MAR ADENTRO
As zonas costeiras possuem uma cultura e um modo de vida com muitos séculos de existência, servindo os interesses da humanidade. Desempenham um papel estratégico na resposta às necessidades e aspirações das atuais e futuras populações da Europa. Desde sempre que as zonas costeiras estão relacionadas com a criação de postos de trabalho, com o crescimento económico e a com a qualidade de vida. Nesta ampla gama de funções destacam-se a pesca, a produção de energia (incluindo as fontes tradicionais, como o petróleo e o gás, e as renováveis, baseadas no vento e nas ondas), a mobilidade e comércio (os portos são elementos fundamentais das ligações de transportes mundiais), o turismo, o lazer, o recreio através das praias e dos desportos aquáticos e as paisagens agradáveis.
Estas atividades estimularam a fixação de pessoas e consequentemente o aumento de aglomerados urbanos nas zonas costeiras (CE, 1999). O espaço litoral português, continental e insular, concentra cerca de 75% da população portuguesa nos concelhos do litoral, sendo responsável pela produção de 85% do produto interno bruto. Nele se localizam as principais áreas urbanas e industriais, bem como as áreas de turismo intensivo, que alternam com áreas naturais, rurais e de pesca.
Portugal dispõe de uma das maiores zonas económicas exclusivas da Europa, com mais de 1.700.000 km2 , o que corresponde a cerca de 18 vezes a sua área terrestre. Neste sentido, Portugal dispõe de um enorme potencial de recursos associado a estes espaços marítimos, sobre os quais poderá ser aprofundado o conhecimento científico e técnico numa perspetiva de exploração de recursos e de desenvolvimento sustentável. A concentração populacional e de atividades económicas evidencia bem o valor da zona costeira no quadro socioeconómico nacional, razão pela qual deve ser considerada como um recurso Evolução da linha de costa e defesas costeiras – Análise custo/benefício 2 de maior valia, um recurso global, não só pelas funções que exerce mas também pelos usos e atividades económicas que proporciona Considerando a importância estratégica em termos económicos, ambientais e sociais que as zonas costeiras têm, é necessário levar em linha de conta também a sua enorme fragilidade e a situação de risco em que se encontra e que nos últimos tempos se tem agravado.
Um dos principais problemas que afeta as zonas do litoral de todo o mundo é a erosão costeira. Esta prejudica os habitats naturais e os povoamentos humanos, destruindo as atividades económicas e ameaçando a vida humana, sendo um tema que tem vindo a suscitar o interesse de diversas entidades (CE, 1999).
O aumento da taxa de erosão costeira é, entre outros, atribuído à elevação dos oceanos, à degradação antropogénica e transformação dos recursos naturais das zonas costeiras. Os ventos, que removem e acumulam areias, as marés astronómicas e meteorológicas, as tempestades e a subida generalizada do nível médio do mar, podem levar ao desaparecimento total ou parcial das praias, devido a galgamentos e inundações. A quantidade reduzida de entrada de sedimentos para o litoral devido à redução do caudal sólido transportado para o mar e às dragagens e extrações de areias, que levam a um défice sedimentar, são alguns dos fenómenos que conduzem à erosão da costa
Para combater a erosão costeira são conhecidas várias possibilidades de intervenção de defesa costeira, nomeadamente obras perpendiculares à costa (esporões), obras paralelas à costa (estruturas aderentes e quebramares destacados), alimentações artificiais com areias (a cotas positivas e/ou negativas), a ripagem de areias e a execução/reconstrução de dunas artificiais, bem como soluções mistas. Todas estas possibilidades devem ser bem avaliadas antes de utilizadas, pois qualquer delas representa uma interferência com o meio, podendo acarretar múltiplos efeitos.
As estruturas físicas aplicadas podem ser verticais ou horizontais ao litoral, variando os custos na escolha adoptada, tendo estas estruturas vantagens e desvantagens
Para avaliar o custo de uma obra de defesa é necessário ter em conta diversos aspectos não só em relação ao tipo de defesa, mas também em relação ao local onde esta será implantada. As possibilidades de escolha da intervenção a efetuar devem ser bem avaliadas antes de utilizadas, pois além de se ter em consideração a função que se pretende que desempenhem, estas representam uma interferência com o meio, e consequentemente terão resultados que muitas vezes ultrapassam o conhecimento atual.
ESTRUTURAS PERPENDICULARES A LINHA DE COSTA
ESTRUTURAS PARALELAS A LINHA DE COSTA
A CACHE NÃO SE ENCONTRA NAS COORDENADAS PUBLICADAS.
ATENÇÃO AO ESTADO DO MAR!
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