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Nova Bragança Mystery Cache

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cache.a.lot: Serviu o seu propósito...

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Hidden : 1/10/2010
Difficulty:
2.5 out of 5
Terrain:
1.5 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

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Geocache Description:

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A cache não se encontra nas coordenadas publicadas! Ler texto abaixo.

Nova Bragança

Processo dos Távoras

Atentado ao Rei
Atentado ao Rei
No seguimento do terramoto de Lisboa de 1 de Novembro de 1755, que destruiu o palácio real, o rei D. José I vivia num grande complexo de tendas e barracas instaladas na Ajuda, às saídas da cidade. Este era o presente centro da vida política e social portuguesa.

Na noite de 3 de Setembro de 1758, D. José I seguia incógnito numa carruagem que percorria uma rua secundária nos arredores de Lisboa. O rei regressava para as tendas da Ajuda de uma noite com a amante. Pelo caminho, a carruagem foi interceptada por três homens, que dispararam sobre os ocupantes. D. José I foi ferido num braço, o seu condutor também ficou ferido gravemente, mas ambos sobreviveram e regressaram à Ajuda.

Sebastião José de Carvalho e Melo tomou o controlo imediato da situação. Mantendo em segredo o ataque e os ferimentos do rei, ele efectuou julgamento rápido. Poucos dias depois, dois homens foram presos e torturados. Os homens confessaram a culpa e que tinham tido ordens da família dos Távoras, que estavam a conspirar pôr o 8º duque de Aveiro, José de Mascarenhas e Lencastre, no trono. Ambos foram enforcados no dia seguinte, mesmo antes da tentativa de regicídio ter sido tornada pública. Nas semanas que se seguem, a marquesa Leonor de Távora, o seu marido, o conde de Alvor, todos os seus filhos, filhas e netos foram encarcerados. Os conspiradores, o duque de Aveiro e os genros dos Távoras, o marquês de Alorna e o conde de Atouguia foram presos com as suas famílias. Gabriel Malagrida, o jesuíta confessor de Leonor de Távora foi igualmente preso.

Foram todos acusados de alta traição e de regicídio. As provas apresentadas em tribunal eram simples:
a) As confissões dos homens que dispararam sobre o rei e, no entretanto, já executados;
b) A arma do crime pertencia ao duque de Aveiro;
c) O facto de apenas os Távoras poderem ter sabido dos afazeres do rei nessa noite, uma vez que ele regressava de uma ligação com Teresa de Távora, presa com os outros.

O Suplício dos Távoras
O Suplício dos Távoras

Os Távoras negaram todas as acusações mas foram condenados à morte. Em julgamento sumário, são condenados à morte dezoito pessoas. A sentença ordenou a execução de todos, incluindo mulheres e crianças. Apenas as intervenções da rainha Mariana e de Maria Francisca, a herdeira do trono, salvaram a maioria deles. A marquesa, porém, não seria poupada e destinada a morrer por corte de cabeça. Aos restantes é decidida a mutilação antes da morte, sendo ainda decidido que após a execução seja o cadafalso queimado, as cinzas dos cadáveres lançadas ao rio e o chão salgado para que ali não volte a nascer erva. A execução pública ficou marcada para 13 de Janeiro de 1759 num descampado, perto de Lisboa, próximo à Torre de Belém.

Execução do Duque de Aveiro e do Marquês de Távora
Execução do duque de Aveiro e do marquês de Távora

Decapitação da Marquesa de Távora
Decapitação da marquesa de Távora

O patíbulo foi construído num descampado, em Belém, na altura uma pequena aldeia piscatória nas margens do Tejo. Todos os condenados foram ali colocados e executados sucessivamente por quebra de ossos das pernas e dos braços e finalmente por esmagamento do tórax. Desde que nasceu o sol que as execuções não pararam até a tarde já ir alta. O rei esteve presente, juntamente com a sua corte, absolutamente desnorteada. Os Távoras eram seus semelhantes, mas o rei quis que a lição fosse aprendida e para que nunca mais a nobreza se rebelasse contra a autoridade régia.

patíbulo
O patíbulo da execução

Foram ali mortos D. Francisco de Assis de Távora e D. Leonor (marqueses "velhos" de Távora), José Maria de Távora, Luís Bernardo de Távora (filhos dos Marqueses de Távora), D. José de Mascarenhas (duque de Aveiro), D. Jerónimo de Ataíde (conde de Atouguia), Manuel Alvares Ferreira (guarda roupa do duque de Aveiro), Brás José Romeiro (cabo da Esquadra da Companhia do marquês de Távora), João Miguel (moço de acompanhar o duque de Aveiro), António Alves Ferreira e José Policarpo de Azevedo, queimado figurativamente em estátua, porque andava foragido.

O título de duque de Aveiro foi extinto para sempre, as armas das famílias foram picadas e o nome Távora foi mesmo proibido de ser citado. O palácio do duque de Aveiro, em Belém, Lisboa foi demolido e o terreno salgado, simbolicamente, para que nunca mais nada ali crescesse. No local, hoje chamado Beco do Chão Salgado, existe um marco alusivo ao acontecimento mandado erigir por D. José com uma lápide onde se pode ler:

"Aqui foram arrasadas e salgadas as casas de José Mascarenhas, exautorado das honras de duque de Aveiro e outras condemnado por sentença proferida na Suprema Juncta de Inconfidência em 12 de Janeiro de 1759. Justiçado como um dos chefes do bárbaro e execrando desacato que na noite de 3 de Setembro de 1758 se havia cometido contra a real e sagrada pessoa de D. José I. Neste terreno infâme se não poderá edificar em tempo algum."

Beco do Chão Salgado
Beco do Chão Salgado
Marco no Beco do Chão Salgado
Marco Alusivo ao Acontecimento


Gabriel Malagrida foi queimado vivo alguns dias depois e a Companhia de Jesus declarada ilegal. Todos as suas propriedades foram confiscadas e os jesuítas expulsos do território português, na Europa e no Ultramar. A família Alorna e as filhas do duque de Aveiro foram condenadas a prisão perpétua em mosteiros e conventos.
 

Nova Bragança

Em 6 de Janeiro de 1759, em Aveiro, ainda simples Vila, reuniram-se na bonita Igreja matriz de S.Miguel, ali defronte da pousada de S.Brás (antigo Liceu de Aveiro) o Senado, os Nobres e o Povo, para, incitados pelo prior da mesma, frei Paulo Pedro Ferreira Granado, fazer solene protesto de "não quererem continuar sob tutela do dignatário", o duque de Aveiro, "sujeitando-se de imediato ao governo de El-Rei". E, levando mais longe o lavar da afronta, é no referido conclave sugerido que Aveiro mudasse o nome para Nova Bragança.

Ora foi desta acção que D.José I, certamente lisonjeado por tamanho gesto «democrático»(?!) das forças sociais da terra, decidiu elevar Aveiro a cidade , poucos meses depois de ter condenado por traição, ao cadafalso, o seu último duque. À nova cidade foi dado o nome de Nova Bragança em vez de Aveiro, por alvará real no dia 11 de Abril de 1759.

Aveiro 250 Anos
Porém, Aveiro de há 250 anos era uma pequena vila muralhada, de feição medieval, ainda que de carácter burguês, devido às actividades salineiras, piscatórias e mercantis, mas que se encontrava decadente devido ao assoreamento da Ria. Aveiro não justificava ser cidade e foi-o por razões políticas, fundamentada por um pseudo-atentado contra o rei, já que não há provas seguras de que o atentado tenha existido, e que seria tido como principal responsável o duque de Aveiro.

Cortada a cabeça do duque, havia que granjear a simpatia das pessoas tuteladas pelo duque de Aveiro. Entendeu o rei que essa seria uma forma de compensação. Foi também uma atitude delimitadora da Diocese de Coimbra, porque para Aveiro ser cidade passaria também a ser sede de diocese e a maior parte do território da nova diocese foi retirado à de Coimbra e era a parte mais rica.
 

Posfácio

Marquês de Pombal
Marquês de Pombal
No seguimento do caso Távora, Sebastião de Melo, o novo conde de Oeiras, não conheceu qualquer outra oposição. Adquirindo o título de marquês de Pombal em 1770, teve quase exclusivamente o poder de governar, de forma absolutista, Portugal até à morte de D. José I em 24 de Fevereiro de 1777.

A sucessora do trono, a rainha D. Maria I, que subiu ao trono a 24 de Março de 1777, e o seu marido D. Pedro III detestavam o marquês. D. Maria I teria alegadamente sofrido de ataques de raiva apenas ao ouvir o nome do antigo primeiro-ministro de seu pai. O seu primeiro acto como rainha, iniciando um período que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do marquês de Pombal.

D. Maria I
D. Maria I
A rainha nunca perdoou a impiedade mostrada para com a família Távora e retirou-lhe todos os cargos. Mais ordenou que o marquês se resguardasse sempre a uma distância de pelo menos 20 milhas dela. Se passasse em viagem por uma das suas propriedades, o marquês era obrigado por decreto a afastar-se de casa.

A rainha D. Maria I, quando chegou ao trono, anulou também alguns decretos do antigo reinado e o nome, da cidade de Nova Bragança, foi abandonado, voltando a mesma à denominação anterior - Aveiro.

A sentença que ditava não se poder edificar em tempo algum no terreno, em Belém, onde foram arrasadas e salgadas as casas de José Mascarenhas, ao longo dos anos deixou de ser respeitada, e diz-se mesmo que começaram a ser ali construídas casas ainda durante o reinado de D. Maria I. Não só começaram a edificar como, com o tempo, quase não deixaram espaço para o marco alusivo ao acontecimento, naquele beco escondido, mesmo junto à Fábrica dos Pastéis de Belém.

De todos os bens do duque de Aveiro apenas o palácio de Azeitão foi poupado a este episódio. Embora as armas da família tenham sido picadas, é a única propriedade ainda demonstrativa do antigo poder desta família e infelizmente encontra-se em total abandono e estado avançado de degradação.
Palácio dos Duques de Aveiro (Azeitão)
Palácio dos duques de Aveiro em Azeitão

 

Os duques em Aveiro

Túmulo do 7º Duque de Aveiro
Túmulo do 7º duque de Aveiro
Em Aveiro restam poucos vestígios dos duques. O túmulo do 7º duque de Aveiro que deixou expressa a sua vontade de ser sepultado no Real Convento de Jesus de Aveiro (actual Museu Santa Joana), junto de sua tia, a Princesa Santa Joana é provavelmente o único local onde as armas da família não foram picadas e que se encontra em bom estado de conservação. Porém, num marco senhorial em Vilar e na Fonte dos Amores (ou de Benespera) na Glória, podem-se ainda encontrar as armas dos Lencastres, antigos duques de Aveiro.

A Fonte dos Amores é uma das mais antigas de Aveiro. Remonta ao século XVII, apesar de ter sofrido mudanças de local e disposição devido à construção da rua e respectivo arranjo urbano do espaço. Deve o seu nome talvez ao título de uma interessante história ou lenda de que a tradição se perdeu no correr dos tempos.

Sobre a pia, encontra-se uma lápide, com a seguinte inscrição: "Lovvado seia o Sanctisimo Sacramento, e a Virgem Nossa Senhora. Que foi concebida sem peccado original".

Fonte dos Amores em 1967
Fonte dos Amores em 1967 *

Ao lado, está o brasão, em calcário, com as armas dos duques de Aveiro. A parede onde essas duas lápides estão implantadas é encimada por ameias. Já foi lugar de muitas lavadeiras e o único abastecimento de água da população vizinha, hoje está escondida num beco perdido atrás de uns taipais e a sua água é imprópria para o consumo.

Brasão dos Duques de Aveiro (picado)
Brasão dos duques de Aveiro na Fonte dos Amores

Fonte dos Amores
Fonte dos Amores

Marco Senhorial de Vilar
Brasão dos duques de Aveiro no Marco Senhorial de Vilar
O marco senhorial retirado da Ladeira de Santa Rita - Vilar delimitava os terrenos denominados como "Chão D'El-Rei".

Será anterior a 1506, pois nesse ano o rei D. Manuel I ordenou que... "e foi ter o dito juiz ao marcuo do Valle de Villar termo da dita villa d'Aveiro que he acerca da forqua da dita villa d'Aveiro".

O escudo do marco foi picado em 1759 aquando da execução do 8º duque de Aveiro, D. José de Mascarenhas.
 

A Cache

Nos textos acima encontrarão 8 datas completas:

1.    Data em que Aveiro foi elevada a cidade;
2.    Data do atentado contra o rei D. José I;
3.    Data do terramoto de Lisboa;
4.    Data da subida ao trono de D. Maria I;
5.    Data da sentença contra o duque de Aveiro;
6.    Data da reunião das gentes de Aveiro;
7.    Data da execução dos condenados à morte;
8.    Data da morte de D. José I.

Para cada uma dessas datas, multiplicando o dia pelo mês e pelo ano, obterão um número com 5 ou 6 dígitos. Somando, entre si, esses dígitos obterão sempre um número com dois dígitos. E calculando o resto da divisão inteira por nove ("os nove fora"), dessa soma, obterão sempre um número com apenas um dígito.

Na tabela seguinte representa-se por letras os dígitos dos cálculos acima descritos:

Datas Soma dos dígitos da multiplicação Resto da divisão por 9 da coluna anterior
1 AB C
2 DE F
3 GH I
4 JK L
5 MN O
6 PQ R
7 ST U
8 VW X

Calculando a média dos meses das datas referidas obterão um número com apenas um dígito, a que chamaremos de Y. E Z será o número de mortos no patíbulo em Belém menos um, ou metade do número de condenados ou mesmo o número já usado anteriormente nestes cálculos.

As coordenadas finais da cache serão:
N YFº VK.(G + H)(U + G + W)(S * C + J - Z)'
W IL(B + R)º (D * X - A)(O + T).(A + P + Q)(N - M)E'


 

Nota

Para aqueles que já tinham chegado às coordenadas finais, anteriores a Outubro de 2011, para que não tenham que realizar os cálculos todos de novo, podem somar 4 milésimas de minuto à latitude e subtrair 15 milésimas de minuto à longitude, para obter as novas coordenadas.
 

Por Favor

- A cache encontra-se numa zona urbana portanto apela-se à discrição e bom senso para que a cache possa durar bastante tempo.
- Por favor não publiquem imagens da cache ou do container nem divulguem informação sobre os mesmos!
- Coloquem tudo como encontraram!
- Levem alguma coisa para escrever!
 

Fontes

- Processo dos Távoras
- Fragmento Da História De Aveiro: A Data Em Que Aveiro Se Passou A Chamar Nova Bragança
- Portugal - Dicionário Histórico: 8.º duque de Aveiro
- Aveiro: "Elevação a cidade não se justificava"
- Palácio dos duques de Aveiro

* Imagem da Fonte dos Amores em 1967 retirada da colecção de fotografias de um aveirense, o Sr. Fausto Ferreira.



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Additional Hints (Decrypt)

Pberf Anpvbanvf / Angvbany pbybhef

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)