel de abelhas e das infusões quentes de hera terreste, salva, eucalipto, hissopo, marroios, verbasco, borragem, selvageira, sementes (frutos) de funcho e de coentro. Os sinapismos no peito, as fricções com aguardente e o escalda-pés estão muito em uso nas bronquites intensas, ao passo que os simples defluxos passam as mais das vezes sem o emprego de medicamentos. O agrião com açúcar e aquecido no forno é muito usado para combater as tosses.

Chagas, feridas, tumores, erisipelas e outras inflamações. A tanchagem, a erva de Santa Maria, o amor de burro e a erva-gigante aplicam-se cozidos ou pisados nas inflamações externas, e igual aplicação tem o meimendro, conhecido geralmente pelo nome de meiomento. O sangue extraído da crista dum galo cortada de fresco, dizem ser útil no tratamento das erisipelas, e também se diz que dá bom resultado a aplicação do tremoço moído sobre a parte do corpo onde existe a inflamação.

O suco do balsamo de canudo, o do inhame-de-lagartixa e o da formigueira, servem para curar as feridas, e as fricções com as folhas pisadas dos engos são aconselhadas nas lesões causadas por feridas ou pancadas. O unguento, denominado das Aires, útil em muitas inflamações, é confeccionado com azeite e folhas da erva de Santa Maria e de tanchagem, pisadas.

O cozimento de malvas, de chá bravo, de amoricos ou agrimónia, de sabugueiro (flores), de diabelha e de outras plantas, é muito usado em lavatórios, banhos, gargarejos, colírios, etc., e a infusão da macela, além de muito útil nas indisposições de estomago, é um medicamento eficaz nas inflamações de olhos. Os terçóis tratam-se aplicando sobre a parte inflamada o miolo de pão.

No tratamento dos panarícios, empregam os madeirenses os rebentos pisados de carvalho; e para facilitar a supuração dos fleimões, usam das cataplasmas de linhaça, de semilha, de banana e de cenoura.

Desmaios ou síncopes. Se provem de fraqueza ou de perturbações nas funções digestivas, é uso dar a cheirar ao doente o vinagre ou uma bota de individuo que cuide pouco da limpeza dos pés; se provém de causas mais graves, recorre-se aos sinapismos nas pernas e ao escalda-pés, enquanto não chega o médico. No tempo em que havia sangradores na Madeira, praticava-se muitas vezes a sangria para fazer o doente voltar a si. Há curandeiras que sabem aplicar convenientemente as ventosas nos casos de apoplexia.

Diabetes. A infusão de folhas de jambeiro é aconselhada contra esta moléstia, muito pouco frequente nos campos. Na cidade, tem sido empregada com bom resultado a infusão das folhas do eucalipto.

Disenteria. Para tratá-la, administra-se ao doente o chá de canela e de alfavaca-de-cobra, a limonada de vinagre, o cozimento de arroz, etc., Um purgante faz em certos casos suspender as evacuações.

Epistaxe ou sangue pelo nariz. Cessa muitas vezes introduzindo na venta por onde sai o sangue uma pitada de sal fino, ou lavando o nariz com água fria simples ou associada ao vinagre. A hemorragia também pode desaparecer fazendo levantar o braço correspondente à venta doente e deixando o dedo indicador na posição vertical.

Falta de ar. Combate-se com o chá de laranjeira ou de hortelã-pimenta, quando devida a padecimentos nervosos; e por meio das ventosas, quando proveniente de moléstia nos órgãos respiratórios. (V. Asma).

Hemorroidas. Tratam-se por meio da infusão da alfavaca-de-cobra, usada interna e externamente, e dos semicúpios frios ou quentes.

Impigens e outras moléstias cutâneas. Os medicamentos usados para combater as moléstias cutâneas são: internamente, as infusões de molarinha, de amor-perfeito, de azeda, de urtiga viva, de teijeira, de bolsa de pastor e de folhas de nogueira; e, externamente, o petróleo, a água do mar e os sucos um tanto cáusticos da celidónia e do trovisco. O uso do enxofre sublimado vai-se generalizando, e para acalmar as comichões dartrosas dá excelente resultado a agua bem quente lançada sobre a parte do corpo afectada pela moléstia.

A cinza e o cuspo são considerados uteis no tratamento das impigens, sendo uso fazer acompanhar a sua aplicação das palavras seguintes: Impigem rabicha, que vieste aqui buscar? Cuspo da boca e cinza do lar para te curar.

A farinha torrada e umedecida com óleo da forja, é empregada externamente nos eczemas na cara, a que os madeirenses chamam cobro.

Icterícia. Trata-se pelo cozimento dos rizomas do morangueiro ou da grama, e chupando a cana sacarina.

Inflamações no fígado. Tratam-se pelos purgantes e pelas cataplasmas de urgebão. A infusão desta planta e a dos marroios também são usadas com bom resultado nas moléstias do fígado.

Moléstias do estômago. A infusão de macela é o medicamento mais empregado para combater as cólicas, indigestões e outros padecimentos estomacais. Nos enfartamentos, aplica-se às vezes a infusão de erva-cidreira, e nas dores do estômago, a infusão de hortelã-pimenta. Uma xícara de chá preto é suficiente nalguns casos para fazer desaparecer as perturbações das funções digestivas, provenientes da má qualidade ou da quantidade dos alimentos.

Um copo de água bem quente, bebido quando o estômago está vazio, diz-se ser muito útil nas dispepsias e dores de estômago, e as cataplasmas de linhaça são também úteis nestas dores, as quais podem também desaparecer com a simples aplicação de um pano de baeta convenientemente aquecido ou duma fatia de pão molhada em vinho quente.

Nevralgias. Tratam-se, aplicando um pano de baeta quente ou um sinapismo no lugar da dor. A cebola branca, assada nas brasas e aplicada bem quente, no lugar dorido dizem-nos que dá excelente resultado.

Padecimentos uterinos. Com aguardente madre de louro, canela, botões de arruda, erva-doce e dois a três botões de cravo da India, prepara-se um medicamento muito usado internamente nos padecimentos uterinos. A infusão de acelgas, alfavaca e amor de burro também é usada para o mesmo fim, assim como a de losna e outras plantas emenagogas. O alecrim, a alfazema, a alfavaca, o amor de burro, o alecrim de Nossa Senhora, etc., são usados em banhos ou lavatórios, e com a arruda e a alfazema ou o rosmaninho pisados, um ovo batido e um pouco de farinha, faz-se um cataplasma que tem acção estimulante sobre o útero. Um meio cálice de aguardente acalma as dores que acompanham muitas vezes a menstruação.

Queimaduras. Tratam-se por meio de uma clara de ovo, da urina fresca, da nata do leite e do azeite com uma pitada de sal fino.

Raquitismo. As crianças que sofrem desta moléstia são metidas em mosto dentro dos lagares em que se espremem as uvas.

Retenção de urinas e outras afecções nas vias urinárias. Os madeirenses combatem estas moléstias por meio dos banhos mornos, das cataplasmas de linhaça e das infusões de sempre-noiva, amor de burro, artemija, grama, barba de milho, pedúnculos de cereja, lentilha de água, hipericão, pessegueiro inglês, etc.

Reumatismo. O enxofre o petróleo aplicados externamente, a massagem, os sinapismos, as fricções com aguardente, vinho morno ou álcool canforado, as lavagens com cozimento de alecrim ou de trombeteira e os banhos de agua salgada, são de alguma vantagem no tratamento do reumatismo. Dizem-nos que algumas pessoas se tem curado desta moléstia usando do petróleo aplicado com uma pena de galinha.

A infusão de folhas de abacate está sendo usada internamente para combater o reumatismo, dizendo-se que tem dado bons resultados no tratamento desta moléstia as fricções ou fomentações com petróleo associado a uma clara de ovo bem batida.

Vermes intestinais. Se se trata da ténia ou solitária, os medicamentos usados são as pevides de abobora (as da abobora machado são as mais eficazes) e a decocção da casca da raiz da romeira; se se trata das ascáridas ou das pequenas lombrigas que aparecem frequentes vezes no intestino das crianças, facilita-se-lhes a expulsão por meio do chá ou das pastilhas de hortelã-pimenta. O alho pisado é usado às vezes contra as lombrigas.

Verrugas. Fazem-se desaparecer com a aplicação do sal ou do suco amarelo e cáustico da celidónia, planta que é comum na Madeira. Supõe muita gente que para o sal produzir efeito, deverá ser lançado ao fogo depois de se friccionar com ele a verruga.

Muito posteriormente a publicação (em 1921) desta notícia acerca da medicina campestre neste arquipélago, publicou o visconde do Porto da Cruz um opúsculo intitulado «A Flora Madeirense na Medicina Popular».

Nota 1: em muitos casos, este owner duvida sobre o que é pior... a doença ou a cura… enfim...


A GEOCACHE

Esta geocache encontra-se num sítio que proporciona uma bela panorâmica sobre a zona Este, bem como sobre as zonas altas da cidade do Funchal. Espero que gostem!

Em relação ao container, peço-lhe que seja discreto na sua busca. E tenha o cuidado em deixar tudo como encontrou ou até melhor, se possível!

Nota 2: é necessário levar material de escrita.


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Additional Hints (Decrypt)

[PT] Ngeáf qn pnvkn [EN] Oruvaq gur obk

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)