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Sepal e Pousos Traditional Geocache

Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
2.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


Reza a história do tempo em que as histórias apenas se aprendiam ao som da lenha a chispar nas lareiras que aqueciam os invernos agrestes, que o vale que separa hoje o Planalto de Leiria da povoação dos Pousos, também separava os amores de Luiz e de Helena. Nesse tempo, o tempo das serenatas à janela e dos beijos à distância, nesse tempo, dizia, faziam-se longas peregrinações para ter um vislumbre apenas do perfil da amada. Luiz era um deles, descia e subia aquele vale todas as vezes que pudesse, sem se lamentar dos escolhos, dos tojos e dos silvados. A ideia de poder admirar a beleza da Helena era recompensa que ultrapassava em muito esse esforço. E, calhasse tocar ao de leve na sua pele, a caminhada seria um passeio sobre as nuvens para chegar ao paraíso efémero.

Perdeu-se nesta história a conta das vezes que Luiz palmilhou aqueles bosques. Perdeu-se também na história, a conta das vezes em que fez juras à Helena, em que lhe prometera ser seu até à eternidade apesar das distâncias que os separavam, a do espaço e a da incapacidade de poder apresentar dote que se visse ao progenitor da sua amada. Aliás, ele pobre, ela rica, eram de duas famílias que não se podia olhar nos olhos sob pena de afundar ainda mais o vale que as separava.

Lembrou-se, um dia, o Luiz, de fazer do caminho que fazia, e onde os seus pés já tinham calcado um trilho, um sinal do seu amor. O bosque abandonado, seria um jardim, um local aprazível de passagem a outros viandantes que sofriam do mesmo mal dele. Tornaria mais fácil a jornada de todos eles e, sobretudo, deixaria escrito no vale um poema de paixão à Helena. Ela, lá do cimo do outro monte, onde hoje se avista a igreja dos Pousos, veria da sua janela, esses versos cravados na terra pelos passos do seu enamorado. Fora isso, Luiz tinha a ténue esperança de que, um dia, o pai dela se resignasse aos laços que uniam os dois corações e desse a bênção a esse amor. E todos os dias, pelo caminho, ia construindo um pouco mais do seu jardim.

Em vão. De dia para dia, o ódio entre as famílias aumentava. De dia para dia, aumentavam também as dificuldades que um e outro tinham para se encontrar, muito embora o fogo que ardia nos seus corações não tivesse maneira de amainar. Às restrições impostas pela família da Helena, juntou-se a delimitação das fronteiras da povoação. Uma ponte unia as margens do vale e por aí, passaram a passar apenas os que a guarda deixava com autorização expressa do senhor da terra dos Pousos, também ele o pai da heroína desta história. Uma espécie de empregado alfandegário perguntava se não havia nada a declarar. E como o Luiz tinha a declarar o seu imenso amor pela filha do dono da terra, nada feito. E começaram a trocar missivas escritas, a que dava vazão um emissário da confiança dos dois. Isto, durante anos a fio.

Um dia, o mensageiro trazia a mais triste notícia para o Luiz: já não era preciso fazer mais aquele caminho, Helena tinha falecido pelo desgosto de nunca mais poder vê-lo. Luiz, ao ouvir a notícia que mais poderia abalar o seu coração, falece ali mesmo. Não sem antes dizer:

— Agora é que vou estar contigo.

Diz ainda a história que, tanto um como outro foram sepultados na extrema que separa as duas povoações. E a caixa que naquele instante o emissário recebera das mãos do Luiz, também lá está algures no caminho que ele calcorreava. Já o jardim, está abandonado, e o trilho mal se vê no meio das ervas que crescem sem que ninguém lhes dê atenção.

Nota: a pedido de várias famílias e para não induzir em "erros históricos", informo que o conto é uma ficção criada para esta cache. Espero que gostem.

A cache

A cache está num local de acesso fácil. Aconselha-se deixarem o veículo no waypoint indicado e fazer o restante percurso a pé. Aproveitem para apreciar a paisagem e a povoação dos Pousos do outro lado do vale, donde se destaca a torre sineira da igreja.

O local encontra-se degradado e, infelizmente, com muito lixo espalhado pelo chão. Aproveitem para fazer CITO - Cache In Trash Out (se cada um apanhar uma garrafa do chão, de certeza que o espaço vai melhorar).

O recipiente contém: stashnote, livro de registos e caneta.

Por favor, não coloque fotografias da cache para guardar algum elemento de surpresa a quem vem a seguir.

Additional Hints (No hints available.)